sábado, agosto 28, 2010

Cá e lá

, estou à mesa do café. Aqui, vou protelando a vida, em lento baloiço, numa cadeira só minha, em casa. Assim foi isto de diário materno a gazeta de vilarejo. Este espaço mudou. Mudou como só podem mudar paredes que são nossas. Nas do café não se mexe, de tão públicas e de ninguém. Gosto do canto só meu, com janelas rasgadas, é certo, mas meu. Pela esplanada vou passando para saber novidades, deixar acenos de bom-dia e boa-noite, ocupar o meu lugar na bancada de todos os arbítrios, desafiar uns e outros para a conversa ou para uma visita a qualquer hora. É… fiquei para aí uns tempos largos à mesa do café, sem voltar a casa – deixei portas por trancar, tudo ao pó, sem nota ao carteiro nem nada. No regresso era já casebre, mas cá está. Vou compondo a quase ruína no intervalo da indolência. A cal deixou-lhe a fachada com outro ar. O resto tem tempo. É bom voltar a casa.

3 comentários:

Jolie disse...

Não há nada como a nossa casa. Especialmente quando se enche de amigos :)

beijos

dia-a-dia disse...

É, amiga Costinhas... acabei por me convencer disso mesmo neste longo tempo de vadiagem, pelas mesas de café... ;) E até te digo que lamento ter perdido de vista alguns amigos, que entretanto deixaram de rumar a minha casa, por me terem dado por perdida.

Beijo.

Susana Rodrigues disse...

É, não é? :)