terça-feira, janeiro 30, 2007

Simplex

Tão simplex quanto isto:

Perdi o meu cartão de beneficiária da ADSE. Dirigi-me, portanto, aos respectivos serviços centrais, para tratar de uma segunda via do dito documento. Meia hora à espera (sim, a coisa correu muito bem!) e a pergunta vem de encontro à minha sinusite:

-Quer entrega prioritária?

Quis saber, obviamente o que era o “prioritário”, que isto das prioridades é como os chapéus do palerma. Ora, uma vez que o prioritário da indisposta senhora era sinónimo de instantâneo, nem pensei duas vezes, que naquela fila ninguém me apanhava mais!

- Então são dois euros – sentenciou.

Nisto, começo a ouvir as entranhas de uma impressora em rebuliço e eis que o resultado da digestão é, nem mais nem menos, a tal segunda via. Em folha corriqueira. Nada em papel de gramagem superior, uma folheca, pronto, como já era o seu mais directo ascendente – a famigerada primeira via.

Não sei se alcançam o absurdo do que se passou. Porque paguei dois euros, a funcinária do Ministério das Finanças accionou o lado direito do rato, com o cursor a atingir certeiro o ícon print. Se não tivesse pago a módica quantia, a senhora teria feito rigorosamente o mesmo gesto, naquele preciso instante, ou depois, nas minhas costas, com a diferença que teria eu de lá voltar, tirar nova senha, esperar e receber o cartão.

Roubar e ir preso é que é vergonhoso. Como a segunda condição não se verifica, não há problema nenhum. Simplex.

3 comentários:

Amélia do Benjamim disse...

Roubar, pois, não se pode considerar isto um pequeno furto, visto que envolveu alguma violência...
Haja paciencia.

LP disse...

Típico, infelizmente.

Avozinha disse...

Devias ter chamado o Sócrates!