terça-feira, novembro 29, 2005

Luka

My name is Luka
I live on the second floor
I live upstairs from you
Yes I think you've seen me before
If you hear something late at night
Some kind of trouble, some kind of fight
Just don't ask me what it was
Just don't ask me what it was
Just don't ask me what it was
I think it's because I'm clumsy
I try not to talk too loud
Maybe it's because I'm crazy
I try not to act too proud
They only hit until you cry
And after that you don't ask why
You just don't argue anymore
You just don't argue anymore
You just don't argue anymore
Yes I think I'm okay
I walked into the door again
Well, if you ask that's what I'll say
And it's not your business anyway
I guess I'd like to be alone
With nothing broken, nothing thrown
Just don't ask me how I am
Just don't ask me how I am
Just don't ask me how I am
Também eu sou vizinha de Luka... e quando hoje de manhã passava à sua porta, vi um enfeite de Natal pendurado. Aquilo quer dizer o quê?!

SOBREVIVI!

Palavra! É mesmo verdade! Não sei até quando vou topar com impressões digitais marcadas a chocolate nos cantinhos mais recônditos da casa, não sei por quanto tempo vou sentir os brinquedos dela pegajosos, não sei em que buraco mais se pode esconder uma bolinha de esferovite... mas a verdade é que ainda ando por cá para me queixar! Magnífico! Impressionante! Inacreditável!
O paradoxo é curioso: tudo tão trivial e tão marcante. O vestidinho de princesa, com os sapatinhos a condizer; o bolo de aniversário com o nome dela e a velinha para a mãe apagar; os "Parabéns" cantados em multíssono, com a mãe de lágrima ameaçadora a espreitar; o pai de máquina fotográfica em riste pronta a disparar naquele momento da praxe, que acabava por escapar; os estoiros que se multiplicavam em número estranhamente superior ao dos balões... e, claro, os presentes, que primaram pela variedade. Senão vejamos: A avó J. optou por um brinquedo. O avô J. foi para algo completamente diferente: um brinquedo. A tia N. resolveu inovar e foi para a solução menos óbvia: um brinquedo. O primo F. é que se destacou pela originalidade e surpreendeu com.. um brinquedo. A prima M. lá destoou do conjunto e, para variar, trouxe... um brinquedo. A tia I. e o tio A., definitivamente à margem da tendência geral, ofereceram-lhe um cãozinho... daqueles de brincar, pois. Posto isto, é bom de ver como foi que a nossa Pirralhita terminou o dia... a brincar... com... a tomada da parede, o cabo do aquecedor, a toalha de mesa, os botões da aparelhagem, as revistas da mãe, o teclado do pai... Como foi que disse? Chicco? Quê? Não entendi... Repita, por favor. Ah! Philips? Sim! Conheço perfeitamente!

Tanto açúcar!

O provérbio popular "Quem meus filhos beija minha boca adoça" nunca fez tanto sentido... Com tanta gente a felicitar a minha ESTRELA, sinto-me à beirinha da hiperglicemia. Obrigada pela doçura das palavras. A Rita também já agradeceu com aquele sorriso...

sábado, novembro 26, 2005

26.11.2004 18h04

Novembro seco. Ainda assim não me surpreendeu a chuva que caiu quando nasceste. O fenómeno explica-se em cinco palavras: tu fizeste sombra ao sol. Intimidaste-o com a tua luz, enfraqueceste-lhe o brilho, quase o apagaste. Baralhaste o sistema, o solar. Tomaste o lugar da Estrela e tudo passou a girar em teu redor. Foi por isso que choveu. Foi por isso que passei a depender de ti, embora possa parecer o contrário. Pari, portanto, uma ESTRELA. Pari, não. Vou parindo. Mantenho-me em trabalho de parto. As contracções sucedem-se ritmicamente, convertidas em unhas partidas, mãos calejadas, olhos pesados de sono... E a cada intervalo, repetem-se os suspiros de alívio, os sorrisos comovidos, a urgência de te fazer brotar. Mantenho-me em trabalho de parto, até parir finalmente uma mulher – livre, independente, emancipada, solidária, altruísta, de bem com o céu e com a terra. Vou assim entregando-te ao mundo, sem te poder reter dentro de mim, porque ninguém trava um parto e este começou exactamente há um ano. Foi tão bom ver-te aparecer! Olá, Rita! Parabéns!
Mãe

terça-feira, novembro 22, 2005

Quem explica?

A minha melhor aluna, a Português, é romena...

Transe

É mesmo verdade que sobrevivemos à festa de primeiro aniversário de um filho?!

sexta-feira, novembro 18, 2005

Muito amor é...

Depois do jantar:
- Toma! Hoje não mos deram... Roubei para ti!

quinta-feira, novembro 17, 2005

Amor é...

... Darem-lhe um bombom que ele escondeu no bolso para que lhe dessem outro, na esperança de os poder partilhar comigo, à noite, em casa.
O bombom era óptimo, mas foi mais doce ainda o gesto que o chocolate.

terça-feira, novembro 15, 2005

Viagem interplanetária

O inverso de arma branca é arma preta. O contrário de arma de fogo é arma de água.
Palavra que estava a anos-luz desta resplandecente conclusão! Ainda bem que os meus alunos são estrelas que me iluminam o entendimento...

quinta-feira, novembro 10, 2005

Alguém viu a minha cigana?

A Pirralhita nasceu há quase um ano. A comemoração da efeméride está para breve e à medida que os dias passam vou fazendo regressões no tempo até há um ano atrás. Foram dias de uma ansiedade desmedida, paralisante. Havia muito para fazer, sentia que nada estava definitivamente em ordem para o grande dia, mas o estado de tensão em que me encontrava deixava-me estática, como se o meu subconsciente repetisse constantemente: "Espera! Agora não posso! Ela vai nascer!" A imagem que mais fielmente traduz o meu estado de alma na altura é a de uma festa grandiosa que vamos dar em nossa casa, com os convidados a chegar, a campainha já soou uma vez e de repente pomos os olhos no chão e vemos gigantescos rolos de pó em circulação. O dilema impõe-se: abro a porta ou pego rapidamente no swiffer? Pois bem, nos dias que antecederam o meu parto, paralisei de ansiedade: fiquei incapaz de pegar no swiffer, porque achava que a todo o momento tinha uma das visitas diante de mim, e ao mesmo tempo tinha a sensação de que os convidados haviam de ter tomado por engano o elevador até ao 11º andar e nunca mais chegavam à minha porta - a R. não nascia e eu mantinha-me refém da expectativa, incapaz de agir.
Mas isto foi exactamente há um ano atrás. O que recordei hoje, aos saltos no tempo, foi o período de internamento hospitalar pós-parto. Voltei a comover-me recordando a minha cigana. Éramos sete na enfermaria. Quando cheguei vinda do recobro ainda só estávamos cinco. Num estado de dolorosa imobilidade, atirei ao ar a pergunta: "Será que posso levantar a cabeceira a esta cama?". Uma mãe disse-me que era só girar a manivela que estava aos pés. "Só". Como se eu pudesse sequer soprar um fósforo! Então, uma mãe cigana que me observava do extremo oposto disse-me muito prontamente que me ajudava. Mais: fez questão de dar ela à manivela, sem que eu me mexesse. De barriga ainda redonda, suportou portanto o peso da cama e o meu. Vendo depois o estado de desamparo em que me encontrava, fez questão de me ensinar como podia pôr os meus 3,440 kg de gente a mamar. Antes de regressar à sua cama, ainda me disse que a minha filha era linda.
Enquanto escrevo choro, com saudades da minha cigana de ar invulgar, loura de olhos verde-felino. Nem o nome soube. Alguém viu a minha cigana? Queria mesmo dar-lhe um beijo...

segunda-feira, novembro 07, 2005

Carta aberta

Caríssimo Nicolau,

Foi preciso chegar aos 33 para me atrever a escrever-te. Correm tempos tão difíceis, que dou por mim a apelar àquilo em que nunca acreditei. Desculpa-me a abertura de espírito, mas é mesmo assim... Encontro-me naquela fase descendente, semelhante à do manco que, depois de esgotadas todas as especialidades médicas, termina no endireita. Pois é... por analogia, a mim resta-me o Pai Natal.

Cá vai a lista, por ordem decrescente de importância:
  • Mais um ano sem antibióticos para a nossa Pirralhita;
  • Um computador portátil;
  • Um leitor de mp3;
  • O livro Peter Pan, com as magníficas ilustrações da Paula Rego. Este, para não haver confusões:

  • Uns sapatinhos daqueles que se usam agora, de biqueira redondinha, que devem disfarçar tão bem o meu pé 41... Até vai parecer 36, estou mesmo a ver...
  • Uma bicicleta estática, a ver se torno menos estáticos estes malditos 4 Kg!

Vá lá, Nico! Se me deres um destes presentes que seja, passo a acreditar em ti.

sexta-feira, novembro 04, 2005

Mamiferizar é preciso!

Oposição porque sim

- R., diz mamã!
- Papá...
- R., diz papá!
- Mamã...
- R., diz adeus!
- Ouá (olá)!...
- R., diz olá!
- Dedeu (adeus)!...
De tal forma que já começámos a pedir o contrário do que queremos ouvir... Os genes e o génio paternos têm qualquer coisa a ver com isto... Ai têm, têm!...

quarta-feira, novembro 02, 2005

Pelo buraco da fechadura

- Posso dar-te um beijo no pescoço?
- Não! Por favor!
- Oh...
- Tu sabes: só à revelia. Para que pedes? Assim não aguento...
Isto porque não faz sentido nenhum convidar alguém para uma sessão de cócegas. É giro, sim. Mas não admite convite. Poderia alguém responder: "Sim, quero que me mates a rir."? Mata-me, sim. Vou gostar. Mas não avises.

terça-feira, novembro 01, 2005

Estatística

Ela tem 11 meses. Ela tem 12 livros. Feitas as contas, isto corresponde a 1,09 livros por cada mês de vida. Transferidas as contas, se eu tivesse 1,09 livros por cada mês de vida, teria 436 livros, o que não anda muito longe da verdade... Sim, porque eu sou eu há 400 meses!

Feriado?

Não dei por nada...