Ainda sou do tempo em que todo o Tetra Pak garantia “abertura fácil”, quando, chegada a hora da verdade, tínhamos leite, refrigerante ou polpa de tomate por todo o lado, tal era a violência da peleja – um wrestling diário, com o trivial resultado de 3-0 para o pacote. Depois, a garantia de “abertura fácil” começou a desaparecer das embalagens, quando estranhamente estas começaram a tornar-se fáceis de abrir. Nunca mais tive Mimosa, Guloso nem Compal do chão ao tecto – a coisa estava mesmo fácil, embora os Tetra mais duros de roer se mantivessem em circulação.
Da parte do Ministério da Educação, as embalagens continuam a chegar-nos às mãos com a menção “abertura fácil” – para além de expiradas no prazo de validade – e, ano após ano, lá nos vamos confrontando com ECD(1) , TLEBS(2) e EA(3) cuspidos e refractados, maculando-nos chão, paredes e tecto. Estou cansada de andar de esfregona e desgastada por intoxicações sucessivas.
Mas somos resistentes. Para já, o manual de sobrevivência para professores resume-se ao seguinte:
À prudência, mantenhamos o pacote fechado, que nunca se sabe para onde é que a coisa pode espirrar.
(1) Estatuto da Carreira Docente
(2) Terminolgia Linguística para o Ensino Básico e Secundário
(3) Estatuto do Aluno
Sem comentários:
Enviar um comentário