domingo, dezembro 31, 2006

Bem-Aventurado 2007

Assim seja, porque assim quero. Queiram!

Temos mais um ano para nos deixarmos manipular pela publicidade. Tomara.



NOTA: Vale a pena aceder à campanha publicitária completa clicando o último link - "o livro.".

sexta-feira, dezembro 29, 2006

Prenda de sempre


Colo. O Natal não é Dezembro, nem 25, é quando eu quero, é quando ela quer.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Depois do L, batemos a porta

A estrada não a quero curta. Quero-a segura, rumo a norte.

Bom Natal.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Obrigada! Obrigada! Obrigada! (Mas isto lido em tom de Sra. D. Amália Rodrigues, com o Coliseu a rebentar pelas costuras)


A revista TIME acaba de destacar como personalidade do ano todo aquele que mantém um blog ou usa o YouTube. Só para lembrar: em anos anteriores, foram galardoados com este título figuras como Nelson Mandela, Bono Vox, Bill Gates e o Papa João Paulo II. Valeu a pena não te ter matado. Mais uma vez, o crime não compensaria.

domingo, dezembro 17, 2006

Onde está o Wally?


A resposta é simples: em Óbidos, este fim-de-semana... Sendo que o Wally sou eu. Má ideia...

Insolúveis possessões

Ela com o pai, o pai com ela:

- A bola é minha!

- É miiinha!

- Não. A bola é minha!

- É minha! A bola é miiiiiiinha!

- É minha!

- Miiiiiinha!

- OK. A bola é tua, mas tu és minha.


Logo...

O argumento seria válido para ela também, mas ainda bem que ela não sabe disso, ou estariam os dois a discutir até agora.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

terça-feira, dezembro 12, 2006

Pequeno Universo

Tanto mais pequeno, quanto mais perto sentimos quem está do lado de lá. E este sábado o “perto” gerou vertigem, desequilíbrio, queda livre, desorientação.

Nunca antes tinha contactado pessoalmente fosse quem fosse deste Universo Bloguístico. Aliás, o contacto não era sequer a ideia primeira. O que me chamava era a vontade de dar força àquele abraço, de me sentir parte da corrente humana que aqueles olhos azuis sustentavam. Não podia mesmo deixar de estar presente. Como o céu que vela por mim e me esmaga; como o mar que me embala e engole, também aqueles olhos se impunham e me dominavam a vontade. Via azul, sentia azul, pensava azul, ouvia azul, cheirava azul por todo o lado. Até o frio dessa noite era azul, Avenida da Liberdade abaixo, em perseguição do número 65.

Entrámos. Senti-me num templo, um santuário. Um “Schiiiiiiiiiiuuu!...” automático saltou-me da boca, direitinho aos meus noventa e tal centímetros de gente. Escusado – era demasiado excitante o labirinto que compunha a galeria, o sapateado dos pezinhos 23 no soalho, as paredes brancas donde pendiam ‘senhos de todas a cores. Ninguém falava. Sussurava-se apenas. O luto pairava. E ela lá galopava, gargalhava e gritava por mim, em escandaloso desacordo com o ambiente geral. Fixei imediatamente o tal quadro, desviei o olhar incomodada, voltei a fixá-lo e larguei-o de vez, sem saber se queria mesmo ver o que lá estava, porque era muito mais que um “tributo” aquela tela. Hesitei no percurso. Saio desta sala? Não saio? Para onde vou eu agora? Onde estás, Mãe? És tu? Aproximei-me. Os meus olhos perguntaram-lhe se era ela e a minha voz foi atrás. Respondeu-me que sim. Disse-lhe o meu nome próprio e ela juntou-lhe o apelido. Disse-me “Já te conheço”, como quem diz: “Então? Não vês que já nos conhecemos?!” E um abraço apertado, prolongado – pelo menos, pareceu-me assim. Foi só este abraço o que descarrilou das formalidades de circunstância. Este abraço e a observação suspirada, já à última da hora: “Olhos azuis...” – disse-me ela com o olhar preso à R. , que eu aguentava ao colo.

Falámos duas vezes (uma à entrada, outra à saída) e eu nunca me consegui desprender daquele constrangimento que me assaltou assim que cheguei. Foi o luto que ali se respirava? Foi a minha timidez? Foi a segurança e frontalidade desconcertantes do teu olhar, Mãe? Foi a tua serenidade perante a minha atrapalhação? Foi o azul? Não foi nada do que eu queria. Não te disse nada do que me apetecia. Mas o azul é infinito e nós continuamos por cá. Até ao próximo abraço, Querida Mãe.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

XY vs XX

Juntem-lhes uns pêlos rebeldes e uma ou outra cicatriz e não me digam que estes presuntos são femininos, pá!!! MAS SÃO!!! (???!!!) E a verdade é que não há autêntica combinação de X com Y que não ande pr'aí a babar por elas... Muita bilha têm eles encomendado na esperança de a ver aparecer!... Tanto gás consumido em insondáveis combustões!... Quanto tempo voa, na ligeireza de uma pluma e na ânsia do toque da campainha!...

Ai, XY, XY... Vá lá uma XX entender-vos...

terça-feira, dezembro 05, 2006

Querido Pai Natal,

?


Hipótese A: Foi a votos na República Mais ou Menos Democrática do Katenzelé Norte (lá para as Áfricas)



Hipótese B: Atacou os tinteiros da impressora



Hipótese C: A mãe é má-língua, sofre de histeria galopante e não entende que está tudo dentro da mais absoluta normalidade.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Natal, porque alguém quis...

Por esta hora estará já a terminar o primeiro dia do que terá sido, com toda a certeza, um êxito "da cor do céu". Este portugal* dos (muito) pequeninos agradece-te, Laura.



*Hoje, é assim mesmo que o quero escrito. Um portugal minúsculo.

Ausência(s)

Para quem me diz desaparecida:


Pelas cinco ou seis da manhã, a casa cheira a sono. E só eu é que o sinto, sem dó, com sabor a provocação. Dia sim, dia sim.



Esclarecimento: Filha tenho só uma; alunos tenho 80. Ela não tem nada, ou tem muito pouco, a ver com isto - sempre deu, e continua a dar-nos, excelentes noites. Olha se não desse...

Um puxão de orelhas e uma palmadinha nas costas



É como sinto este livro. O livro que neste instante me grita, ali estendido sobre o vidro do scanner, que eu AGORA não devia estar AQUI. Recomendo.

sábado, dezembro 02, 2006

Maravilhas da língua pátria*

- 'Tá quieto, paizito!

- Qué colinho, paizinho...




*Pátria, porque é para o pai.

Maravilhas para a língua mátria*

QUATRO pastelinhos de Belém ainda quentes, emborcados de uma só vez, transbordando canela. E a minha consciência furiosa por não se fazer ouvir, tal foi a delícia.





*Termo despudoradamente roubado à nossa querida, tão saudosa, Natália Correia.

terça-feira, novembro 28, 2006

domingo, novembro 26, 2006

P'ró ano há mais


2

Completamos 2 anos hoje. Ela e eu. Ela de filha, eu de mãe. Em via rápida. Ela sem travões, eu sem direcção assistida - e que falta fazia, às vezes! - ABS também não tenho... de forma que nem me atrevo a pôr-lhe freio... não vá a coisa bloquear e ainda nos espetamos as duas, aí para qualquer curva... Assim como assim, olha... vou deixando andar, embora me impressione a velocidade - a dela. Chego a ter medo de a ver desaparecer diante dos olhos, tal é a pressa. Por que corre ela tanto, se o primeiro lugar será sempre seu? Sempre.

segunda-feira, novembro 13, 2006

Dilema resolvido


Sentámo-nos. Papel escrevinhado. Pensámos. Sei agora que quero mesmo o que desejo e aguardo pacificamento o cumprimento do que há-de vir. Também nós descansámos ao sétimo dia.

segunda-feira, novembro 06, 2006

Dilema sentido

É não saber se quero o que desejo, nem por que temo o que anseio. Ansiar pelo que temo não deixa de ser igualmente estranho.

domingo, outubro 29, 2006

Dialéctica - Muito pior que a idade dos porquês!

- R.! Quem fez este desenho na parede?

- Quem fez eche 'senho? Quem fez?...

- R., olha para a mãe! Quem fez este desenho na parede?!

- Não sei.

- R.!!! Terá sido o papá?!

- Terá, terá! Terá, terá!

- R.!!!!! Quem fez isto na parede?

- Isso é um 'senho.

- Sim, é um desenho. E quem fez o desenho na parede?

- O lápis.

- Sim, foi o lápis. E quem desenhou com o lápis?!

- Não sei.

Desisti. E o caso só vem confirmar a minha teoria: a desgraça deste país não está tanto num mau Governo, mas antes numa fraquíssima oposição.

sábado, outubro 21, 2006

Compreendo que não compreendam

Chegando à escola...

- A setora não tem frio???!!!

- Quem carrega um bebé de 15 Kg ao colo não pode ter frio...

- Bebé???!!!...

Compreendo...

quarta-feira, outubro 18, 2006

TLEBS

É servido? Sabe o que é? Eu explico, num instantinho: "Terminologia Línguística para o Ensino Básico e Secundário". Entendido? Não? Ai isso agora é que é pior!... É que eu sei ainda tão pouco sobre o assunto, que não posso ajudar muito mais... Digamos, assim numa linguagem muito terra-a-terra, que expirou o prazo de validade de uma parte muito significativa dos termos e conceitos que a gramática tradicional me ensinou. A título de exemplo: as orações foram à vida e os complementos circunstanciais finaram-se. Os quantificadores são caloiros na morfologia e os nomes sofreram um upgrade que passa a ocupar na cabeça das crianças mais uns supérfluos bytes de memória. Percebeu? Não???!!! Eu também não, calha mal... Calha muito mal mesmo, porque sou eu que tenho de ensinar aos meus alunos aquilo que eu prória não domino! É o pânico instalado. Isso mesmo. Entendeu muito bem. Daqui para a frente, os professores de Português - língua materna para a maior parte dos nossos alunos (ainda...) - estarão a vomitar termos e conceitos que eles próprios não dominam.

Mas não é grave, continuamos longe do estado de calamidade. Afinal de contas, isto vai sendo tudo aferido ao longo dos anos - quiçá séculos, que a coisa não é nada simples! - e o que não estiver a pegar muito bem pode sempre ser ajeitado... como se os miúdos andassem na escola à experiência, a ver o que dá...

Ai não estava a par de nada disto? Ora então panique! Panique que eu já estou cansada de panicar sozinha e de ouvir dizer que o pânico nem se justifica... Não vale a pena? O seu filho ainda nem nasceu? Panique! Panique já, que isto promete!

Professor Lindley Cintra, Professor Celso Cunha, adeus. Tive muito gosto.

terça-feira, outubro 17, 2006

Há genes que considero "presona non grata"

Como aquele que leva a minha filha mais nova, mais velha, do meio (porque é a única) a entrar em histeria só porque vê um cabelo no chão. E eu sei muito bem onde foi ela buscar esta obsessão que não é minha... que eu nestas coisas do aprumo doméstico passo muito tempo em greve, no cumprimento dos mais elementares serviços mínimos.

segunda-feira, outubro 16, 2006

Blogs


Uns são janelas, outros cortinas. E que ninguém tenha a pretensão de julgar que distingue perfeitamente uns e outros.


Este... Janela ou cortina? Esse... Janela ou cortina?

domingo, outubro 15, 2006

sábado, outubro 14, 2006

Epidemias



Chegaram aos bolos de aniversário.


Como era inevitável.


JAMAIS DANS LA VIE!!! - digo eu.

sexta-feira, outubro 13, 2006

Que tal...

... Um diospiro? E uma maçã? E um diospiro-maçã? Juro que existe. Hmmmmmm!!!...

domingo, outubro 08, 2006

Da cama

Hoje já não foram os lençóis que nos acolheram naquele ponto ameno da escala centígrada. Pelo contrário: hoje tivemos já de os torcer, enrolar, apertar, bafejar de cara tapada, para que nos pudessem devolver algum calor. Finalmente. Tinha saudades de noites assim.

sábado, outubro 07, 2006

domingo, outubro 01, 2006

Porco, javardo, imundo leitor!

Este post é para si, que alguma vez na vida pôs o cãozinho a defecar na rua, seja onde for: um passeio, a berma da estrada, um canteiro, a relva do jardim, a porta da casa da vizinha... e não teve o cuidado de recolher a trampa que o seu boby largou. Como as suas mãos não se podem prestar a semelhante serviço, têm de ser as minhas a esfregar as solas dos sapatos, debaixo de água corrente, na minha casa de banho, na minha banheira, para, por fim, ter de desinfectar tudo com a minha garrafinha de lixívia e o meu esfregão (que logo depois é despachado para o lixo, por razões óbvias)!

Venho só deixar o aviso: se o apanho um dia, pode contar com um monte de esterco desmanchado sobre o seu tapete - trampa de gente, cujo fedor excede em larga escala o dos bichos!

sábado, setembro 30, 2006

Não tenho dúvidas e sei que não me engano

Nem tudo o que comento merece o meu comentário. Nem tudo o que deixo por comentar merece o meu silêncio. Mas de que me serve a constatação agora? A mim não me traz qualquer proveito... mas quem sabe?...

sexta-feira, setembro 29, 2006

sábado, setembro 23, 2006

Na moldura da memória, para sempre

Nem tenho por hábito gabar-lhe os feitos. Ninguém soube quando foi que aprendeu as cores, ninguém me viu inchar de orgulho porque sabia contar, ninguém pôs os olhos no mar, no sol e na lua que desenhou pela primeira vez já lá vai um tempo. Mas esta tenho mesmo de badalar:

A minha filha pede desculpa. Sentida, insistente, aflita, com medo de não poder reparar o dano.

Não sei falar do que isto representa para mim, mas asseguro que tem importância máxima, capital, porque, como diz a canção, everybody cries and everybody hurts, sometime... Porque acredito que ela não pediria desculpa se não tivesse já descoberto que o perdão existe. Tantas vezes lhe pedi desculpa... agora sei que me desculpou.

sexta-feira, setembro 22, 2006

Jingle bell, jingle bell...

Guerra Junqueiro abaixo, em busca do quarto par de sapatos da época e depois de muito bem ponderada a hipótese de lhe pôr os pezinhos em formas chinesas, topo com as árvores pejadas de iluminações de Natal, pendentes como estalactites.
Ora, só me ocorrem duas explicações para o insólito: ou aquilo ficou para ali esquecido e sedimentado por ocasião da última troca de prendas, ou o Natal é mesmo quando um homem quiser...

Muita fé

Dias em Branco = Noites em Claro

quarta-feira, setembro 20, 2006

Disse bluff? Não sou mulher para isso.



De forma que houve sessão de "corte e costura" até às 3 da madrugada. A impressora não parou, a tesoura também não e a cola sobrou na cartolina e nos dedos. De sobra foram também os sorrisos e narizes empinados de orgulho à hora da aula, exibindo a condecoração e os horários todos catitas. Horários indiscretos aqueles, com confidências reveladas por um coração atrevido. E foi tão doce o que escreveram naqueles dois centímetros de linha! Ali houve lugar para os pais, para as férias, para a linda Carolina,para a Rússia distante, para a Moldávia sempre presente, para o charme do Jorge, para o futebol e a natação...

Já me garantiram mais um "Dia em Branco" para amanhã. Dizem que querem ganhar o campeonato. Parece-me bem.

terça-feira, setembro 19, 2006

Bluff

Bluff! Sempre o bluff! Insisto no: "caso contrário, nem queiram saber o que vos acontece!..." - quando nem eu própria sei o que pode acontecer. Mas a verdade, e por incrível que pareça, é que a força do bluff na esfera da pedagogia é inesgotável.

Este ano colei na última página do livro de ponto uma grelha para registo de ocorrências menos abonatórias. Vamos no segundo dia de aulas e a grelha lá está, em branco. Nada de faltas de atraso, nada de faltas de material, nada de insolências. Arrastada pelo entusiasmo que me invade perante as quadrículas em branco, ataco com o discurso:

«Meus amigos, da mesma forma que um treinador de futebol não exige à sua equipa que ganhe o campeonato com a época ainda a começar, também eu não vos peço que mantenham esta grelha imaculada até final do ano. Como o Mister no futebol, queria só que dessem o vosso melhor para vencerem o próximo jogo, que é como quem diz: mantenham-me este mapa em branco até amanhã, às 14h35, quando nos voltarmos a encontrar na aula de Estudo Acompanhado. São capazes? A seguir a este jogo vem outro, e outro, e outro ainda... Vamos ganhar um de cada vez. São todos igualmente importantes. O deslize de um é o desaire da turma inteira. São capazes?»

Fez-se silêncio, pesado. Tive de repetir:

- São capazes?

- SIIIIIIIMMMM! - finalmente!

- E somos recompensados, stora? - pois... tinha de ser...

- Claro! - a resposta foi automática.

E agora? O bluff, sempre o bluff...

Aceitam-se sugestões.

NOTA: É favor não esquecer que são miúdos, mas não são parvos e eu estou quase certa de que vão ganhar o jogo...

ADENDA 1: Já estou a fazer uma estrela em cartolina, com ar de condecoração, que será colada no livro de ponto, para todos os professores verem, dizendo: «Conseguimos! Um dia em branco!» Será suficiente? Não me apetecia nada enveredar pelos caramelos...

ADENDA 2
: É uma turma de 7º ano e as idades vão dos 12 aos 15 (há de tudo como na farmácia!). A visita de estudo já está programada com todos os 7ºs anos, seja o que for que me espera amanhã. Aulas ao ar livre faço sempre, no 3º período, assim que o tempo começa a aquecer. A eleição do "Bom Cidadão" já fazemos trimestralmente. Por incrível que pareça as guloseimas continuam a atraí-los nestas idades... mas gostava de evitá-las. Muito obrigada pelas sugestões e fico à espera de mais... É que é já amanhã... Ai!

segunda-feira, setembro 18, 2006

Quem não sabia fica a saber

Os homens são todos papás. As mulheres são todas mamãs. Ponto final.

P.S.: Mas atenção! Não são dela! Ela entende é que serão sempre mamãs e papás de alguém... Como se a condição de homem e mulher fosse inerente às funções de mãe e pai.

Injustiça flagrante

- Recorde-me o seu nome, por favor...
- N.. Chamo-me N., stora.
- N.? Invulgar... por isso não vou esquecer... Não esqueceria, de qualquer forma - é o nome da minha sogra...
- Da sogra, stora?! Tinha de ser da sogra?! Não podia ser da prima, da cunhada, da irmã?...

Programa das Festas

07h00 - Sessão de autógrafos com Floribella para a criançada toda

08h00 - Apresentação do CD da Floribella para a criançada toda

09h00 - Distribuição de merchandising da Floribella para a criançada toda


Nããããã. Mentirinha.... Agora a sério:

09h10
- (Sim, sim! Este ano entro 15 mn mais tarde! YES!) - 7ºB

09h55
- 7ºB

11h05
- Direcção de Turma

11h50
- Direcção de Turma - atendimento de encarregados de educação - quem me pôs a atender encarregados de educação a meio das horas que tenho para tratar da Direcção de Turma não pode ter os cinco alqueires bem medidos... Ah pois não!)

12h45
- Direcção de Turma

14h35
- 9ºE

15h20
- 9ºE

Ai que excitação!... E nem sei se estou a ser irónica.

domingo, setembro 17, 2006

Pensamento recorrente

Para quê o medo, a ansiedade, os nervos? O momento passa e depois não posso senão lamentar não o ter aproveitado de outra forma...

16 outra vez

Só agora?! Agora que tenho dois pezinhos 22 é que dou com ISTO?!

Bom... a solução é...

sábado, setembro 16, 2006

Um Senhor

Tão, tão, mas tão importante, que cá em casa não há "escritório". Temos antes o "quarto do COMPUTADOR".

quinta-feira, setembro 14, 2006

E esta semana o tema é...

Pedagogia.


E o destaque vai para:

O prazer dos desenhos que redescobri com ela. Dificilmente um desenho meu é só meu, como é improvável que um desenho dela fique por isso mesmo. Há sempre um retoque a fazer em desenho alheio, de forma que a nossa "arte" é sempre colectiva. Depois há ainda as sessões de rabiscos a pedido, ao estilo de "Quando o Telefone Toca": "'Senha a lua, mamã!" e "Agora faz o mar, filha!".


O destaque vai ainda para:

Estes livros, que a puseram a fazer puzzles num instante. Não é fácil encontrar livros tão completos para estas idades. São as colecções "Brincar a vestir" e "Malinhas", da Porto Editora. Recomendo.

quarta-feira, setembro 13, 2006

Novas novíssimas

Rebolo-me no chão a rir com a tal fotografia.

Como eu


Este Outono faz questão de aparecer um bocadinho antes do combinado. Em mim não é obra do acaso nem de ponteiros desregulados. É uma mania que não consigo contrariar.

Andar aos papéis


EXTERNATO DE TAL

LISTA DE MATERIAL

SALA DE 2 ANOS - Edª Tal

  • 2 FOLHAS DE CARTOLINA
  • 2 CADERNOS DE PAPEL CAVALINHO A3
  • 1 PINCEL Nº 12
  • 1 EMBALAGEM DE LÁPIS DE CERA GROSSOS
  • 1 AVENTAL PARA PINTURA
  • 1 FOTO DO ALUNO (tipo passe)
  • REVISTAS VELHAS

Nota: Todo o material deve ter a identificação do aluno


Está tudo tratado. Exceptuando... se mal pergunte, onde posso comprar o último artigo da lista?

domingo, setembro 10, 2006

B

De birra brava.

O post está na forja há uns meses. Muito tempo, portanto. Sai por isso apurado, apuradíssimo. Já com aquele tom dourado de empadão que se come com os olhos, antes mesmo da primeira garfada. Mas este vem salgado, demais. Um verdadeiro atentado ao coração... de uma mãe. Coração, nervos, paciência, resistência física e mental – tudo posto à prova no instante de uma birra, temperada, como é de praxe, por baba, ranho, lágrimas carregadas de sal. E pronto... está estragado o empadão... por excesso de condimento. Não há como remediar o prato. Para a próxima previne-se o desaire, é a lição que fica.

E ficou. Uma birra evita-se, não se controla. Porque uma birra, por definição, é o descontrolo à solta, surdo, cego, sem rédea. A birra dela seria o equivalente ao meu “Qu’esta merda, caralho? P’a puta que te pariu!” dito aos gritos, de pescoço esticado para fora do carro, acompanhado da famosíssima obscenidade digital – se a noção de conveniência social, educação e maturidade psicológica não me travassem os ímpetos. Tão simples quanto isto. A birra não é senão uma manifestação de imaturidade perante a frustração e a contrariedade. Não estavam à espera de ver na boca e nas mãos de uma criança os impropérios com que vos choquei há pouco, não? Pois não. Numa criança de ano e meio, dois anos, não seria muito normal. Normal é gritar, chorar, espernear, dar pontapés, puxões de cabelos, murros e bofetadas, só por não conseguir o que quer. É bom não esquecer que nessa idade não é fácil entender, ou não se entende de todo, por que cargas de água não podemos ter o que queremos quando nos apetece, e por que raio é importante controlar as nossas formas de resposta à frustração – aliás, ainda que o entendêssemos, não poderíamos fazer uso desse princípio por pura imaturidade neurológica.

Claro que a “imaturidade” neurológica se resolve em três penadas (ou numa só!) recorrendo à valente palmada. Claro! Afinal, domar um pingente a cheirar a cueiros é fácil: com a palmada justa no momento acertado fazemos de qualquer peste um menino de coro. Não há nada que o açoite não resolva. É preciso é ser firme. E a estratégia está cientificamente testada e comprovada! Resulta! À lei da palmada não há nada que uma criança não acate, aliás, bem espancadinha até deixa de comer, se quisermos, imaginem!!! Esta brilhante teoria transladada para o contexto dos “crescidos” em desorientação automobilística corresponderia a uma estonteante murraça no nariz assim que me atrevesse a pôr a cabeça fora do carro e era certo que não passaria do “Qu’esta” na frase lá de cima e, provavelmente, pensaria duas vezes antes de voltar a “explodir” em semelhante situação. Se não entendesse à primeira... não havia problema nenhum – não faltaria quem, numa segunda ocasião, me assentasse nova murraça, desta vez no meio dos olhos, para aprender que há coisas que não se dizem. E eu aprendia.

E agora digam-me lá uma coisa: qual das cenas vos parece a mais chocante – a da birra ou a dos impropérios? Hmmm? Pois... Então por que diabo implicamos nós tanto com as birras?! Têm dois segundos para pensar e responder. Vá, podem começar. Já está? Muito bem. Porque, como acabam de dizer, desgastam, consomem paciência e - se formos honestos e respondermos em consciência – constrangem-nos socialmente, carimbam-nos a testa com as palavras “Frouxo” e “Incompetente”. Qualquer pai ou mãe reconhecerá que uma birra é tanto mais desgastante quanto mais audiência tiver. Não é agradável ser desautorizado em público, é? Pergunto: se tivessem a garantia de que o vosso filho só faria birras em privado (em casa, com o pai e a mãe, sem a presença sequer de um irmão) que reacção vos mereceria o festival de chutos e pontapés uns decibéis acima do ruído provocado pelos motores de um Boing em descolagem? - atenção: neste exercício partam do princípio que a casa é totalmente insonorizada! - Claro que tanto em público como em privado se veriam na necessidade e obrigação de actuar, mas qual das duas situações seria mais stressante? Este é para nós um factor de peso nas birras infantis – o constrangimento social que elas provocam. Nada a fazer. A partir do momento em que a birra deflagra, há que assumir este risco. O que não é justo é agravar a nossa reacção à birra porque nos sentimos envergonhados, vexados, inseguros. Há que actuar, sim, com firmeza, sim, mas com ponderação. Não, não falo de cor. Falo-vos eu, que já estive pendurada pelos cabelos - salvo seja! – num hipermercado, só porque entendi que não podia levá-la naqueles carrinhos horrorosos, com cesto acopulado, estrategicamente estacionados à entrada das grandes superfícies comerciais. Devo dizer que nem sequer procurei um canto mais resguardado. Ali mesmo, com uma mão só, porque a outra mantinha-a presa no colo como uma enguia, agarrei-lhe os pulsos com quanta força tinha e puxei-a contra o meu peito. Ela calou-se surpreendida e eu rapidamente aproveitei a aberta para lhe arregalar os olhos e repetir: “Não! E a R. Não volta a fazer isso!!! Ouviu bem?! A mãe está triste, triste, triste! Muito triste!” As últimas palavras já lhas disse de dedo apontado ao nariz, porque o risco de se agarrar de novo aos meus cabelos tinha passado. Continuou a chorar por um minuto, já sentada num vulgar carrinho de compras. Uma palmada assim que começou a chorar tinha resolvido a coisa, claro, mas eu assumi, conscientemente, que aquilo tinha de progredir até ao intolerável para que se tornasse muito óbvio para ela que não podia repetir-se. E não repetiu. Não repetiu porque eu não deixei morrer o assunto e lhe lembrei ao longo de todo esse dia como tinha sido triste o que ela fez. Nesse dia não ri mais, não imitei o cavalinho que desmaia, não usei o regador de praia na banheira para fingir a chuva no jardim, não fiz a coreografia das galinhas nem do sabiá, e na história dessa noite havia uma mãe triste... não vale a pena contar porquê. E não se repetiu porque a mãe aprendeu que os factores desencadeantes de uma birra são quase todos previsíveis e é sempre possível evitar a batalha ou prepararmo-nos o melhor possível para ela. Não, não “compro” a minha filha nem evito cobardemente os ditos “factores desencadeantes”. Limito-me a explicar-lhe em tom excepcionalmente baixo por que motivo as coisas têm de acontecer assim e não de outra maneira. Ela normalmente entende. Às vezes chora, de cara mais ou menos avermelhada. É natural. Eu ainda ontem fiz o mesmo quando me pediram mais de mil euros pelo conserto do carro. Também chorei. Também fiquei vermelha. Só não dei um pontapé a ninguém. Ela também não. Está, portanto, a crescer. Nunca mais houve birras que não sejam as de sono, que a fazem chorar sem saber porquê e dizer, como uma menina crescida: “qué xê ó-ó” [quero fazer ó-ó].

Para terminar, sintetizo o essencial do que aqui queria deixar no seguinte: se puder evitar uma birra, excelente, evito. Caso contrário, há que respeitá-la na medida do possível, isto é, não esquecer que a criança perdeu o controlo sobre as suas reacções (não serve de nada convencê-la de que aquilo não é bonito - o que é bom de se fazer antes ou depois da birra). No pico da crise, se não consigo fazer-me ouvir recorrendo ao efeito surpresa, é preferível deixá-la chorar. Eu não disse “virar-lhe costas e abandoná-la a chorar”, quis dizer: dar-lhe tempo para se acalmar e recompor, permitir-lhe o choro como forma de escape, mas ficar lá. Não concordo com quem defende que devemos virar-lhes as costas como forma de lhes subestimarmos a fúria. Cheguei a sentar-me à chinês ao lado da minha filha, em público, de olhos fixos nela, enquanto, de bruços, batia com os pés e os punhos cerrados no chão. Perante isto, deixou de chorar repentinamente, como se tivesse sido desligada da corrente, levantou-se como se tivesse molas nos pés, pediu-me que me levantasse também e trepou-me para o colo. Sei que a minha resposta teve duas leituras para ela: 1º a mãe leva a sério a birra, mas não se deixa impressionar; 2º a mãe leva tão a sério a birra, que fica ao pé de mim até acabar. Pela minha parte, o que queria mesmo que ela entendesse com este gesto é que compreendo a raiva que manifesta, ela tem razão de ser, mas não posso nem vou fazer-lhe a vontade porque... no fim da crise explico.

Enfim... que tudo termine com um B
, de bom senso.

sexta-feira, setembro 08, 2006

Exótica

Fetuccini de veado.

Chega? Ou querem mais extravagante ainda? Não! Chega! Por favor. A aventura foi ontem à noite, mas o cheiro da carne do infeliz quadrúpede domina toda a cozinha até agora. Deixem-nos à solta nas tapadas, reservas, parques naturais, o que for. O lugar do desgraçado não é, definitivamente, a panela. Ou o meu lugar não é, definitivamente, a cozinha.

Esta semana o tema é...

Economia doméstica.

Assim à laia de serviço público, aqui divulgo as minhas mais recentes descobertas:

1. Melhor que Moltex, Dodot, Huggies, Modelo, Continente, Carrefour, Jonhson's, batendo aos pontos qualquer uma destas marcas, tanto no preço como na qualidade impressionante, temos:

Sim, sim. Elástico de ajuste nas costas; barreiras anti-fugas realmente eficazes; muito discretas no volume (iguais às Dodot); superfície de contacto com a pele muito suave; medidas fidedignas (ao contrário das Dodot, que indicam uma margem de peso que não corresponde à medida de 50% dos bebés) e o bónus do indicador de humidade. Tudo não chega a 9 euros.

2. Melhor que toda a concorrência no reino dos toalhetes, temos:


São espantosos de imbatíveis! De tal forma que já tenho alguém cá em casa que não aguenta mais ouvir-me gabar os magníficos toalhetes de cada vez que há muda de fralda. Existem nas modalidades "cheirosa" e "sem perfume/peles sensíveis" (a que experimentei e adorei). Rendem muuuito mais, custam menos e os "sem perfume/peles sensíveis" não cheiram mal, ao contrário de outros.

3. Quando o caldo entorna, com gordura ou sem ela, venha este senhor:

SCOTTEX JUMBO

É o rolo de cozinha grandalhão,que se desenrola a partir do centro, agora com embalagem vermelha. Não se desfaz nas nossas mãos encharcadas, as folhas são enormes e acaba por sair muito mais barato, porque dura uma eternidade. Sim, eu tenho foto, mas o blogger não aceita publicá-la... Cá p'ra mim, este e a Dodot...

(continua...)



Adenda: Foto de quem não é artista e tem a mania que a noite não foi feita para dormir, pois... Os toalhetes são da marca Carrefour, produto branco, portanto.

Novíssimas

Sim,a foto tem graça.

quinta-feira, setembro 07, 2006

Novas

Sim, tem qualquer coisa de cómico, a foto.

terça-feira, setembro 05, 2006

Não chores.


Hoje não consigo achar graça a esta foto. Palpita-me que amanhã também não... vamos ver para a semana que vem... pode ser que volte a ter piada.

Casamentos*

Há os felizes, os infelizes e os de fachada (que não são felizes, nem infelizes; são meros pró-formas ou conveniências). O cúmulo da desgraça será, sem dúvida, a união de facto entre os de fachada e os infelizes.

Definitivamente jamais alimentaria um casamento que não fosse feliz, custasse o que custasse. Não tenho feitio para isso... ou tive muita sorte na vida... ou as duas coisas ao mesmo tempo.


*
Com padre, sem padre, com registo civil ou sem registo civil. Tanto faz.

Divórcios

Os advogados especialistas na matéria devem estar muito ricos. Se os houvesse especializados em meras separações, a classe não jogava no euromilhões. Não era preciso.

segunda-feira, setembro 04, 2006

Pimba!

Também podia ter escolhido o título: "E o melhor dos meus genes nela é...".

O sentido de humor. Atenção que eu não disse "o bom humor". Disse "o sentido de humor". Não é que ela seja mal humorada, que nem é nada, mas é no sentido de humor que nos identificamos, ou seja, aquilo a que achamos graça, ou aquilo com que fazemos piadas.

O ridículo e o desconcertante divertem-me. Então se juntarmos ao ridículo a perversão de regras secularmente instituídas, é o delírio. Ela pensa da mesma forma.

Tenho para mim que não foi por acaso que ela soltou a sua primeira gargalhada comigo, com um mês de idade apenas (na véspera de fazer dois meses, bem entendido). Aquilo de ver a mãe, normalmente penteada, agitando um penacho no cocuruto, com ar de alucinada, não estava de acordo com o que ela tinha convencionado. Naqueles instantes de palhaçada, era como se a mãe caísse em descrédito com semelhantes figuras e tinha, por isso, graça.

Da mesma forma, ter diante dos olhos um garoto mais velho que ela, que se desenvencilhava já muito melhor em termos motores, e que de repente se estatelou ao comprido, vindo-lhe aterrar diante dos pés, fez explodir-lhe da boca um inconveniente "PIMBA!" e uma garagalhada tal, que eu não tive alternativa senão esconder-lhe a cara, incomodada perante a mãe do miúdo. É... ver alguém descomposto no meio do chão também me dá vontade de rir, o que é que querem? É o mais básico do meu sentido de humor que vem à tona, eu sei, mas não consigo evitar, no mínimo, o retorcer dos lábios. Isto contando que o acidente não provoque danos, claro! Claro... mais ou menos... não sei se para ela as coisas são tão claras assim... Complicado, complicado foi tentar controlar semelhante cena no supermercado: uma fedelha de vinte e um meses a gritar automaticamente "PIMBA!", assim que um miúdo lhe cai aos pés, e a rebentar numa gargalhada logo a seguir. É que até me fez mal conter a gargalhada, até fiquei com uma dor de cabeça, mas teve de ser - do outro lado estava a mãe da vítima, que não sabia nada dos genes nesta história.

O meu bichinho-de-mato

Escrevo a quente. Não costumo, mas é importante que seja assim, hoje. Não quero esquecer o que sinto nem o que recordo neste instante, por isso vai assim, a quente mesmo. Venho assumir um compromisso e deixar uma súplica, que é muito mais que um pedido, como sabem.

Tenho uma filha. Os meus genes não vingaram com grande força nela e, na verdade, mais valia que não se fizessem notar de todo. Herdou de mim a única característica que eu queria em absoluto não transmitir: tenho uma filha bicho-de-mato. Ela recua assim que uma criança se aproxima; vira a cara a desconhecidos; nunca a vi tomar a iniciativa de contacto com colegas de creche; chora desalmada se lhe levantam a voz; não sai do meu colo se está num espaço novo... Não me venham largar para aqui comentários a dizer que é normal. Eu sei do que estou a falar. Eu revejo-me nela. Eu sei exactamente como é ser bichinho-de-mato. E sei, sobretudo, como é não nos respeitarem nessa condição de ser anti-social.

Eu era assim. A minha mãe é que não. E por isso entendeu sempre que fazia o melhor por mim quando me obrigava a participar em saraus de ginástica, exibições em palco de coreografias de ballet , festas de aniversário de coleguinhas de quem até gostava muito, grupos de escuteiros – suprema violência, meu Deus! Suprema! – concursos de dança em casa da avó L....

Para não me alongar mais, passo então ao compromisso:

Minha querida, desde já te garanto que, no que depender de mim, jamais te iniciarei em qualquer forma de contacto social se não for esse o teu desejo. Para tanto, qualquer sinal serve, por mínimo que seja: não tens de chorar nem de me fincar as unhas no pescoço. Cantos da boca descaídos ou um “não” dito baixinho chegam. A mãe entende.

Agora a súplica:

Mães zelosas, garanto que as boas intenções da minha mãe foram contraproducentes de tão desastrosas. O meu processo de socialização não aconteceu mais depressa nem melhor pelo facto de ter sido obrigada a escancarar o meu mundo em público. Hoje, é comum ouvir falar de mim como uma pessoa simpática, prestável, solidária e expansiva. Até dou aulas, imaginem! Continuo a oferecer alguma resistência em primeiros contactos, mas ultrapasso com facilidade esta fase. Este é um mérito só meu. Consegui-o a pulso, longe dos saraus, festas e acampamentos, mais tarde do que seria desejável, se não me tivessem empurrado. Se tiverem um bichinho-de-mato em casa, não o empurrem, está bem?

quinta-feira, agosto 31, 2006

E a febre continua...

Fecha um aqui, outro ali, mais um acolá... O que vale é que temos sempre um ou outro a renascer das cinzas...

OK, acabem com os blogs, mas não me vedem a possibilidade de contacto, OUVISTE?! TU, sim, tu! Não permitir nem um comentário?! Ai, ai, ai, ai, ai!... Hmmm...

A saga continua - o regresso

Hoje, como noutros tempos, continuo capaz de experimentar a excitação própria do regresso às aulas. Anseio por rever colegas, quero porque quero conhecer as minhas turmas, passo por uma espécie de instinto de nidação, típico do final de uma gravidez, que nos leva a rever frenética e obsessivamente os preparativos para o grande dia – arrumo, rasgo, furo, agrafo, arquivo, penduro, ensaco, dou a reciclar papéis de batalhas transactas, babilónias de celulose que me vão soterrando ao longo de um ano lectivo.

Por entre estes montes lisos, pautados ou quadriculados, encontrei:

«Setora peso desculpa mas eu munca mais eu vou perduar pelo aquilo que a setora escreveu porque já sei que quando jegar a casa vou levar porrada da minha madrasta e vou levar com o sinto ou com o chicote. que ás vezes fico com o corpo marcado» [sic]

E assinou.

Discretamente deixou-se ficar para trás quando tocou para a saída e largou o papel dobrado em três, com ar oficioso, na minha mão, mesmo no limiar da porta.

Eu tinha escrito um “recado” na caderneta escolar do M., que estava particularmente agitado naquele dia, porque entendi que devia informar o Encarregado de Educação do aluno da perturbação que vinha causando na aula. Não tinha alternativa. Fazer dele uma excepção seria um mau precedente, para além de que o miúdo começava a escudar-se na condição de mal tratado para gozar de alguma impunidade nas aulas.

Nessa noite senti o chicote nas minhas costas e o cinto nas minhas pernas.

Recomecemos.

quarta-feira, agosto 30, 2006

Blogosfera inteira, atenção!

Pede-se a quem passou por aqui e levou por engano a minha side bar o favor de a devolver à procedência.


Obrigada.
P.S.: E este meio não pára de me surpreender! Foi só deixar a indirecta e o blogger (amigo do alheio) devolveu-me o que por engano(?) levara. Ainda assim, ODEIO-TE! Desculpa mas tinha de o dizer, embora o gesto te tenha ficado bem... sim, ficou...

segunda-feira, agosto 28, 2006

Thanks, Good Panda!


Agradeço ao canal panda as horas de entretenimento e formação pessoal que proporciona ao meu marido.

Ele é “Aranha”; “Sorriso Metálico”; “ Mãe Aranha”; “A Ladra Meimi”; “Verdocas”... Isto só para não ir além do top five e já sem contar com os popularíssimos separadores da “Lili” e da “Ilona”.

Já que toco no assunto, pede-se a quem tenha apanhado o último episódio da “Ladra Meimi” (agora em arrastada reposição) o favor de o resumir. Ele perdeu-o e eu não consigo consolá-lo.


A produção agradece.

terça-feira, agosto 22, 2006

quinta-feira, agosto 17, 2006

sexta-feira, julho 28, 2006

De partida

Deixo-vos o meu conceito de FÉRIAS, em pouco mais de 4 minutos, nas palavras de Rui Reininho (GNR):



preguica_0001
Vídeo enviado por dia-a-dia

Até ao meu e ao vosso regresso!

;)

P.S.: Obrigatório apreciar com som, alto, muito alto!

quinta-feira, julho 27, 2006

Animal de hábitos

«Casada, viúva, solteira ou freira. Casada viúva, solteira ou freira. Casada, viúva, solteira ou freira...» E por aí a fora até que o pezinho partisse. E o hábito arreigou-se de tal forma, que ainda hoje o repito. É só ter uma maçã na mão.

Ver para crer (querer) ou Qu'é qu'eu disse?


Quarto Novo
Vídeo enviado por dia-a-dia
P.S.: Sim, sou uma bronca do pior que há! Na ânsia de corrigir algumas falhas no vídeo anterior, apaguei o que tinha (o que não era suposto) e perdi os comentários! Ai! E eu que queria responder a alguns deles... Agora nem me lembro de quem os fez! Só me lembro que a Ana sugeriu mais pintura nas cortinas. Sim, Ana, as japonesas vão levar tulipas em baixo, mas não está fácil conseguir a tinta têxtil da cor da parede... Inês, pergunta lá à Sara de que cores e bonecos mais gosta. Joaninha (a do Adão), foi o comentário mais lisonjeiro que já recebi!... Raquel, pintar, sim; a parte do lixar é que passo...Ah! E a quem comentou anteriormente peço, obviamente, desculpa...

quarta-feira, julho 26, 2006

segunda-feira, julho 24, 2006

Gramática doméstica

Ai o que eu gosto de bricolar!...
O verbo é giro, moça. É mesmo.

'Bora? 'Bora!

Está combinado. É aproveitar enquanto não zarpamos de malas às costas. Amanhã vamos deixá-la à creche, e ocupamos o dia com um programa só nosso! Nem acredito! Até estou nervosa! Já há tanto tempo... Ai que vou ficar gaga; ai que vou começar a torcer a beirinha da camisa; ai que não vou parar de enrolar a madeixa do cabelo; ai como quero pôr-lhe a mão sobre a perna enquanto conduz; ai que só penso em semáforos vermelhos para lhe dar um beijo, ai ...
Que vamos fazer? Não sabemos ainda... Só não vale ficar a dormir... Só não valem sentimentos de culpa.

domingo, julho 23, 2006

Serviços máximos*

E onde o serviço ia mesmo ao máximo era numa cozinha assim:



Ou assim:



Ou ainda assim:


Eu posso renovar a minha cozinha só por altura do meu 80º aniversário, mas quando o fizer, vai ser assim.



* O mesmo é dizer que já não estou em greve.

sexta-feira, julho 21, 2006

Serviços Mínimos *

OK, o bricolage doméstico está a correr muito melhor que o bloguístico.

Porque sou uma querida e não sou rancorosa, levanto aqui uma pontinha do véu:




*Sim, que eu continuo em greve.

Opinai, senhores! Opinai!

Digam-me só se isto está com menos ar de BabyBlog, que era o que se pretendia para já.

quinta-feira, julho 20, 2006

Bricolage

Bloguístico e doméstico. Não está a correr mal... digo eu.

quarta-feira, julho 19, 2006

Também quero...





Há tanto para cobiçar num vídeo assim...

Numa de testes

Tropecei neste.


Um teste para saber se sou paranormal???!!! Eh pá! Assim de repente só me ocorre dizer que já me satisfazia com um teste que me dissesse se sou normal... Arranja-se?

Isto não é normal!

Quanto às perguntas do post anterior...

...Esqueçam!!!

Afinal, eu sou o máximo e não sabia! Para quê ralar-me com questões de pedagogia e educação? Senão vejam:



Você é o que se pode chamar de pai (mãe) ajustado(a) com a realidade atual. Nem excessivamente liberal, nem superopressor(a). Você imagina que deve exercer um controle efetivo sobre a educação de seus filhos e fazer com que eles se comportem de um modo aceitável pela sociedade em que vivemos. Provavelmente seus filhos terão uma educação exemplar e saberão seguir seus próprios caminhos com segurança e sem grandes dificuldades. Mesmo errando algumas vezes, você provavelmente terá muito mais acertos. Está próximo(a) do pai (mãe) ideal.

Resultado: 21 pontos

Eu sou o que se pode chamar de mãe(pai) ajustado(a) com a realidade atual.


Descubra se
Você É Um(a) Pai(Mãe) Ajustado(a).


Oferecimento: InterNey.Net



Sendo assim... está bem.

O mundo em estado líquido

Assim se apresenta o mundo aos olhos dela – em estado líquido. Isto porque ela é muito mais que uma esponja, é o mata-borrão que eu não conheci, porque foram outros os meus tempos de escola. Fico apreensiva com o tanto que ela absorve. Para a minha miúda tudo é referência a confrontar, modelo a experimentar, novidade a repetir. Vê-nos aos beijos e trata ela própria de pôr o leão e a leoa aos beijos, o playmobil e a playmobil aos beijos, ela e o Enzo aos beijos... Vê-me a praguejar com a matrícula da frente e trata ela própria de desancar o Nody, que não se aguenta em pé; desancar a mãe, que não entende à primeira o que ela quer; desancar a colher da sopa, que catapultou uma lasca de feijão verde pelo ar... tudo isto exactamente no tom e com as palavras que eu uso.

Sinto-me por isso como uma fortificação de tábuas por calafetar, que deixa passar água por todos as frinchas. Que modelos vou deixando escoar por cada brecha de mim, sem sequer me aperceber, a cada dia que passa? Inadvertidamente, que paradigma de mulher sou eu para ela?

terça-feira, julho 18, 2006

Sim, Dr. Brazelton... Pois, Dr. Brazelton... Claro, Dr. Brazelton...

«Alguns especialistas concluíram que o espaçamento ideal [para o nascimento de um irmão] será entre quatro e cinco anos.»

Pois, dr. Brazelton... E isso vale também para uma trintona como eu?!... Está a querer dizer-me alguma coisa?...

FASE I - Anteprojecto

Advertência: A autora deste blog apela à contenção dos ânimos e recorda que, sendo portuguesa (de ascendência, nascimento e criação), a concretização de um projecto pode arrastar-se ao longo do tempo por todo e qualquer motivo. A marca lusa legitimiza ainda uma eventual passagem directa da fase I à fase III, sem mais nem aquela, só porque sim.

segunda-feira, julho 17, 2006

Qual é a coisa, qual é ela?...

...Que a mamã faz na cozinha, ao domingo, segunda, terça, quarta e quinta, às onze da noite ou seis da manhã, conforme a coragem e inspiração (quantas vezes com algumas lágrimas) sempre, sempre, sem excepção?


Esclarecimento para os mais picuinhas: é verdade que ela adora ervilhas, mas só lhas dou uma vez por semana. Não, ela não come só arroz e batata, come massa também. Calhou as fotos serem estas. Sim, ela também come ao fim-de-semana, mas como estou em casa, faço-lhe o almoço na altura, como acontece com o jantar. Não, as lágrimas que a mãe chora não são responsabilidade da cebola. E não me aborreçam mais, ou trago-vos já para a minha cozinha esta noite (ou madrugada...)! Bem!...

Standby


Finalmente, férias. Não de malas aviadas, ainda, mas com o trabalho pelas costas, isso é certo! E este, para mim, sempre foi o verdadeiro encanto das férias: tanto me fazia lá se me impingiam uma colónia de férias em praias de nevoeiro muito mais que matinal, ou uns dias no Algarve com as tias. O verdadeiro gostinho a férias vinha da mochila atirada nem queria saber para onde, e das promessas desesperadas e depois esquecidas de um novo ano muito mais chegadinho ao trabalho. Porque eu conheço um prazer a que poucos se sabem entregar, aquele luxo que é para tantos um tédio, a mais sublime das ocupações que é a ausência pura e simples de ocupação. ADORO! Desde miúda, tenho por pecado capital a preguiça. Era capaz de passar todo o tempo que me concedessem com o olhar perdido no vazio, gozando o ócio. Lembro-me de ter dez anos e de levar ao extremo o exercício de não fazer nada. Era um exercício exigente, sim, porque "nada" era mesmo NADA. Procurava atingir um estado de abstracção tal que, se desse por mim a pensar, já o exercício saía logrado. Pensar também estava proscrito, na lista do que não se podia fazer, porque a única coisa que me permitia fazer era não fazer nada. Enfim... luxos de que a adolescência se despediu e que a maternidade parece ter roubado por completo. Quem sabe se a "meia idade" me devolve um dia este meu espólio? Pode ser...


Dê para onde der, a mochila está para ali, atirada.

quinta-feira, julho 13, 2006

Eu bem disse que loura não... só burra...

Aderi ao Bloglines. Fantástico. O Kinja não estava à altura das minhas expectativas. Instalei o notificador e agora tenho na barra de ferramentas o iconzinho que supostamente me vai exibir alertas de cada vez que um dos blogs que visito for actualizado, certo? Mas por que cargas de água está o infeliz a dizer-me constantemente que o "User ID is empty", com um micro-ponto de exclamação a vermelho no canto superior direito do símbolo do Bloglines? Isto quer dizer que não há actualizações? Vá, expliquem lá, como se eu fosse mesmo loura...

segunda-feira, julho 10, 2006

Em defesa da honra





Mas tiveste imensa graça!...

P.S.: Mau, mau, mau, Maria! Não, não é pintado! Mas alguma vez este cabelo é louro?! Os pés arranjadinhos??!! Com uma unha do dedo gordo do pé que parece ter sido aparada à dentada e as letrinhas a esconderem a penugem?! Vamos lá ver, vamos lá ver! Bem!...




quinta-feira, julho 06, 2006

Etimologias

ADVERTÊNCIA PRÉVIA: Este post há-de parecer-vos uma estopada intragável... Tenham paciência, que o melhor está no fim, mas não dispensa a leitura atenta do início. Não vale batota!



Todos os anos faço das tripas coração para encantá-los com a história da nossa língua, o Português. Procuro torná-la tão encantadora e empolgante quanto o romance de Romeu e Julieta, que sempre quis viver na primeira pessoa, ainda adolescente, desde que pudesse dar um jeitinho naquele final, que me parecia revoltante de tão absurdo e triste.

Começo por fazê-los entender e acreditar que são eles próprios agentes na construção do idioma que utilizam diariamente, são eles que o fazem crescer. Isto porque a língua evolui, fundamentalmente, por duas vias: obedecendo à "Lei do Menor Esforço" e/ou à "Lei da Analogia". Quando chega então a altura de tornar claras estas duas noções, há que apresentar-lhes exemplos muito óbvios: apresento-lhes étimos latinos como ungula e crudum, que vieram a dar origem às palavras "unha" e "cru", em Português; isto para que percebam exactamente em que consiste a "Lei do Menor Esforço" - torna-se claro que houve uma simplificação das palavras, que se tornaram muito mais fáceis de pronunciar. Para os que se mantêm atrapalhados, atiro-lhes com um exemplo contemporâneo: toda a gente sabe que, hoje em dia, já quase ninguém conjuga o verbo "estar", que foi abalroado pelo verbo "'tar". Parece-me ser este um exemplo muito claro do que é a aplicação da "Lei do Menor Esforço" por parte dos falantes da nossa língua. Claro que, para todos os efeitos, o verbo "'tar" não existe, quer dizer... ainda não existe, ainda não é contemplado nos nossos dicionários, mas lá chegará o dia, tenho a certeza. E não há que fazer por isso um drama, que se danem os puristas e vão lá falar latim entre eles, se quiserem; que roam as ungulas até ao sabugo para sublimar a raiva! Quanto à "Lei da Analogia", costumo ensinar aos meus alunos que actuar por analogia é actuar por semelhança, ou à semelhança do que já se fez noutra ocasião. Mas isto só vai lá com exemplos, eu sei, e então conto-lhes a história do SIM (o nosso advérbio da boa vontade), que em latim se dizia sic. Ora, como é bom de ver, a omnipotente "Lei do Menor Esforço" tratou logo de transformar o sic em si, mais simplificado foneticamente. Até aqui, tudo bem. Mas por que diabo resolvemos pôr a dita lei a andar para trás e lhe acrescentámos mais tarde um m?! Não, senhor. O que aconteceu de facto não foi a adição de um m (som consonântico). O que aconteceu realmente foi que um i normal (dito oral) se transformou num i nasal. O i de sim sai-nos pelo nariz, não é verdade? Nós não lemos aquele m como um verdadeiro m, pois não? Ele só serve para mudar a maneira como lemos o i, certo? E por que raio o teremos feito?! A palavra já estava simplificada ao máximo, por que motivo resolvemos mudar a qualidade daquele i, que passou de oral (saído pela boca) a nasal (saído pelo nariz). É muito simples: entrou em cena a "Lei da Analogia" - resolvemos tornar a palavra si nasal, porque o seu antónimo, a palavra não, já era nasal, e, desta forma, passámos a dar "tratamento" igual às duas palavras.

Isto, explicado assim, pode levar-vos a ter imensa pena dos meus alunos de 9º ano, coitaditos, tão novinhos e massacrados com estas coisas... Mas garanto-vos que estas são sempre aulas muito animadas, em que eles tomam consciência da sua língua como um organismo vivo, sujeito a constantes mutações, das quais eles são agentes directos. E é sempre gratificante vê-los a saltar das cadeiras, atropelando a palavra do colega do lado, sem ter o cuidado de pôr o dedo no ar, só para dizerem que agora entendem a razão de ser da palavra "inda" na boca da avó, quando eles dizem "ainda"; ou da confusão que já tiveram de desfazer quando o professor de Química lhes ensina o símbolo químico do ouro, enquanto a professora de Português lhes fala na história da galinha dos ovos de oiro.

Mas a que propósito vem esta conversa? Que interesse têm as gincanas com que me confronto num dia de actividade profissional? Se calhar faria melhor guardando para mim estes entusiasmos que, provavelmente, são só meus. OK, guardo-os daqui para a frente. Este tinha de cá ficar, porque reparei ontem que a minha condição de mãe, inadvertidamente, acabou por servir de forma brilhante a minha função docente, neste capítulo da história da língua. E achei a coincidência tão interessante, que não posso deixar de a registar aqui. Ora bem, ainda a R. não tinha nascido, e nós já a tratávamos por Besnica. Acontece que, com o tempo, o termo foi sofrendo diversas modificações, passando de Besnica a Banica, de Banica a Nica e, por fim, de Nica a Nicova. Querem melhor exemplo da aplicação simultânea das duas leis de evolução da língua?! Vejamos: Besnica passou a Banica e, posteriormente, a Nica pela aplicação da "Lei do menor Esforço" (porque simplificámos as palavras); depois, Nica passou a Nicova pela aplicação da "Lei da Analogia" (porque passámos a pronunciar a palavra à semelhança do idioma russo)!

Olha-me isto! Eu com tanto trabalho a preparar uma aula na biblioteca e tinha tudo prontinho em casa!...

terça-feira, julho 04, 2006

As fases da minha Lua

Guardo como marco do seu crescimento tudo o que há de mais peculiar, mesmo inconveniente. Os primeiros passos de uma marcha atemorizada encheram-me de júbilo, sim, é verdade, até porque tardaram muito para lá do que julguei possível. Mas vê-la andar não deixa de ser trivial. Toda a criança anda, mais cedo ou mais tarde (ela foi mais tarde). A primeira gargalhada tornou-se inesquecível, ecoa até hoje na minha memória, mas não passa de uma gracinha banal, com que qualquer criança brinda os pais, mais dia, menos dia. De forma que não são estas etapas incontornáveis no seu desenvolvimento que me assaltam o pensamento quando passo em revista tudo o que passou. Em suma, na minha cabeça assumem importância destacada as seguintes fases:

Fase "Buzina" - Teve início ainda na maternidade e durou até aos quatro meses de idade. Foi DE-SES-PE-RAN-TE. Foi um período de que não temos saudades. Chorava constantemente e toda a nossa vida se organizava, ou desorganizava, em torno do seu pranto.

Fase "Porcelana" - Seguiu-se à fase "buzina" e correspondeu a um período de maior acalmia. O choro já não era uma constante, regra geral só acontecia se um estranho a olhava muito fixamente, se alguém levantava a voz ligeiramente acima do tom costumeiro, se insistiam em tocar-lhe na rua...

Fase "Swifer" - Correspondeu a um esboço de independência e autonomia. Já se relacionava bem com estranhos e a palavra de ordem era "saiam da frente que eu quero passar", mas como não andava, rastejava e rebolava-se, arrastando consigo tudo o que era cotão em chão próprio ou alheio. Durou oito longos meses.

Fase "Macaca" - Fase desconcertante de cómica, mas delicada. Imita TUDO o que ouve ou vê fazer. Passámos a policiar-nos cá em casa: "Não digas isso! Ela está atrás de ti!"; "Não faças assim! Ela está a ver!".

Fase "Eu sei, eu posso, eu faço. Deixem-me!" - Fase em período para lá de embrionário. Tem as suas vantagens: come sozinha à mesa, prepara TUDO o que é preciso antes de ir passear, orienta sozinha o carrinho do supermercado, sem atropelar ninguém (prodígio que a mãe não garante a 100%)... Tem as suas desvantagens: acha que pode lavar roupa sozinha (às escondidas, prepara o estaminé com alguidar, detergente e a roupa dela, mas a mãe não a deixa chegar a vias de facto); insiste em lavar os dentes, que é como quem diz o nariz, as orelhas e o cabelo...


A estas, outras se seguirão. Mas estas eu não esqueço...