sexta-feira, dezembro 21, 2007
In utero
Há quem acredite no Pai Natal...
Eu prefiro acreditar na minha filha.
sábado, dezembro 15, 2007
Do Natal na escola...
Giro, giro é dar comigo comovida, às lágrimas, com a actuação dos filhos dos outros...
Giro, giro foi ter sentido ali o verdadedeiro espírito de Natal, o autêntico, o genuíno, sem uma referência que fosse ao meu Natal católico. O colégio é laico, eu não, mas acho que é assim que deve ser. A pluralidade intelectual, moral e social também se educam.
sábado, dezembro 08, 2007
quinta-feira, dezembro 06, 2007
Ela e Sophia. Sophia e Ela.
Meninas do Mar_0001
Colocado por dia-a-dia
Hoje fui buscá-Las, às duas. Não tropecei nelas. Fui buscá-Las. Em boa verdade, era a Ela que procurava. Novos receios fazem-me procurá-La, trazê-La até mim, puxá-La contra o meu peito. Na busca daquele desenho dei então com Sophia, porque ambas se haviam juntado há um ano atrás. E gostei tanto de as ver juntas! Para mim, foi feliz a hora em que me lembrei, precisei, de as misturar.
Texto: Sophia de Mello Breyner Andresen, excertos d'A Menina do Mar.
Desenho: Rita, a querida filha desta mãe.
Música: Madredeus, As Ilhas dos Açores.
domingo, dezembro 02, 2007
quinta-feira, novembro 29, 2007
Há desejos que não podemos manifestar a uma mãe...
E eu só disse que aquele frasquinho de doce de abóbora estava óptimo...
(Doce de abóbora com noz, que eu como aos montes em tostas, com requeijão de ovelha... Prazeres de Outono, enfim...)
Sim, ajuda...
Só não sei até quando é que isto pega... Mas é verdade que se torna mais fácil orientar-lhe os horários logo de manhã, à tarde (na agora crítica hora do banho) e na difícil hora de deitar...
Esta gracinha apresenta alguns problemas de concepção - programação de actividades limitada a um total de 6o minutos, deficiente fixação de fichas, ausência de um dispositivo de bloquemento de botões... - ainda assim, ajuda-os imenso na criação de referências temporais e "5 minutos" passam, definitivamente, a ter um significado diferente de meia hora.
quarta-feira, novembro 28, 2007
Se me dão licença...
terça-feira, novembro 27, 2007
Consumismo - a negação
A verdade é que, desde que faço compras com ela, desde recém-nascida, NUNCA peguei fosse no que fosse para lhe dar, NUNCA lhe pus nada nas mãos do que se apresenta nas prateleiras, NUNCA lhe perguntei "Queres?" Quando muito, deixo pegar para ver, explorar, brincar até, sem esquecer que "o que aqui está é da senhora da caixa, não é nosso, só podemos ver e mexer sem estragar". Resumindo: nunca tomei a iniciativa de dar, e a ela nunca lhe passou pela cabeça ficar com o que não lhe pertence. Isto até ter noção de que tudo se pode comprar, tudo tem um preço (até as pessoas, dizem, mas a essa parte ela ainda não chegou). Acho que foi assim que se habituou a ver na ida às compras um momento de pragmático abastecimento doméstico, meramente.
Pouco antes de fazer três anos, começou a expressar desejos de natureza mais consumista, mas nunca como pedinchice. Vai dizendo: "A R. queria...", "A R. gostava...". E pode passar diante do objecto da sua ambição que não diz "Eu quero!"
E assim chegámos ao "A R. queria uma pita [pista]...". Ora, assim que o automobilístico desejo chegou aos ouvidos da avó, a pista tomou forma e esteve mais de um mês à espera, guardada no seu embrulho, enquanto não chegava o dia 26. O dia de aniversário saldou-se na módica soma de quatro prendas, um bolo do Noddy e um bolo de amêndoa e requeijão (desejo que a avó também apanhou pelo ar e não perdeu tempo nenhum a atender). Com o primeiro embrulho rasgado - a pita, pois então! - entrou numa espécie de transe, delírio, passou-se para outra dimensão, eu acho. De tal forma que não sei se acreditam, mas a prenda que os pais escolheram para ela ainda ali está, embrulhadinha, virgem na sua condição de presente de aniversário - ainda não a abriu. Eu entendo, não me melindro e até me orgulho, de certa forma - aquela não foi a prenda que ela quis, levianamente, entre o centésimo episódio do Ruca e o sexagésimo do Little People. Aquela foi a prenda que ela quis muito, muito, muito, que a manteve a sonhar acordada e pela qual soube esperar pacientemente.
Hoje, na mochila da escola, não houve como evitar o peso de dois Volkswagens, um camião tire, um furgão dos correios, uma carrinha blindada e um veículo da polícia - tudo em segredo, como devem ser mantidos os objectos do nosso desejo, cujo valor só nós entendemos.
segunda-feira, novembro 26, 2007
3
Responde! Damos-te mais um ano para nos responderes! Bem... pensando melhor, damos-te a vida. Ou por outra... não nos respondas. Segue, desde que pares de vez em quando para te poder beijar... só para te poder beijar. SEGUE.
quarta-feira, outubro 31, 2007
Vou dizer-te uma coisa, mãe...
Hoje é dia d' Ai ó lindo...
E eu, que nunca achei gracinha nenhuma à tradição importada, sendo assim, aceito.
quarta-feira, outubro 03, 2007
Briefing
O menino do gás
domingo, setembro 30, 2007
Lá em cima está o ti-ro-li-ro-liiiro...
Bom, mas os codóminos do 3ºD não passaram do mote que me traz à ideia de "serviço público". É que ando cá com a consciência roída, por me considerar em falta de há uns tempos a esta parte. Porque há coisas que tenho vontade de publicar no blog, mesmo sem lhes reconhecer qualquer utilidade pública; e há outras que, mesmo faltando a vontade, sinto que devo publicar, porque daí poderia vir grande benefício para muita gente... sinto-o como uma espécie de obrigação social. Sim, um blog tem obrigações socias a observar, queiramos ou não, a partir do momento em que abrimos janelas para a rua. E eu só não as observo por preguiça pura. Bem... isto digo eu... se calhar, o meu "serviço público" nem teria interesse para ninguém, e o melhor seria cingir-me à minha condição de ti-ro-li-ro-lóóó e deixar-me de cantigas...
Nota de esclarecimento: Vem isto a propósito de qualquer coisa de muito importante que já deveria ter publicado no outro blog... Mas a paciência, senhores, a paciência...
segunda-feira, setembro 24, 2007
Sinto-me cega
sexta-feira, setembro 21, 2007
quarta-feira, setembro 12, 2007
Volta não volta
Peculiar
Daqui, vai um beijo
segunda-feira, setembro 10, 2007
Ai a Língua Portuguesa...
- O pai não pode. Agora o pai tem de ir fazer a barba.
- Não. Não faças que já tens muita...
quarta-feira, setembro 05, 2007
Há fantasmas teimosos
segunda-feira, julho 30, 2007
Mais memórias
Memórias
quarta-feira, julho 11, 2007
terça-feira, julho 10, 2007
Casei com um ateu, graças a Deus.
Tudo isto à luz do acordo tácito que nos rege: eu nunca tentarei convertê-lo; ele nunca tentará demover-me da minha fé.
segunda-feira, julho 09, 2007
Lavoisier
segunda-feira, julho 02, 2007
sexta-feira, junho 22, 2007
CGTP em casa
- Hoje não quero ir à escola! - mas isto dito com ar de sindicalista irredutível.
Ora experimenta lá fazer geve, a ver se me impressiono.
terça-feira, junho 19, 2007
Dia D
M. , por favor, não voltes a confundir um vocativo com um aposto! D., por Deus, uma anáfora não é uma metáfora! E C., meu querido, Camões não é teu contemporâneo!
Boa sorte, miúdos!
quinta-feira, junho 14, 2007
Alegrias do meus dias de giz
- Já???!!!
quarta-feira, junho 13, 2007
A1
terça-feira, junho 12, 2007
sábado, junho 09, 2007
Quem espera...
terça-feira, junho 05, 2007
Mais dia, menos dia
segunda-feira, junho 04, 2007
Eu, nem assim...
A conseguir o mesmo efeito, só se for com o nariz... Mas tenho pena, devo confessar.
domingo, junho 03, 2007
Mini, hipo, infra, micro
quinta-feira, maio 31, 2007
Super, hiper, mega, extra...
- Sabe... bem... estivemos a pesá-los todos hoje... por causa das cadeiras do autocarro, na sexta-feira... a R. ... Bem... A R. ... A R. é a única criança NA CRECHE INTEIRA que já não conseguimos sentar nas cadeiras, restam os assentos elevatórios... São 18 kg, sabe?...
- Sei.
E como não vai nada em assento elevatório, que a miúda ainda não tem os 22kg tidos como limite mínimo para a dita solução, lá foi a mãe à procura da Moby. Pronto.
Mas não era de nada disto que queria falar. Foi pretexto. Toda a gente sabe que eu nunca fui muito de vir para aqui embandeirar em arco com perímetros cefálicos, pesos, alturas ou medidas do tornozelo. É só para bradar que estou numa excitação que não contenho: amanhã vou dizer-lhe adeus, à partida para a praia! Eu, a mãe, completamente frenética, de mãos espalmadas no vidro, quiçá borrifando a saída de emergência de cuspidelas, enquanto faço caretas e graçolas para ela... É assim que me imagino. É a primeiríssima vez que sai com o colégio.
A MOCHILA, CÉUS! A MOCHILA! Será que me esqueço de alguma coisa? Será que vai muito pesada? Será que ela se orienta com o que lhe mando? Onde ponho as bolachas? Dentro podem não vê-las; na bolsa de fora, ela pode esmigalhá-las quando se encostar... A água chega? Será que vêem o protector?! Ai a pele dela! Se calhar ia melhor preso por um cordel a pender para fora da mochila...
ADEUS, FILHA! ADEUS! BOA VIAGEM! E lá ficará o vidro todo cuspido.
domingo, maio 20, 2007
34 x 2
PUAAAAAAAAARTOOOOOOO!!!
sábado, maio 19, 2007
Quando for grande...
Qual Mia Couto....
Sobe, sobe pelo ar,
Está feliz o petiz
A cantarolar.
Mas o vento a soprar
Leva o balão pelo ar,
Fica, então, o João
A chorapingar.
Qual Mia Couto, tal figlia mia.
terça-feira, maio 15, 2007
Estereótipos
sábado, maio 12, 2007
Carta à prima Vera...
sexta-feira, maio 11, 2007
Mãos de lição cem, pés de lição zero
Terminaram, finalmente, as comemorações da centésima lição de Língua Portuguesa em cada uma das minhas turmas. Ninguém imagina o desgaste. Mas sou incapaz de lhes negar estes "festejos". "Festejos" com muitas aspas, muitas - a ideia que eles têm destas comemorações é muita diversa, dependendo, sobretudo, do nível de ensino de que estamos a falar. Por exemplo, para os miúdos do 7º ano, lição 100, com os zeros todos, tem de ter comes e bebes, mais comes que bebes, mas a dupla não pode faltar. Em contrapartida, para os alunos de 9º ano a coisa não tem de passar forçosamente pelo repasto, tanto que lhes propus a declamação de um poema de Pessoa, lá fora, junto ao campo de futebol, e eles aceitaram lindamente, e fizeram uma espécie de dramatização engraçadíssima, com um mostrengo de voz grossa e um homem do leme à beira da apoplexia. Foi uma aula fantástica!
Portanto, o que me cai mesmo mal são aquelas raves do 7º ano... Ele é sumos com gás a mais e copo a menos; ele é o bolo de bolacha que a cota fez, com mais natas que Maria; ele é gomas de boca em boca, que afinal este sabor a coca-cola já passou de prazo há bué; ele é Kizomba, Kuduro e Funaná, do mais fixe que há, tão piratas, tão piratas, que nem nas Caraíbas...
Enfim... servir o bolo ainda servi, comê-lo tive de comer, mas dançar Kuduro???!!! As mãos pegajosas ainda vá... afinal de contas, é a lição 100... Mas, por favor, deixem-me os pezinhos no chão, que lá nisso do Kuduro vou na lição zero!
Correu bem.
quarta-feira, maio 09, 2007
Ou sim, ou sopas
Quer dizer... um belo dia tecem elogios rasgados à chamada "dieta mediterrânica", com as obrigatórias saladinhas fartas, regadas com o seu fio de azeite; o pão dito "de segunda" (que para mim virá sempre em primeiro); o modesto copo de vinho; os ensopadinhos de cereais (vulgo papas); o peixe gordo ainda com cheiro a mar (antes mesmo de se renderem às virtudes do omega3); e, lá está, A SOPA! No dia seguinte, arranjam forma de tramar o mérito do velho continente e toca de difamar a sopa, desvirtuá-la, deixá-la reduzida ao caldo desenxabido, a fazer lembrar o que resta da água suja, depois de lavadas as chávenas de café! E nós, meninos UE, com o complexo da reverência, lá baixamos o nariz e ficamos com o rabinho a descoberto, enquanto vamos repetindo"Amen, uncle Sam"! Mas afinal que fantochada é esta de nos virem agora impingir a ideia de que a sopinha é muito boa para a saúde, sim, senhor, mas sem batata?!Ah! E já agora, eliminem a abóbora e a cenoura que também não fazem lá falta nenhuma! Certo. Ficamos, portanto, com a sopinha made in USA, preparada com uma base de... de... de... Eh, pá! De... de... de... Agora de repente não me ocorre nada para a base desta sopa... Ah! Pois claro! Que má vontade a minha! Rabanetes! Ora aí está o ingrediente que, cozido e bem passado, constitui a base ideal de qualquer sopa! Não é apreciador do tubérculo? Não há problema nenhum! Arranja-se já uma ramazinha de aipo que faz perfeitamente a vez! Também não é chegado ao aroma? Hmmm... Nabiça! Vai à varinha mágica e, sem mais nada, faz a base perfeita de qualquer sopa! Claro que só uma categoria de pessoas pode atingir o ridículo destas minhas sugestões - todos aqueles que alguma vez na vida já se entregaram à tarefa de fazer uma sopa. Quem percebe realmente de sopas (que não são certamente os senhores fast food nem os médicos/nutricionistas portugueses que lhes engoliram as teorias furadas!) sabe que não há nada mais elementar e óbvio que a receita de uma sopa, a saber: junte-se a uma boa base tudo o que nos vier à cabeça ou sobrar no frigorífico. E é justamente nestes últimos ingredientes (que devem ficar inteiros na sopa) que está o segredo do equilíbrio nutricional da mesma! Explicando: é claro que a base de uma sopa (isto é, a parte que se apresenta em estado líquido no nosso prato) pode ser mais ou menos carregada de batata. Idealmente, a batata, a cenoua e a abóbora devem aparecer naquela dose estritamente suficiente para garantir a homogeneidade do puré. O resto do "corpo" desta base deve ser conseguido à custa da cebola, do nabo, do alho, do alho francês, da courgete, da couve-flor, dos bróculos, etc. Mas eliminar radicalmente aqueles três ingredientes seria um disparate de calibre! Repare-se: a base de uma sopa, mesmo que leve bastante batata, abóbora e cenoura, é consumida em quantidades mínimas se, nesse constituínte líquido, pusermos a boiar uma série de outros elementos inteiros. Façam a experiência: cozinhem a sopa que tenho ali para o meu jantar, sirvam-na num prato fundo e retirem-lhe minuciosamente, com um garfo, os bocadões de feijão verde de partir e courgete que lhe acrescentei inteiros. Hão-de ver que ficam com uma quantidade ridícula de puré de legumes no fundo do prato! Ora, o mal de qualquer dieta jamais pode estar naquela penúria alaranjada, muito pelo contrário - a batata, a cenoura e a abóbora são importantes, em quantidades moderadas, e deixam-nos uma sensação de saciedade que nos leva a comer menos a seguir! Onde está, muitas vezes, o erro nutricional é no facto de confundirmos purés com sopas, propriamente ditas. Claro que, nesse caso, fartamo-nos de engolir batata, cenoura e abóbora! O que se quer são as chamadas sopas à lavrador (hmmmmmm!...) - a base reduzida ao mínimo (se puder ser só água, óptimo!) e os bocadões de tudo e mais alguma coisa acrescentados ao máximo, boiando, nadando e afogando-se, felizes e contentes, no nosso prato - incluíndo bocadões de abóbora e cenoura, por que não?! Outro erro crasso está tantas, tantas vezes no azeite que juntamos à sopa ainda ao lume, ou já depois de pronta, quando sabemos que teremos mais tarde de a requentar. O azeite é ingrediente fundamental de qualquer sopa, mas sempre a cru e usado com toda a parcimónia.
segunda-feira, maio 07, 2007
Todo o anacronismo tem o seu tempo - a prova
A verdade entra-me pelos olhos dentro - Dr. Michel Cohen é que sabe. O seu a seu dono - Marco Bellini está para a massa e para o molho, como Michel Cohen está para as crianças e seus pais:
"No matter what you may have heard or read, toilet training is unnecessary."
Por falar nele, agradeço ao primeiro que saiba da edição desta BÍBLIA, em português, o favor de me avisar. Espero mais uns... dois meses. Findo o prazo atiro-me mesmo à edição em inglês.
domingo, maio 06, 2007
Dia de Quem?
segunda-feira, abril 30, 2007
Com os copos
Ora, tanto quanto consegui apurar, estes sulfitos não são senão um conservante, derivado do enxofre, adicionado ao vinho, com efeito anti-oxidante e com o poder de matar bactérias. Note-se que algumas marcas/produtores optam pela menção "Contém E220", o que vai dar rigorosamente ao mesmo. Segundo li, na verdade não há vinhos sem sulfitos, uma vez que esta é uma substância produzida naturalmente durante o processo de fermentação. Simplesmente, se a presença de sulfitos não se fica pelo que é natural e passa à qualidade de aditivo, então a sua presença no vinho tem de ser declarada no rótulo.
Até aqui, tudo bem. A coisa funciona às claras como eu gosto. Tanto é, que, em 1997, o então Presidente da Repúplica promulgou inclusivamente o Decreto-Lei n.º 159/97 de 24 de Junho, transpondo para a ordem jurídica nacional aquilo a que uma Directiva Europeia já obrigava. Acontece que o relambório legal não obriga as marcas/produtores de vinho a mencionarem a quantidade deste aditivo diluída nos seus néctares... Olha que chatice! Esqueceram-se! Oh... deixa lá. Que importância é que isso tem? Eles já são tão queridos ao fazerem o favor de nos informar das porcarias que juntam à reserva de Duas Quintas de 2003, para quê procurar mais cabelos em ovos, não é verdade? Não, não é verdade. Nem eles são uns queridos, nem é líquido que os ovos não possam ter cabelos! E a coisa é tanto mais gadelhuda e desgrenhada quanto é certo que esta porcaria da família do enxofre (como o Demo, ele próprio) é responsável por aquelas estranhas dores de cabeça que experimentamos com uns golinhos apenas, ou uma valente crise de asma para os consumidores mais sensíveis. Sabia disto? Não? Eh, pá! Então eles não avisaram?! Ah... pois não... esta parte não tem de vir no rótulo. Mas, pensando bem, a mensagem subliminar está lá, é tudo uma questão de morfologia - eles nunca lhes chamaram sulfinhos, pois não? O que lá está escrito é "sulfitos" e a gramática avisa: a conotação é depreciativa. Só não vê quem não quer.
Passear macacos
O pai provoca-a, com cócegas. Ela, atiçada pelo gene do mau feitio, abespinhada a ponto de lhe saltarem os olhos, protesta:
- Aiii!
- Ó filha, o pai estava só a brincar! Credo! - esta fui eu, a pôr água fresquinha na fervura.
- O pai é um brincalhão! Está sempre a brincar com a R.inha! Vai brincar com as bonecas, papá!!! - lá está o gene.
Eu não disse de onde vem o gene, atenção! Mas que domina, domina.
Eu que nem sou de modas
domingo, abril 29, 2007
Tenho uma Avozinha
A Avozinha vai com certeza desculpar-me a irreverência, mas vou roubar-lhe a varinha, para premiar mais cinco, de acordo com o regulamento, que sugere aos distinguidos que elejam cinco blogs que nos façam PENSAR. Um grande plim, então, para estes senhores:
PEDRO_NUNES_NO_MUNDO - Porque este homem PENSA, de facto, e leva-nos à exaustão por nos obrigar a pensar com ele, por nos arrastar para causas que passam a ser nossas. Porque tem um coração muito maior que ele próprio, escondido por trás da irreverência que aparenta.
Mamãããã!!! - Porque, por mais profunda que seja a ferida, mesmo em carne viva, a lucidez de espírito pode sempre salvar-nos. Porque nos faz pensar a dor e acreditar que as cinzas não são o fim.
Pipáterra - Porque desmonta a cada dia o mito da paternidade distante, de mão-de-ferro. Porque, descaradamente, se assume como um homem, muito para lá do pai e do marido. Não, não é um babyblog, como a barrinha lá em cima pode fazer crer, essa é só mais um apontamento de humor.
Aos meus olhos... - Porque tantas vezes as palavras são demais. Porque é por palavras que pensamos, mas o rastilho podem ser fotos assim.
domingo, abril 22, 2007
Auto-estima - up, and up, and up...
Ela 1 - Para cima, para baixo... Para cima, para baixo... para cima, para baixo...
Ela 2 - Muito bem, muito bem!...
Ela 1 - Obrigada, obrigada...
sexta-feira, abril 20, 2007
Pragmatismo
RAQUELNADIASMCOSTINHASAMÃEDOSMIÚDOSJASMIMANÓNIMODASNÓDOAS DECEREJASUSANACOSTADIA-A-DIA(QUEEUNÃOFAÇOIDEIANENHUMADEQUEMPOSSASER)
quarta-feira, abril 18, 2007
Bond, my name´s Bond, James Bond *
- Como te chamas?
- Homem-Aranha. Fábio Homem-Aranha - respondeu, a empinar o queixo, lá do alto. Ficou logo claríssimo que "Homem-Aranha" não era cognome, alcunha, nem título comprado. Era antes parte autêntica e genuína da sua identidade. Não havia nada de postiço ou fictício no nome.
- E quantos anos tens, Fábio Homem-Aranha?
Então começou a dedilhar os anos, um bocado atrapalhado, até conseguir esfregar-me no nariz quatro dedos espetados a custo - eram, portanto, quatro aninhos recentes.
Homem Aranha, pois claro. E eu só queria a ingenuidade dele e seria então a Mulher-Maravilha. Maravilha mesmo: 0% celulite, soutien nº 38, 60 kg distribuídos por 1,80 m... Como foi que disse? Sem morada certa? Sem o meu homem? Made in USA? Ok... Fico com a celulite... Como?! Ainda assim mantenho a abstinência e a bandeira estrelada, às riscas?! Pronto... esqueçam lá o 38... Ainda assim não dá para trocar pernas e braços debaixo do edredon?! Mulher. Ponto. Abro mão do "Maravilha". Vendo bem, até ficava um bocado piroso. E benditos quatro anos...
* Este é para ti, já que não posso fazer mais.
terça-feira, abril 17, 2007
A menina desculpe...
Isto para o caso das operadoras de caixa dos hiper, super, minimercados que frequento virem aqui ao meu blog.
Clausura
A alma das coisas
quinta-feira, abril 12, 2007
Finalista
segunda-feira, abril 09, 2007
Varicela - dia 7
Varicela - dia 6
sábado, abril 07, 2007
Varicela - dia 5
sexta-feira, abril 06, 2007
Saudades da saudade
Era o verdadeiro prazer sem espinhas, quando o meu pai resolvia tratar da parte dos atilhos, perante a censura incrédula da minha mãe: “Parece impossível! Em dia de jejum!... Tu não tens vergonha?!” O meu pai respondia com um franzir de olhos infantil e com a boca entupida ao estilo francês.
Tenho tantas saudades da saudade que acordava comigo naquelas santas sextas-feiras, de pecadilhos anunciados...
Varicela - dia 4
Varicela - dia 3
quarta-feira, abril 04, 2007
Varicela - dia 2
Quem é a coisa mais linda, mais doce, mais fofa, mais querida, quem é?
domingo, abril 01, 2007
Directas
- És feliz, filha?
- Sim, feliz. E tu, mamã, és feliz?
- Sim, filha, sou feliz.
- E tu, papá, és feliz?
- Sim, Banica, o pai é feliz.
E a felicidade que lhe iluminou a cara anulou a luz listrada que galgava lençóis. Sem sombra de dúvida, entende o conceito. Sem sombra de dúvida, é FELIZ.
sábado, março 24, 2007
Síndroma do sangue azul
Vem esta reflexão, com cheirinho de autocensura, a propósito de uns minutos de lazer que passei com ela nos baloiços, esta semana. Assim que pôs o lindo, delicado, perfeito pezinho no parque, a minha pré-adolescente, de dois anos e quase quatro meses, foi abalroada por um alarve da idade dela. Antes de fazer deflagrar o pranto, teve tempo de gritar:
- Bruto! Isso não se faz à princesa!
Pois é... quando passarem os egocêntricos dois anos, hei-de arranjar maneira de lhe explicar que aquele bruto é o príncipe de uma outra mãe.
Do avesso - narração - canto III
terça-feira, março 20, 2007
Do avesso - narração - canto II
Do avesso - narração - canto I
- E estás aí sozinho?
- Não, está cá mais gente.
- Gento ou genta?
Concluo que me fez mal ver Otelo e digeri mal Dom Casmurro.
Do avesso - dedicatória
Do avesso - proposição
segunda-feira, março 19, 2007
(Co)sleeping
-Chiiiiiiiiiiiiiu!!! - impôs ela o ultimato, quase ordem de despejo.
A mãe ficou demasiado estupefacta para reagir. Ao pai ocorreu-lhe que o princípio da livre circulação resolveria o problema, e resolveu. Porque há muros que importa derrubar, outros basta transpor.
domingo, março 18, 2007
sábado, março 17, 2007
Traída pelo ciclo da História
sábado, março 03, 2007
Ecco la Donna
Começo a observar demasiadas semelhanças entre mim e as mulheres de Rubens. Este post até podia ter por título "Descubra as Diferenças", se estivesse na predisposição de exibir as minhas formas e se o desafio não resultasse num fastidioso jogo, que não ia além dos dois ou trêss pontos discordantes.
Mas quem me conhece sabe que não sou moça de prantos nem lamentos. Solução. Urge a solução. Posso seguir pelo asfalto, ou tomar o caminho das pedras, que é como quem diz: da dieta e da ginástica. A regularidade do asfalto, por outro lado, diz-me que a História se repete, como se repetem as modas, os parâmetros de apreciação estética... Mas o século XVII já foi há tanto tempo... Quando é que a coisa dá a volta? Quando se completam os 360º? Quando voltarão os homens a babar perante a exuberância dos contornos e a plenitude das formas? OK, eu espero.
segunda-feira, fevereiro 26, 2007
sexta-feira, fevereiro 23, 2007
Eu também, miúda... Eu também...
- Não quero moedinhas! Quero o pai!
terça-feira, fevereiro 20, 2007
Desktop
Eu sempre disse que não seria nunca destas coisas: foto dos miúdos na carteira, ambiente de trabalho do computador poluído de sorrisos geneticamente condicionados, canecas impressas com o "gosto de ti, mamã", mas mudam-se os tempos... e eis o desktop do meu PC de há dois anos a esta parte... Confesso que gostava de ver o teu, e o teu, e o teu, e o teu, e o teu, e o teu, e o teu, e o teu... Só para poder rir também.
segunda-feira, fevereiro 05, 2007
domingo, fevereiro 04, 2007
Convulsões febris - O Mito
Atacando a questão e agarrando-a pelos cornos:
- A convulsão febril, desde que ocorra entre os 6 meses e os seis anos, é uma reacção natural do organismo humano;
- Ao contrário do que dizem os livros, a percentagem de crianças que sofre convulsões febris não ronda os 4%, esta é certamente muito superior. Caso contrário, como se justifica que mais de metade das mães com quem me relaciono tenham casos para contar, vividos na primeira pessoa? A percentagem revelada pelo livros só pode, por isso, ter por base os casos que chegam aos hospitais e/ou ao conhecimento médico;
- As convulsões febris na infância mantêm-se como um tabu que poucos admitem ter vivido. Não nos esqueçamos que este é um fenómeno envolto num misticismo cultural muito grande. Antigamente, uma convulsão, fosse ela de que natureza fosse (febril, epiléptica, ou outra) era vista como uma forma de possessão demoníaca, o que não ajudou nunca à sua divulgação;
- Uma convulsão febril nem sempre se manifesta da forma como estamos habituados a ouvir falar dela: com o corpo hirto, estrebuchando no chão, espumando da boca. Não é de descartar a hipótese de uma criança sofrer alguma vez na vida uma convulsão, sem que alguém junto a ela se aperceba disso. Recordo que a minha filha teve (?) uma convulsão sem qualquer alteração física que não fosse o queixo a tremer, muito discretamente, como se estivesse com frio! A apatia que se seguiu podia perfeitamente ter escapado à nossa atenção;
- Uma autêntica convulsão febril na infância não implica qualquer dano neurológico ou de outra natureza. O que nos deve preocupar é a possibilidade de uma aparente convulsão febril estar a mascarar uma convulsão de outra natureza, ligada, por exemplo, a uma meningite ou epilepsia;
- Não há uma temperatura que se possa considerar o limiar para uma criança poder fazer uma convulsão - há história de miúdos que iniciam o processo convulsivo com 37,5ºC de febre.
O que fazer quando se dá uma primeira "crise":
- Aguardar, com calma, que os tremores passem, assegurando simplesmente que a criança pode estrebuchar em segurança, isto é, sem nada ao seu alcance em que se possa magoar. Nunca colocar nada na boca da vítima nem tentar impedir-lhe os movimentos involuntários!
- Assim que possível, proceder ao arrefecimento da criança, por todos meios que estiverem ao nosso alcance - se a criança está já sob o efeito de um anti-pirético tomado recentemente, nada mais há a fazer senão despi-la completamente e iniciar o arrefecimento corporal directo, com pachos de água fria debaixo das axilas e nas virilhas e testa. Nestes casos está desaconselhada a imersão na banheira, uma vez que a apatia e falta de reflexos pode facilitar o afogamento. Desligar aquecimentos que possamos ter ligado em casa;
- Colocar a criança em posição lateral de segurança - muito importante caso se verifiquem vómitos;
- Ligar para a Linha Pediatria 24 (808 24 24 00) e descrever com todo o pormenor o sucedido. Este procedimento, embora possa parecer desnecessário para os mais precipitados que se queiram pôr logo a caminho do hospital, vai permitir um ganho de tempo muito considerável, uma vez que nos permite "saltar" a triagem no hospital;
- Se da linha de emergência nos disserem que vão enviar um fax para o hospital (o que é provável em caso de primeira convulsão febril) preparar a saída com a criança rumo ao hospital:
- Levar a criança com pouca roupa e "descomplicada", para ser fácil despi-la e vesti-la (o que vai acontecer várias vezes ao longo de umas horas);
- Levar uma manta para envolver a criança na passagem de umas salas para as outras no hospital e para poder recostá-la a dormitar quando possível;
- Levar uma garrafinha/biberão de água - é natural que a criança tenha sede por causa da febre e do sobreaquecimento dos diversos espaços no hospital. Por outro lado, caso tenha de fazer análises à urina, terá mesmo de tomar água para ser possível uma colheita rápida - quanto menos tempo levar para fazer xixi, menos a criança se aborrece;
- Levar uma embalagem grande de toalhetes - baba, ranho, vomitado, tudo se limpa;
- Caso a criança tenha vomitado em consequência da convulsão, é muito prático tarnsportá-la ao hospital com um babete descartável, daqueles com bolsa-pelicano - amparam bem novos vómitos e são muito práticos de substituir.
6. Por último, ultrapassado o terramoto que representa sempre uma convulsão, quer seja a primeira, quer seja a vigésima, falem, falem sobre o assunto, com quem quer que esteja na disposição de vos ouvir - no trabalho, em casa, na paragem de autocarro, no blog, por mail... vão surpreender-se com a quantidade de convulsões que começam a revelar-se e vão, por isso, sentir-se menos sós. Obrigada a todos os que se aproximaram de mim ao longo daquela terrível semana, até hoje.
E pronto. Matei o mito. Derrubei o tabu.
AH3
- Tosse (primeiro seca e muito irritante, depois já com expectoração e igualmente desconcertante);
- Febre a ultrapassar os valores normais de cada um dos atingidos - por cá, tanto a filha como o pai foram aos 40ºC, ela com direito a convulsão, ele com delírio e tudo!
- Nariz pingão;
- Dores generalizadas no corpo;
- Eventual inflamação da garaganta, por força das desesperadas tentativas para expectorar e da tendência para dormir de boca aberta.
Desejo-vos sorte.
terça-feira, janeiro 30, 2007
Simplex
Perdi o meu cartão de beneficiária da ADSE. Dirigi-me, portanto, aos respectivos serviços centrais, para tratar de uma segunda via do dito documento. Meia hora à espera (sim, a coisa correu muito bem!) e a pergunta vem de encontro à minha sinusite:
-Quer entrega prioritária?
Quis saber, obviamente o que era o “prioritário”, que isto das prioridades é como os chapéus do palerma. Ora, uma vez que o prioritário da indisposta senhora era sinónimo de instantâneo, nem pensei duas vezes, que naquela fila ninguém me apanhava mais!
- Então são dois euros – sentenciou.
Nisto, começo a ouvir as entranhas de uma impressora em rebuliço e eis que o resultado da digestão é, nem mais nem menos, a tal segunda via. Em folha corriqueira. Nada em papel de gramagem superior, uma folheca, pronto, como já era o seu mais directo ascendente – a famigerada primeira via.
Não sei se alcançam o absurdo do que se passou. Porque paguei dois euros, a funcinária do Ministério das Finanças accionou o lado direito do rato, com o cursor a atingir certeiro o ícon print. Se não tivesse pago a módica quantia, a senhora teria feito rigorosamente o mesmo gesto, naquele preciso instante, ou depois, nas minhas costas, com a diferença que teria eu de lá voltar, tirar nova senha, esperar e receber o cartão.
Roubar e ir preso é que é vergonhoso. Como a segunda condição não se verifica, não há problema nenhum. Simplex.
quinta-feira, janeiro 25, 2007
A vida em convulsão
Esta semana marcou de forma indelével as nossas vidas - a dela, a dele e a minha. A minha filha sofreu uma convulsão febril. Já tive de escrever e dizer isto alto, muitas vezes, até acreditar, eu própria. Os seus tremores atingiram-nos com a brutalidade de um marmoto, ela foi só o epicentro, porque os verdadeiros danos sofremo-los nós. Nunca tinha acontecido. Aliás, até ontem acreditei que não se tinha passado nada. Afinal de contas, o temível fenómeno das convulsões trazia-me à imaginação corpos hirtos estrebuchando, bocas espumando e olhos revirados. Ora, eu não vi nada disso. Tudo o que vi foi uma menina febril ao meu colo, bochechas ao rubro, tremendo discretamente, como alguém cheio de frio que tem vergonha de dizer que deixou o casaco em casa. Só isso. Ao longo de uns dez segundos, só isso. Nada naquele corpinho entrou em desalinho. Achámos por isso normal. Mas depois... depois veio o pânico: "R., tens frio, querida?" E nada. "R, olha para a mamã!" E nada. "Filhinha, onde está a mamã?!" E nada. "Minha vida, minha alma, onde está o papá??!!" E nada. "Meu amor!..." Nada. Aqueles olhos azuis pareciam atravessar-nos fantasmagóricos, perdidos no vazio. Era como se não nos visse nem ouvisse. Era a ausência absoluta marcando presença. Pois é... eu não sabia, mas uma convulsão febril pode ser isto, tão simplesmente isto. Sem grande aparato, estupidamente minimalista na sua manifestação. Menos mal para nós. Alguém decidiu poupar-nos aos "efeitos especiais". Só não me poupou ao calvário que se seguiu, que continuo a viver, no pânico de adormecer e não chegar a tempo de acudi-la. Ainda assim não chorei muito. Da última vez que adoeceu, com uma otite, exactamente há um ano, chorei a ponto de queimar a pele com o sal do pranto. Se calhar é assim mesmo - nós, mães, vamos secando as lágrimas como secamos o leite, gradualmente.
Gradualmente aceitei o que aconteceu. Escrevi dois mails, chorei no ombro de uma colega e abracei-o com quanta força tinha. Foi esta a terapia. Ela ficou bem logo a seguir, como se nada tivesse acontecido; ele garantiu-me que o sucedido não teria qualquer consequência; elas quiseram logo palmilhar quilómetros para me trazerem compras a casa, com filhos às costas e tudo - este é um mundo fantástico, agora sei! Obrigada às duas - e encontrei tanta afinidade no ombro que me suportou o peso, que já nem me atrevo a queixas. Apetece-me gritar ao megafone o nome do bicho, só para ver que já não tenho medo: CONVULSÃO! Agora baixinho, que ela já está a dormir e eu vou dormir também, sem fobias: CONVULSÃO!