sexta-feira, agosto 20, 2010

Sem tempo

Levanto-me sem tempo, vivo sem rotina, tudo sem medida. De manhã não sei que dia é. Que ando algures entre a segunda e a sexta é tudo o que posso garantir, é tudo o que me garante o lado esquerdo vazio - o da cama, só o da cama, porque ele volta, ao fim do dia, e finge que a jornada nem foi de labuta aflitiva, cúmplice no anacronismo que me sabe bem. Hoje perguntei-lhe: "Amanhã que dia é?". Sorriu e preencheu-me todo o lado esquerdo, o direito e o avesso, sem tempo.

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