quarta-feira, agosto 25, 2010

Boa noite

À noite sou eu, só eu. Pontualmente mãe – se os miúdos ronronam sonhando – ou mulher dele – se o homem da casa marca presença numa lamúria sumida e rápida sobre os membros dormentes. Tudo o resto é silêncio, tudo o resto é meu. Pago com horas de sono estas horas só minhas. Preciso delas. Excepção feita para os primeiros doze meses de parida, as noites são para mim. Queimo-as, consumo-as, derreto-as a meu bel-prazer. É quando o sol me ameaça a azul e roxo que gosto de desistir. Estes dias estão a chegar ao fim. Ninguém me ouviu lamentar o final da praia, mas o fim destas noites… Hoje fico por aqui, não espero pelo sol, que ainda está a três horas de viagem e eu preciso de acertar ponteiros para a semana que vem.

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