NOTA: Vale a pena aceder à campanha publicitária completa clicando o último link - "o livro.".
domingo, dezembro 31, 2006
Bem-Aventurado 2007
NOTA: Vale a pena aceder à campanha publicitária completa clicando o último link - "o livro.".
sexta-feira, dezembro 29, 2006
quinta-feira, dezembro 21, 2006
segunda-feira, dezembro 18, 2006
Obrigada! Obrigada! Obrigada! (Mas isto lido em tom de Sra. D. Amália Rodrigues, com o Coliseu a rebentar pelas costuras)
domingo, dezembro 17, 2006
Insolúveis possessões
- A bola é minha!
- É miiinha!
- Não. A bola é minha!
- É minha! A bola é miiiiiiinha!
- É minha!
- Miiiiiinha!
- OK. A bola é tua, mas tu és minha.
Logo...
O argumento seria válido para ela também, mas ainda bem que ela não sabe disso, ou estariam os dois a discutir até agora.
quarta-feira, dezembro 13, 2006
terça-feira, dezembro 12, 2006
Pequeno Universo
Nunca antes tinha contactado pessoalmente fosse quem fosse deste Universo Bloguístico. Aliás, o contacto não era sequer a ideia primeira. O que me chamava era a vontade de dar força àquele abraço, de me sentir parte da corrente humana que aqueles olhos azuis sustentavam. Não podia mesmo deixar de estar presente. Como o céu que vela por mim e me esmaga; como o mar que me embala e engole, também aqueles olhos se impunham e me dominavam a vontade. Via azul, sentia azul, pensava azul, ouvia azul, cheirava azul por todo o lado. Até o frio dessa noite era azul, Avenida da Liberdade abaixo, em perseguição do número 65.
Entrámos. Senti-me num templo, um santuário. Um “Schiiiiiiiiiiuuu!...” automático saltou-me da boca, direitinho aos meus noventa e tal centímetros de gente. Escusado – era demasiado excitante o labirinto que compunha a galeria, o sapateado dos pezinhos 23 no soalho, as paredes brancas donde pendiam ‘senhos de todas a cores. Ninguém falava. Sussurava-se apenas. O luto pairava. E ela lá galopava, gargalhava e gritava por mim, em escandaloso desacordo com o ambiente geral. Fixei imediatamente o tal quadro, desviei o olhar incomodada, voltei a fixá-lo e larguei-o de vez, sem saber se queria mesmo ver o que lá estava, porque era muito mais que um “tributo” aquela tela. Hesitei no percurso. Saio desta sala? Não saio? Para onde vou eu agora? Onde estás, Mãe? És tu? Aproximei-me. Os meus olhos perguntaram-lhe se era ela e a minha voz foi atrás. Respondeu-me que sim. Disse-lhe o meu nome próprio e ela juntou-lhe o apelido. Disse-me “Já te conheço”, como quem diz: “Então? Não vês que já nos conhecemos?!” E um abraço apertado, prolongado – pelo menos, pareceu-me assim. Foi só este abraço o que descarrilou das formalidades de circunstância. Este abraço e a observação suspirada, já à última da hora: “Olhos azuis...” – disse-me ela com o olhar preso à R. , que eu aguentava ao colo.
Falámos duas vezes (uma à entrada, outra à saída) e eu nunca me consegui desprender daquele constrangimento que me assaltou assim que cheguei. Foi o luto que ali se respirava? Foi a minha timidez? Foi a segurança e frontalidade desconcertantes do teu olhar, Mãe? Foi a tua serenidade perante a minha atrapalhação? Foi o azul? Não foi nada do que eu queria. Não te disse nada do que me apetecia. Mas o azul é infinito e nós continuamos por cá. Até ao próximo abraço, Querida Mãe.
quinta-feira, dezembro 07, 2006
XY vs XX
Ai, XY, XY... Vá lá uma XX entender-vos...
terça-feira, dezembro 05, 2006
segunda-feira, dezembro 04, 2006
Natal, porque alguém quis...
*Hoje, é assim mesmo que o quero escrito. Um portugal minúsculo.
Ausência(s)
Pelas cinco ou seis da manhã, a casa cheira a sono. E só eu é que o sinto, sem dó, com sabor a provocação. Dia sim, dia sim.
Esclarecimento: Filha tenho só uma; alunos tenho 80. Ela não tem nada, ou tem muito pouco, a ver com isto - sempre deu, e continua a dar-nos, excelentes noites. Olha se não desse...
Um puxão de orelhas e uma palmadinha nas costas
sábado, dezembro 02, 2006
Maravilhas da língua pátria*
- Qué colinho, paizinho...
*Pátria, porque é para o pai.
Maravilhas para a língua mátria*
terça-feira, novembro 28, 2006
domingo, novembro 26, 2006
2
segunda-feira, novembro 13, 2006
Dilema resolvido
segunda-feira, novembro 06, 2006
Dilema sentido
domingo, outubro 29, 2006
Dialéctica - Muito pior que a idade dos porquês!
- Quem fez eche 'senho? Quem fez?...
- R., olha para a mãe! Quem fez este desenho na parede?!
- Não sei.
- R.!!! Terá sido o papá?!
- Terá, terá! Terá, terá!
- R.!!!!! Quem fez isto na parede?
- Isso é um 'senho.
- Sim, é um desenho. E quem fez o desenho na parede?
- O lápis.
- Sim, foi o lápis. E quem desenhou com o lápis?!
- Não sei.
Desisti. E o caso só vem confirmar a minha teoria: a desgraça deste país não está tanto num mau Governo, mas antes numa fraquíssima oposição.
domingo, outubro 22, 2006
sábado, outubro 21, 2006
Compreendo que não compreendam
- Bebé???!!!...
Compreendo...
quarta-feira, outubro 18, 2006
TLEBS
Mas não é grave, continuamos longe do estado de calamidade. Afinal de contas, isto vai sendo tudo aferido ao longo dos anos - quiçá séculos, que a coisa não é nada simples! - e o que não estiver a pegar muito bem pode sempre ser ajeitado... como se os miúdos andassem na escola à experiência, a ver o que dá...
Ai não estava a par de nada disto? Ora então panique! Panique que eu já estou cansada de panicar sozinha e de ouvir dizer que o pânico nem se justifica... Não vale a pena? O seu filho ainda nem nasceu? Panique! Panique já, que isto promete!
Professor Lindley Cintra, Professor Celso Cunha, adeus. Tive muito gosto.
terça-feira, outubro 17, 2006
Há genes que considero "presona non grata"
segunda-feira, outubro 16, 2006
Blogs
domingo, outubro 15, 2006
sábado, outubro 14, 2006
sexta-feira, outubro 13, 2006
segunda-feira, outubro 09, 2006
domingo, outubro 08, 2006
Da cama
sábado, outubro 07, 2006
domingo, outubro 01, 2006
Porco, javardo, imundo leitor!
Venho só deixar o aviso: se o apanho um dia, pode contar com um monte de esterco desmanchado sobre o seu tapete - trampa de gente, cujo fedor excede em larga escala o dos bichos!
sábado, setembro 30, 2006
Não tenho dúvidas e sei que não me engano
sexta-feira, setembro 29, 2006
sábado, setembro 23, 2006
Na moldura da memória, para sempre
sexta-feira, setembro 22, 2006
Jingle bell, jingle bell...
quarta-feira, setembro 20, 2006
Disse bluff? Não sou mulher para isso.
De forma que houve sessão de "corte e costura" até às 3 da madrugada. A impressora não parou, a tesoura também não e a cola sobrou na cartolina e nos dedos. De sobra foram também os sorrisos e narizes empinados de orgulho à hora da aula, exibindo a condecoração e os horários todos catitas. Horários indiscretos aqueles, com confidências reveladas por um coração atrevido. E foi tão doce o que escreveram naqueles dois centímetros de linha! Ali houve lugar para os pais, para as férias, para a linda Carolina,para a Rússia distante, para a Moldávia sempre presente, para o charme do Jorge, para o futebol e a natação...
Já me garantiram mais um "Dia em Branco" para amanhã. Dizem que querem ganhar o campeonato. Parece-me bem.
terça-feira, setembro 19, 2006
Bluff
- E somos recompensados, stora? - pois... tinha de ser...
- Claro! - a resposta foi automática.
E agora? O bluff, sempre o bluff...
Aceitam-se sugestões.
NOTA: É favor não esquecer que são miúdos, mas não são parvos e eu estou quase certa de que vão ganhar o jogo...
ADENDA 1: Já estou a fazer uma estrela em cartolina, com ar de condecoração, que será colada no livro de ponto, para todos os professores verem, dizendo: «Conseguimos! Um dia em branco!» Será suficiente? Não me apetecia nada enveredar pelos caramelos...
ADENDA 2: É uma turma de 7º ano e as idades vão dos 12 aos 15 (há de tudo como na farmácia!). A visita de estudo já está programada com todos os 7ºs anos, seja o que for que me espera amanhã. Aulas ao ar livre faço sempre, no 3º período, assim que o tempo começa a aquecer. A eleição do "Bom Cidadão" já fazemos trimestralmente. Por incrível que pareça as guloseimas continuam a atraí-los nestas idades... mas gostava de evitá-las. Muito obrigada pelas sugestões e fico à espera de mais... É que é já amanhã... Ai!
segunda-feira, setembro 18, 2006
Quem não sabia fica a saber
P.S.: Mas atenção! Não são dela! Ela entende é que serão sempre mamãs e papás de alguém... Como se a condição de homem e mulher fosse inerente às funções de mãe e pai.
Injustiça flagrante
Programa das Festas
Nããããã. Mentirinha.... Agora a sério:
09h10 - (Sim, sim! Este ano entro 15 mn mais tarde! YES!) - 7ºB
09h55 - 7ºB
11h05 - Direcção de Turma
11h50 - Direcção de Turma - atendimento de encarregados de educação - quem me pôs a atender encarregados de educação a meio das horas que tenho para tratar da Direcção de Turma não pode ter os cinco alqueires bem medidos... Ah pois não!)
12h45 - Direcção de Turma
14h35 - 9ºE
15h20 - 9ºE
Ai que excitação!... E nem sei se estou a ser irónica.
domingo, setembro 17, 2006
Pensamento recorrente
sábado, setembro 16, 2006
Um Senhor
quinta-feira, setembro 14, 2006
E esta semana o tema é...
E o destaque vai para:
O prazer dos desenhos que redescobri com ela. Dificilmente um desenho meu é só meu, como é improvável que um desenho dela fique por isso mesmo. Há sempre um retoque a fazer em desenho alheio, de forma que a nossa "arte" é sempre colectiva. Depois há ainda as sessões de rabiscos a pedido, ao estilo de "Quando o Telefone Toca": "'Senha a lua, mamã!" e "Agora faz o mar, filha!".
O destaque vai ainda para:
Estes livros, que a puseram a fazer puzzles num instante. Não é fácil encontrar livros tão completos para estas idades. São as colecções "Brincar a vestir" e "Malinhas", da Porto Editora. Recomendo.
quarta-feira, setembro 13, 2006
Como eu
Andar aos papéis
LISTA DE MATERIAL
SALA DE 2 ANOS - Edª Tal
- 2 FOLHAS DE CARTOLINA
- 2 CADERNOS DE PAPEL CAVALINHO A3
- 1 PINCEL Nº 12
- 1 EMBALAGEM DE LÁPIS DE CERA GROSSOS
- 1 AVENTAL PARA PINTURA
- 1 FOTO DO ALUNO (tipo passe)
- REVISTAS VELHAS
Nota: Todo o material deve ter a identificação do aluno
Está tudo tratado. Exceptuando... se mal pergunte, onde posso comprar o último artigo da lista?
domingo, setembro 10, 2006
B
O post está na forja há uns meses. Muito tempo, portanto. Sai por isso apurado, apuradíssimo. Já com aquele tom dourado de empadão que se come com os olhos, antes mesmo da primeira garfada. Mas este vem salgado, demais. Um verdadeiro atentado ao coração... de uma mãe. Coração, nervos, paciência, resistência física e mental – tudo posto à prova no instante de uma birra, temperada, como é de praxe, por baba, ranho, lágrimas carregadas de sal. E pronto... está estragado o empadão... por excesso de condimento. Não há como remediar o prato. Para a próxima previne-se o desaire, é a lição que fica.
E ficou. Uma birra evita-se, não se controla. Porque uma birra, por definição, é o descontrolo à solta, surdo, cego, sem rédea. A birra dela seria o equivalente ao meu “Qu’esta merda, caralho? P’a puta que te pariu!” dito aos gritos, de pescoço esticado para fora do carro, acompanhado da famosíssima obscenidade digital – se a noção de conveniência social, educação e maturidade psicológica não me travassem os ímpetos. Tão simples quanto isto. A birra não é senão uma manifestação de imaturidade perante a frustração e a contrariedade. Não estavam à espera de ver na boca e nas mãos de uma criança os impropérios com que vos choquei há pouco, não? Pois não. Numa criança de ano e meio, dois anos, não seria muito normal. Normal é gritar, chorar, espernear, dar pontapés, puxões de cabelos, murros e bofetadas, só por não conseguir o que quer. É bom não esquecer que nessa idade não é fácil entender, ou não se entende de todo, por que cargas de água não podemos ter o que queremos quando nos apetece, e por que raio é importante controlar as nossas formas de resposta à frustração – aliás, ainda que o entendêssemos, não poderíamos fazer uso desse princípio por pura imaturidade neurológica.
Claro que a “imaturidade” neurológica se resolve em três penadas (ou numa só!) recorrendo à valente palmada. Claro! Afinal, domar um pingente a cheirar a cueiros é fácil: com a palmada justa no momento acertado fazemos de qualquer peste um menino de coro. Não há nada que o açoite não resolva. É preciso é ser firme. E a estratégia está cientificamente testada e comprovada! Resulta! À lei da palmada não há nada que uma criança não acate, aliás, bem espancadinha até deixa de comer, se quisermos, imaginem!!! Esta brilhante teoria transladada para o contexto dos “crescidos” em desorientação automobilística corresponderia a uma estonteante murraça no nariz assim que me atrevesse a pôr a cabeça fora do carro e era certo que não passaria do “Qu’esta” na frase lá de cima e, provavelmente, pensaria duas vezes antes de voltar a “explodir” em semelhante situação. Se não entendesse à primeira... não havia problema nenhum – não faltaria quem, numa segunda ocasião, me assentasse nova murraça, desta vez no meio dos olhos, para aprender que há coisas que não se dizem. E eu aprendia.
E agora digam-me lá uma coisa: qual das cenas vos parece a mais chocante – a da birra ou a dos impropérios? Hmmm? Pois... Então por que diabo implicamos nós tanto com as birras?! Têm dois segundos para pensar e responder. Vá, podem começar. Já está? Muito bem. Porque, como acabam de dizer, desgastam, consomem paciência e - se formos honestos e respondermos em consciência – constrangem-nos socialmente, carimbam-nos a testa com as palavras “Frouxo” e “Incompetente”. Qualquer pai ou mãe reconhecerá que uma birra é tanto mais desgastante quanto mais audiência tiver. Não é agradável ser desautorizado em público, é? Pergunto: se tivessem a garantia de que o vosso filho só faria birras em privado (em casa, com o pai e a mãe, sem a presença sequer de um irmão) que reacção vos mereceria o festival de chutos e pontapés uns decibéis acima do ruído provocado pelos motores de um Boing em descolagem? - atenção: neste exercício partam do princípio que a casa é totalmente insonorizada! - Claro que tanto em público como em privado se veriam na necessidade e obrigação de actuar, mas qual das duas situações seria mais stressante? Este é para nós um factor de peso nas birras infantis – o constrangimento social que elas provocam. Nada a fazer. A partir do momento em que a birra deflagra, há que assumir este risco. O que não é justo é agravar a nossa reacção à birra porque nos sentimos envergonhados, vexados, inseguros. Há que actuar, sim, com firmeza, sim, mas com ponderação. Não, não falo de cor. Falo-vos eu, que já estive pendurada pelos cabelos - salvo seja! – num hipermercado, só porque entendi que não podia levá-la naqueles carrinhos horrorosos, com cesto acopulado, estrategicamente estacionados à entrada das grandes superfícies comerciais. Devo dizer que nem sequer procurei um canto mais resguardado. Ali mesmo, com uma mão só, porque a outra mantinha-a presa no colo como uma enguia, agarrei-lhe os pulsos com quanta força tinha e puxei-a contra o meu peito. Ela calou-se surpreendida e eu rapidamente aproveitei a aberta para lhe arregalar os olhos e repetir: “Não! E a R. Não volta a fazer isso!!! Ouviu bem?! A mãe está triste, triste, triste! Muito triste!” As últimas palavras já lhas disse de dedo apontado ao nariz, porque o risco de se agarrar de novo aos meus cabelos tinha passado. Continuou a chorar por um minuto, já sentada num vulgar carrinho de compras. Uma palmada assim que começou a chorar tinha resolvido a coisa, claro, mas eu assumi, conscientemente, que aquilo tinha de progredir até ao intolerável para que se tornasse muito óbvio para ela que não podia repetir-se. E não repetiu. Não repetiu porque eu não deixei morrer o assunto e lhe lembrei ao longo de todo esse dia como tinha sido triste o que ela fez. Nesse dia não ri mais, não imitei o cavalinho que desmaia, não usei o regador de praia na banheira para fingir a chuva no jardim, não fiz a coreografia das galinhas nem do sabiá, e na história dessa noite havia uma mãe triste... não vale a pena contar porquê. E não se repetiu porque a mãe aprendeu que os factores desencadeantes de uma birra são quase todos previsíveis e é sempre possível evitar a batalha ou prepararmo-nos o melhor possível para ela. Não, não “compro” a minha filha nem evito cobardemente os ditos “factores desencadeantes”. Limito-me a explicar-lhe em tom excepcionalmente baixo por que motivo as coisas têm de acontecer assim e não de outra maneira. Ela normalmente entende. Às vezes chora, de cara mais ou menos avermelhada. É natural. Eu ainda ontem fiz o mesmo quando me pediram mais de mil euros pelo conserto do carro. Também chorei. Também fiquei vermelha. Só não dei um pontapé a ninguém. Ela também não. Está, portanto, a crescer. Nunca mais houve birras que não sejam as de sono, que a fazem chorar sem saber porquê e dizer, como uma menina crescida: “qué xê ó-ó” [quero fazer ó-ó].
Para terminar, sintetizo o essencial do que aqui queria deixar no seguinte: se puder evitar uma birra, excelente, evito. Caso contrário, há que respeitá-la na medida do possível, isto é, não esquecer que a criança perdeu o controlo sobre as suas reacções (não serve de nada convencê-la de que aquilo não é bonito - o que é bom de se fazer antes ou depois da birra). No pico da crise, se não consigo fazer-me ouvir recorrendo ao efeito surpresa, é preferível deixá-la chorar. Eu não disse “virar-lhe costas e abandoná-la a chorar”, quis dizer: dar-lhe tempo para se acalmar e recompor, permitir-lhe o choro como forma de escape, mas ficar lá. Não concordo com quem defende que devemos virar-lhes as costas como forma de lhes subestimarmos a fúria. Cheguei a sentar-me à chinês ao lado da minha filha, em público, de olhos fixos nela, enquanto, de bruços, batia com os pés e os punhos cerrados no chão. Perante isto, deixou de chorar repentinamente, como se tivesse sido desligada da corrente, levantou-se como se tivesse molas nos pés, pediu-me que me levantasse também e trepou-me para o colo. Sei que a minha resposta teve duas leituras para ela: 1º a mãe leva a sério a birra, mas não se deixa impressionar; 2º a mãe leva tão a sério a birra, que fica ao pé de mim até acabar. Pela minha parte, o que queria mesmo que ela entendesse com este gesto é que compreendo a raiva que manifesta, ela tem razão de ser, mas não posso nem vou fazer-lhe a vontade porque... no fim da crise explico.
Enfim... que tudo termine com um B , de bom senso.
sexta-feira, setembro 08, 2006
Exótica
Chega? Ou querem mais extravagante ainda? Não! Chega! Por favor. A aventura foi ontem à noite, mas o cheiro da carne do infeliz quadrúpede domina toda a cozinha até agora. Deixem-nos à solta nas tapadas, reservas, parques naturais, o que for. O lugar do desgraçado não é, definitivamente, a panela. Ou o meu lugar não é, definitivamente, a cozinha.
Esta semana o tema é...
Sim, sim. Elástico de ajuste nas costas; barreiras anti-fugas realmente eficazes; muito discretas no volume (iguais às Dodot); superfície de contacto com a pele muito suave; medidas fidedignas (ao contrário das Dodot, que indicam uma margem de peso que não corresponde à medida de 50% dos bebés) e o bónus do indicador de humidade. Tudo não chega a 9 euros.
2. Melhor que toda a concorrência no reino dos toalhetes, temos:
São espantosos de imbatíveis! De tal forma que já tenho alguém cá em casa que não aguenta mais ouvir-me gabar os magníficos toalhetes de cada vez que há muda de fralda. Existem nas modalidades "cheirosa" e "sem perfume/peles sensíveis" (a que experimentei e adorei). Rendem muuuito mais, custam menos e os "sem perfume/peles sensíveis" não cheiram mal, ao contrário de outros.
3. Quando o caldo entorna, com gordura ou sem ela, venha este senhor:
SCOTTEX JUMBO
É o rolo de cozinha grandalhão,que se desenrola a partir do centro, agora com embalagem vermelha. Não se desfaz nas nossas mãos encharcadas, as folhas são enormes e acaba por sair muito mais barato, porque dura uma eternidade. Sim, eu tenho foto, mas o blogger não aceita publicá-la... Cá p'ra mim, este e a Dodot...
(continua...)
Adenda: Foto de quem não é artista e tem a mania que a noite não foi feita para dormir, pois... Os toalhetes são da marca Carrefour, produto branco, portanto.
quinta-feira, setembro 07, 2006
terça-feira, setembro 05, 2006
Não chores.
Casamentos*
Definitivamente jamais alimentaria um casamento que não fosse feliz, custasse o que custasse. Não tenho feitio para isso... ou tive muita sorte na vida... ou as duas coisas ao mesmo tempo.
* Com padre, sem padre, com registo civil ou sem registo civil. Tanto faz.
Divórcios
segunda-feira, setembro 04, 2006
Pimba!
O sentido de humor. Atenção que eu não disse "o bom humor". Disse "o sentido de humor". Não é que ela seja mal humorada, que nem é nada, mas é no sentido de humor que nos identificamos, ou seja, aquilo a que achamos graça, ou aquilo com que fazemos piadas.
O ridículo e o desconcertante divertem-me. Então se juntarmos ao ridículo a perversão de regras secularmente instituídas, é o delírio. Ela pensa da mesma forma.
Tenho para mim que não foi por acaso que ela soltou a sua primeira gargalhada comigo, com um mês de idade apenas (na véspera de fazer dois meses, bem entendido). Aquilo de ver a mãe, normalmente penteada, agitando um penacho no cocuruto, com ar de alucinada, não estava de acordo com o que ela tinha convencionado. Naqueles instantes de palhaçada, era como se a mãe caísse em descrédito com semelhantes figuras e tinha, por isso, graça.
Da mesma forma, ter diante dos olhos um garoto mais velho que ela, que se desenvencilhava já muito melhor em termos motores, e que de repente se estatelou ao comprido, vindo-lhe aterrar diante dos pés, fez explodir-lhe da boca um inconveniente "PIMBA!" e uma garagalhada tal, que eu não tive alternativa senão esconder-lhe a cara, incomodada perante a mãe do miúdo. É... ver alguém descomposto no meio do chão também me dá vontade de rir, o que é que querem? É o mais básico do meu sentido de humor que vem à tona, eu sei, mas não consigo evitar, no mínimo, o retorcer dos lábios. Isto contando que o acidente não provoque danos, claro! Claro... mais ou menos... não sei se para ela as coisas são tão claras assim... Complicado, complicado foi tentar controlar semelhante cena no supermercado: uma fedelha de vinte e um meses a gritar automaticamente "PIMBA!", assim que um miúdo lhe cai aos pés, e a rebentar numa gargalhada logo a seguir. É que até me fez mal conter a gargalhada, até fiquei com uma dor de cabeça, mas teve de ser - do outro lado estava a mãe da vítima, que não sabia nada dos genes nesta história.
O meu bichinho-de-mato
Tenho uma filha. Os meus genes não vingaram com grande força nela e, na verdade, mais valia que não se fizessem notar de todo. Herdou de mim a única característica que eu queria em absoluto não transmitir: tenho uma filha bicho-de-mato. Ela recua assim que uma criança se aproxima; vira a cara a desconhecidos; nunca a vi tomar a iniciativa de contacto com colegas de creche; chora desalmada se lhe levantam a voz; não sai do meu colo se está num espaço novo... Não me venham largar para aqui comentários a dizer que é normal. Eu sei do que estou a falar. Eu revejo-me nela. Eu sei exactamente como é ser bichinho-de-mato. E sei, sobretudo, como é não nos respeitarem nessa condição de ser anti-social.
Eu era assim. A minha mãe é que não. E por isso entendeu sempre que fazia o melhor por mim quando me obrigava a participar em saraus de ginástica, exibições em palco de coreografias de ballet , festas de aniversário de coleguinhas de quem até gostava muito, grupos de escuteiros – suprema violência, meu Deus! Suprema! – concursos de dança em casa da avó L....
Para não me alongar mais, passo então ao compromisso:
Minha querida, desde já te garanto que, no que depender de mim, jamais te iniciarei em qualquer forma de contacto social se não for esse o teu desejo. Para tanto, qualquer sinal serve, por mínimo que seja: não tens de chorar nem de me fincar as unhas no pescoço. Cantos da boca descaídos ou um “não” dito baixinho chegam. A mãe entende.
Agora a súplica:
Mães zelosas, garanto que as boas intenções da minha mãe foram contraproducentes de tão desastrosas. O meu processo de socialização não aconteceu mais depressa nem melhor pelo facto de ter sido obrigada a escancarar o meu mundo em público. Hoje, é comum ouvir falar de mim como uma pessoa simpática, prestável, solidária e expansiva. Até dou aulas, imaginem! Continuo a oferecer alguma resistência em primeiros contactos, mas ultrapasso com facilidade esta fase. Este é um mérito só meu. Consegui-o a pulso, longe dos saraus, festas e acampamentos, mais tarde do que seria desejável, se não me tivessem empurrado. Se tiverem um bichinho-de-mato em casa, não o empurrem, está bem?
quinta-feira, agosto 31, 2006
E a febre continua...
A saga continua - o regresso
Por entre estes montes lisos, pautados ou quadriculados, encontrei:
«Setora peso desculpa mas eu munca mais eu vou perduar pelo aquilo que a setora escreveu porque já sei que quando jegar a casa vou levar porrada da minha madrasta e vou levar com o sinto ou com o chicote. que ás vezes fico com o corpo marcado» [sic]
E assinou.
Eu tinha escrito um “recado” na caderneta escolar do M., que estava particularmente agitado naquele dia, porque entendi que devia informar o Encarregado de Educação do aluno da perturbação que vinha causando na aula. Não tinha alternativa. Fazer dele uma excepção seria um mau precedente, para além de que o miúdo começava a escudar-se na condição de mal tratado para gozar de alguma impunidade nas aulas.
Nessa noite senti o chicote nas minhas costas e o cinto nas minhas pernas.
Recomecemos.
quarta-feira, agosto 30, 2006
Blogosfera inteira, atenção!
Obrigada.
segunda-feira, agosto 28, 2006
Thanks, Good Panda!
Agradeço ao canal panda as horas de entretenimento e formação pessoal que proporciona ao meu marido.
Ele é “Aranha”; “Sorriso Metálico”; “ Mãe Aranha”; “A Ladra Meimi”; “Verdocas”... Isto só para não ir além do top five e já sem contar com os popularíssimos separadores da “Lili” e da “Ilona”.
Já que toco no assunto, pede-se a quem tenha apanhado o último episódio da “Ladra Meimi” (agora em arrastada reposição) o favor de o resumir. Ele perdeu-o e eu não consigo consolá-lo.
A produção agradece.
terça-feira, agosto 22, 2006
quinta-feira, agosto 17, 2006
sexta-feira, julho 28, 2006
De partida
preguica_0001
Vídeo enviado por dia-a-dia
Até ao meu e ao vosso regresso!
;)
P.S.: Obrigatório apreciar com som, alto, muito alto!
quinta-feira, julho 27, 2006
Animal de hábitos
Ver para crer (querer) ou Qu'é qu'eu disse?
Quarto Novo
Vídeo enviado por dia-a-dia
quarta-feira, julho 26, 2006
segunda-feira, julho 24, 2006
'Bora? 'Bora!
domingo, julho 23, 2006
Serviços máximos*
Ou assim:
Ou ainda assim:
Eu posso renovar a minha cozinha só por altura do meu 80º aniversário, mas quando o fizer, vai ser assim.
* O mesmo é dizer que já não estou em greve.
sexta-feira, julho 21, 2006
Serviços Mínimos *
Porque sou uma querida e não sou rancorosa, levanto aqui uma pontinha do véu:
*Sim, que eu continuo em greve.
Opinai, senhores! Opinai!
quinta-feira, julho 20, 2006
quarta-feira, julho 19, 2006
Numa de testes
Um teste para saber se sou paranormal???!!! Eh pá! Assim de repente só me ocorre dizer que já me satisfazia com um teste que me dissesse se sou normal... Arranja-se?
Quanto às perguntas do post anterior...
Afinal, eu sou o máximo e não sabia! Para quê ralar-me com questões de pedagogia e educação? Senão vejam:
Você é o que se pode chamar de pai (mãe) ajustado(a) com a realidade atual. Nem excessivamente liberal, nem superopressor(a). Você imagina que deve exercer um controle efetivo sobre a educação de seus filhos e fazer com que eles se comportem de um modo aceitável pela sociedade em que vivemos. Provavelmente seus filhos terão uma educação exemplar e saberão seguir seus próprios caminhos com segurança e sem grandes dificuldades. Mesmo errando algumas vezes, você provavelmente terá muito mais acertos. Está próximo(a) do pai (mãe) ideal.
Resultado: 21 pontos
Eu sou o que se pode chamar de mãe(pai) ajustado(a) com a realidade atual.
Descubra se Você É Um(a) Pai(Mãe) Ajustado(a).
Oferecimento: InterNey.Net
Sendo assim... está bem.
O mundo em estado líquido
Sinto-me por isso como uma fortificação de tábuas por calafetar, que deixa passar água por todos as frinchas. Que modelos vou deixando escoar por cada brecha de mim, sem sequer me aperceber, a cada dia que passa? Inadvertidamente, que paradigma de mulher sou eu para ela?
terça-feira, julho 18, 2006
Sim, Dr. Brazelton... Pois, Dr. Brazelton... Claro, Dr. Brazelton...
FASE I - Anteprojecto
segunda-feira, julho 17, 2006
Qual é a coisa, qual é ela?...
Esclarecimento para os mais picuinhas: é verdade que ela adora ervilhas, mas só lhas dou uma vez por semana. Não, ela não come só arroz e batata, come massa também. Calhou as fotos serem estas. Sim, ela também come ao fim-de-semana, mas como estou em casa, faço-lhe o almoço na altura, como acontece com o jantar. Não, as lágrimas que a mãe chora não são responsabilidade da cebola. E não me aborreçam mais, ou trago-vos já para a minha cozinha esta noite (ou madrugada...)! Bem!...
Standby
Dê para onde der, a mochila está para ali, atirada.
quinta-feira, julho 13, 2006
Eu bem disse que loura não... só burra...
segunda-feira, julho 10, 2006
Em defesa da honra
Mas tiveste imensa graça!...
P.S.: Mau, mau, mau, Maria! Não, não é pintado! Mas alguma vez este cabelo é louro?! Os pés arranjadinhos??!! Com uma unha do dedo gordo do pé que parece ter sido aparada à dentada e as letrinhas a esconderem a penugem?! Vamos lá ver, vamos lá ver! Bem!...
quinta-feira, julho 06, 2006
Etimologias
Começo por fazê-los entender e acreditar que são eles próprios agentes na construção do idioma que utilizam diariamente, são eles que o fazem crescer. Isto porque a língua evolui, fundamentalmente, por duas vias: obedecendo à "Lei do Menor Esforço" e/ou à "Lei da Analogia". Quando chega então a altura de tornar claras estas duas noções, há que apresentar-lhes exemplos muito óbvios: apresento-lhes étimos latinos como ungula e crudum, que vieram a dar origem às palavras "unha" e "cru", em Português; isto para que percebam exactamente em que consiste a "Lei do Menor Esforço" - torna-se claro que houve uma simplificação das palavras, que se tornaram muito mais fáceis de pronunciar. Para os que se mantêm atrapalhados, atiro-lhes com um exemplo contemporâneo: toda a gente sabe que, hoje em dia, já quase ninguém conjuga o verbo "estar", que foi abalroado pelo verbo "'tar". Parece-me ser este um exemplo muito claro do que é a aplicação da "Lei do Menor Esforço" por parte dos falantes da nossa língua. Claro que, para todos os efeitos, o verbo "'tar" não existe, quer dizer... ainda não existe, ainda não é contemplado nos nossos dicionários, mas lá chegará o dia, tenho a certeza. E não há que fazer por isso um drama, que se danem os puristas e vão lá falar latim entre eles, se quiserem; que roam as ungulas até ao sabugo para sublimar a raiva! Quanto à "Lei da Analogia", costumo ensinar aos meus alunos que actuar por analogia é actuar por semelhança, ou à semelhança do que já se fez noutra ocasião. Mas isto só vai lá com exemplos, eu sei, e então conto-lhes a história do SIM (o nosso advérbio da boa vontade), que em latim se dizia sic. Ora, como é bom de ver, a omnipotente "Lei do Menor Esforço" tratou logo de transformar o sic em si, mais simplificado foneticamente. Até aqui, tudo bem. Mas por que diabo resolvemos pôr a dita lei a andar para trás e lhe acrescentámos mais tarde um m?! Não, senhor. O que aconteceu de facto não foi a adição de um m (som consonântico). O que aconteceu realmente foi que um i normal (dito oral) se transformou num i nasal. O i de sim sai-nos pelo nariz, não é verdade? Nós não lemos aquele m como um verdadeiro m, pois não? Ele só serve para mudar a maneira como lemos o i, certo? E por que raio o teremos feito?! A palavra já estava simplificada ao máximo, por que motivo resolvemos mudar a qualidade daquele i, que passou de oral (saído pela boca) a nasal (saído pelo nariz). É muito simples: entrou em cena a "Lei da Analogia" - resolvemos tornar a palavra si nasal, porque o seu antónimo, a palavra não, já era nasal, e, desta forma, passámos a dar "tratamento" igual às duas palavras.
Isto, explicado assim, pode levar-vos a ter imensa pena dos meus alunos de 9º ano, coitaditos, tão novinhos e massacrados com estas coisas... Mas garanto-vos que estas são sempre aulas muito animadas, em que eles tomam consciência da sua língua como um organismo vivo, sujeito a constantes mutações, das quais eles são agentes directos. E é sempre gratificante vê-los a saltar das cadeiras, atropelando a palavra do colega do lado, sem ter o cuidado de pôr o dedo no ar, só para dizerem que agora entendem a razão de ser da palavra "inda" na boca da avó, quando eles dizem "ainda"; ou da confusão que já tiveram de desfazer quando o professor de Química lhes ensina o símbolo químico do ouro, enquanto a professora de Português lhes fala na história da galinha dos ovos de oiro.
Mas a que propósito vem esta conversa? Que interesse têm as gincanas com que me confronto num dia de actividade profissional? Se calhar faria melhor guardando para mim estes entusiasmos que, provavelmente, são só meus. OK, guardo-os daqui para a frente. Este tinha de cá ficar, porque reparei ontem que a minha condição de mãe, inadvertidamente, acabou por servir de forma brilhante a minha função docente, neste capítulo da história da língua. E achei a coincidência tão interessante, que não posso deixar de a registar aqui. Ora bem, ainda a R. não tinha nascido, e nós já a tratávamos por Besnica. Acontece que, com o tempo, o termo foi sofrendo diversas modificações, passando de Besnica a Banica, de Banica a Nica e, por fim, de Nica a Nicova. Querem melhor exemplo da aplicação simultânea das duas leis de evolução da língua?! Vejamos: Besnica passou a Banica e, posteriormente, a Nica pela aplicação da "Lei do menor Esforço" (porque simplificámos as palavras); depois, Nica passou a Nicova pela aplicação da "Lei da Analogia" (porque passámos a pronunciar a palavra à semelhança do idioma russo)!
Olha-me isto! Eu com tanto trabalho a preparar uma aula na biblioteca e tinha tudo prontinho em casa!...
terça-feira, julho 04, 2006
As fases da minha Lua
Fase "Buzina" - Teve início ainda na maternidade e durou até aos quatro meses de idade. Foi DE-SES-PE-RAN-TE. Foi um período de que não temos saudades. Chorava constantemente e toda a nossa vida se organizava, ou desorganizava, em torno do seu pranto.
Fase "Porcelana" - Seguiu-se à fase "buzina" e correspondeu a um período de maior acalmia. O choro já não era uma constante, regra geral só acontecia se um estranho a olhava muito fixamente, se alguém levantava a voz ligeiramente acima do tom costumeiro, se insistiam em tocar-lhe na rua...
Fase "Swifer" - Correspondeu a um esboço de independência e autonomia. Já se relacionava bem com estranhos e a palavra de ordem era "saiam da frente que eu quero passar", mas como não andava, rastejava e rebolava-se, arrastando consigo tudo o que era cotão em chão próprio ou alheio. Durou oito longos meses.
Fase "Macaca" - Fase desconcertante de cómica, mas delicada. Imita TUDO o que ouve ou vê fazer. Passámos a policiar-nos cá em casa: "Não digas isso! Ela está atrás de ti!"; "Não faças assim! Ela está a ver!".
Fase "Eu sei, eu posso, eu faço. Deixem-me!" - Fase em período para lá de embrionário. Tem as suas vantagens: come sozinha à mesa, prepara TUDO o que é preciso antes de ir passear, orienta sozinha o carrinho do supermercado, sem atropelar ninguém (prodígio que a mãe não garante a 100%)... Tem as suas desvantagens: acha que pode lavar roupa sozinha (às escondidas, prepara o estaminé com alguidar, detergente e a roupa dela, mas a mãe não a deixa chegar a vias de facto); insiste em lavar os dentes, que é como quem diz o nariz, as orelhas e o cabelo...
A estas, outras se seguirão. Mas estas eu não esqueço...