O miúdo/homem - o moço, portanto - interompeu-me o trajecto e os pensamentos com um : "Olha a minha stora de Português!". Seguiram-se aqueles segundos, da cor da eternidade, enquanto a pergunta me baila na cabeça, a pedir resposta urgente: "Como é que te chamas? Eu lembro-me, eu lembro-me... Como é que te chamas?". E o miúdo/homem - miúdo pelos olhos ainda gozões, homem pela barba que faz picar os bejos - continuava: "Que saudades! Está na mesma! Fantástica..." Ai, moço, moço... Quem foi que te ensinou a diplomacia hipócrita e de circunstância? Não fui eu, que naquele tempo não sabias evitar o bocejo por cima da conjugação verbal! Por aí preferia que não crescesses e que me falasses das saudades da professora/miúda de ar fresco... Mas, na torrente do palavreado protocolar, eis que deixa cair: "Sempre na mesma! Fantástica! O mesmo cheiro de sempre!" ALTO! A nostalgia é genuína, a saudade também! O agora homem fala-me do perfume que, de facto, nunca mudei... e eu comovo-me, finalmente, com a memória dos sentidos, que nunca pensei resistir ao tédio de tanto verbo conjugado... Mas que aprendeste muito depois de mim, ai isso aprendeste...
2 comentários:
E é mesmo para comover. Então andas a deixar por aí memórias cheirosas ;)
que saudades tinha eu destes textos fantásticos :))
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