sábado, setembro 30, 2006
Não tenho dúvidas e sei que não me engano
sexta-feira, setembro 29, 2006
sábado, setembro 23, 2006
Na moldura da memória, para sempre
sexta-feira, setembro 22, 2006
Jingle bell, jingle bell...
quarta-feira, setembro 20, 2006
Disse bluff? Não sou mulher para isso.
De forma que houve sessão de "corte e costura" até às 3 da madrugada. A impressora não parou, a tesoura também não e a cola sobrou na cartolina e nos dedos. De sobra foram também os sorrisos e narizes empinados de orgulho à hora da aula, exibindo a condecoração e os horários todos catitas. Horários indiscretos aqueles, com confidências reveladas por um coração atrevido. E foi tão doce o que escreveram naqueles dois centímetros de linha! Ali houve lugar para os pais, para as férias, para a linda Carolina,para a Rússia distante, para a Moldávia sempre presente, para o charme do Jorge, para o futebol e a natação...
Já me garantiram mais um "Dia em Branco" para amanhã. Dizem que querem ganhar o campeonato. Parece-me bem.
terça-feira, setembro 19, 2006
Bluff
- E somos recompensados, stora? - pois... tinha de ser...
- Claro! - a resposta foi automática.
E agora? O bluff, sempre o bluff...
Aceitam-se sugestões.
NOTA: É favor não esquecer que são miúdos, mas não são parvos e eu estou quase certa de que vão ganhar o jogo...
ADENDA 1: Já estou a fazer uma estrela em cartolina, com ar de condecoração, que será colada no livro de ponto, para todos os professores verem, dizendo: «Conseguimos! Um dia em branco!» Será suficiente? Não me apetecia nada enveredar pelos caramelos...
ADENDA 2: É uma turma de 7º ano e as idades vão dos 12 aos 15 (há de tudo como na farmácia!). A visita de estudo já está programada com todos os 7ºs anos, seja o que for que me espera amanhã. Aulas ao ar livre faço sempre, no 3º período, assim que o tempo começa a aquecer. A eleição do "Bom Cidadão" já fazemos trimestralmente. Por incrível que pareça as guloseimas continuam a atraí-los nestas idades... mas gostava de evitá-las. Muito obrigada pelas sugestões e fico à espera de mais... É que é já amanhã... Ai!
segunda-feira, setembro 18, 2006
Quem não sabia fica a saber
P.S.: Mas atenção! Não são dela! Ela entende é que serão sempre mamãs e papás de alguém... Como se a condição de homem e mulher fosse inerente às funções de mãe e pai.
Injustiça flagrante
Programa das Festas
Nããããã. Mentirinha.... Agora a sério:
09h10 - (Sim, sim! Este ano entro 15 mn mais tarde! YES!) - 7ºB
09h55 - 7ºB
11h05 - Direcção de Turma
11h50 - Direcção de Turma - atendimento de encarregados de educação - quem me pôs a atender encarregados de educação a meio das horas que tenho para tratar da Direcção de Turma não pode ter os cinco alqueires bem medidos... Ah pois não!)
12h45 - Direcção de Turma
14h35 - 9ºE
15h20 - 9ºE
Ai que excitação!... E nem sei se estou a ser irónica.
domingo, setembro 17, 2006
Pensamento recorrente
sábado, setembro 16, 2006
Um Senhor
quinta-feira, setembro 14, 2006
E esta semana o tema é...
E o destaque vai para:
O prazer dos desenhos que redescobri com ela. Dificilmente um desenho meu é só meu, como é improvável que um desenho dela fique por isso mesmo. Há sempre um retoque a fazer em desenho alheio, de forma que a nossa "arte" é sempre colectiva. Depois há ainda as sessões de rabiscos a pedido, ao estilo de "Quando o Telefone Toca": "'Senha a lua, mamã!" e "Agora faz o mar, filha!".
O destaque vai ainda para:
Estes livros, que a puseram a fazer puzzles num instante. Não é fácil encontrar livros tão completos para estas idades. São as colecções "Brincar a vestir" e "Malinhas", da Porto Editora. Recomendo.
quarta-feira, setembro 13, 2006
Como eu
Andar aos papéis
LISTA DE MATERIAL
SALA DE 2 ANOS - Edª Tal
- 2 FOLHAS DE CARTOLINA
- 2 CADERNOS DE PAPEL CAVALINHO A3
- 1 PINCEL Nº 12
- 1 EMBALAGEM DE LÁPIS DE CERA GROSSOS
- 1 AVENTAL PARA PINTURA
- 1 FOTO DO ALUNO (tipo passe)
- REVISTAS VELHAS
Nota: Todo o material deve ter a identificação do aluno
Está tudo tratado. Exceptuando... se mal pergunte, onde posso comprar o último artigo da lista?
domingo, setembro 10, 2006
B
O post está na forja há uns meses. Muito tempo, portanto. Sai por isso apurado, apuradíssimo. Já com aquele tom dourado de empadão que se come com os olhos, antes mesmo da primeira garfada. Mas este vem salgado, demais. Um verdadeiro atentado ao coração... de uma mãe. Coração, nervos, paciência, resistência física e mental – tudo posto à prova no instante de uma birra, temperada, como é de praxe, por baba, ranho, lágrimas carregadas de sal. E pronto... está estragado o empadão... por excesso de condimento. Não há como remediar o prato. Para a próxima previne-se o desaire, é a lição que fica.
E ficou. Uma birra evita-se, não se controla. Porque uma birra, por definição, é o descontrolo à solta, surdo, cego, sem rédea. A birra dela seria o equivalente ao meu “Qu’esta merda, caralho? P’a puta que te pariu!” dito aos gritos, de pescoço esticado para fora do carro, acompanhado da famosíssima obscenidade digital – se a noção de conveniência social, educação e maturidade psicológica não me travassem os ímpetos. Tão simples quanto isto. A birra não é senão uma manifestação de imaturidade perante a frustração e a contrariedade. Não estavam à espera de ver na boca e nas mãos de uma criança os impropérios com que vos choquei há pouco, não? Pois não. Numa criança de ano e meio, dois anos, não seria muito normal. Normal é gritar, chorar, espernear, dar pontapés, puxões de cabelos, murros e bofetadas, só por não conseguir o que quer. É bom não esquecer que nessa idade não é fácil entender, ou não se entende de todo, por que cargas de água não podemos ter o que queremos quando nos apetece, e por que raio é importante controlar as nossas formas de resposta à frustração – aliás, ainda que o entendêssemos, não poderíamos fazer uso desse princípio por pura imaturidade neurológica.
Claro que a “imaturidade” neurológica se resolve em três penadas (ou numa só!) recorrendo à valente palmada. Claro! Afinal, domar um pingente a cheirar a cueiros é fácil: com a palmada justa no momento acertado fazemos de qualquer peste um menino de coro. Não há nada que o açoite não resolva. É preciso é ser firme. E a estratégia está cientificamente testada e comprovada! Resulta! À lei da palmada não há nada que uma criança não acate, aliás, bem espancadinha até deixa de comer, se quisermos, imaginem!!! Esta brilhante teoria transladada para o contexto dos “crescidos” em desorientação automobilística corresponderia a uma estonteante murraça no nariz assim que me atrevesse a pôr a cabeça fora do carro e era certo que não passaria do “Qu’esta” na frase lá de cima e, provavelmente, pensaria duas vezes antes de voltar a “explodir” em semelhante situação. Se não entendesse à primeira... não havia problema nenhum – não faltaria quem, numa segunda ocasião, me assentasse nova murraça, desta vez no meio dos olhos, para aprender que há coisas que não se dizem. E eu aprendia.
E agora digam-me lá uma coisa: qual das cenas vos parece a mais chocante – a da birra ou a dos impropérios? Hmmm? Pois... Então por que diabo implicamos nós tanto com as birras?! Têm dois segundos para pensar e responder. Vá, podem começar. Já está? Muito bem. Porque, como acabam de dizer, desgastam, consomem paciência e - se formos honestos e respondermos em consciência – constrangem-nos socialmente, carimbam-nos a testa com as palavras “Frouxo” e “Incompetente”. Qualquer pai ou mãe reconhecerá que uma birra é tanto mais desgastante quanto mais audiência tiver. Não é agradável ser desautorizado em público, é? Pergunto: se tivessem a garantia de que o vosso filho só faria birras em privado (em casa, com o pai e a mãe, sem a presença sequer de um irmão) que reacção vos mereceria o festival de chutos e pontapés uns decibéis acima do ruído provocado pelos motores de um Boing em descolagem? - atenção: neste exercício partam do princípio que a casa é totalmente insonorizada! - Claro que tanto em público como em privado se veriam na necessidade e obrigação de actuar, mas qual das duas situações seria mais stressante? Este é para nós um factor de peso nas birras infantis – o constrangimento social que elas provocam. Nada a fazer. A partir do momento em que a birra deflagra, há que assumir este risco. O que não é justo é agravar a nossa reacção à birra porque nos sentimos envergonhados, vexados, inseguros. Há que actuar, sim, com firmeza, sim, mas com ponderação. Não, não falo de cor. Falo-vos eu, que já estive pendurada pelos cabelos - salvo seja! – num hipermercado, só porque entendi que não podia levá-la naqueles carrinhos horrorosos, com cesto acopulado, estrategicamente estacionados à entrada das grandes superfícies comerciais. Devo dizer que nem sequer procurei um canto mais resguardado. Ali mesmo, com uma mão só, porque a outra mantinha-a presa no colo como uma enguia, agarrei-lhe os pulsos com quanta força tinha e puxei-a contra o meu peito. Ela calou-se surpreendida e eu rapidamente aproveitei a aberta para lhe arregalar os olhos e repetir: “Não! E a R. Não volta a fazer isso!!! Ouviu bem?! A mãe está triste, triste, triste! Muito triste!” As últimas palavras já lhas disse de dedo apontado ao nariz, porque o risco de se agarrar de novo aos meus cabelos tinha passado. Continuou a chorar por um minuto, já sentada num vulgar carrinho de compras. Uma palmada assim que começou a chorar tinha resolvido a coisa, claro, mas eu assumi, conscientemente, que aquilo tinha de progredir até ao intolerável para que se tornasse muito óbvio para ela que não podia repetir-se. E não repetiu. Não repetiu porque eu não deixei morrer o assunto e lhe lembrei ao longo de todo esse dia como tinha sido triste o que ela fez. Nesse dia não ri mais, não imitei o cavalinho que desmaia, não usei o regador de praia na banheira para fingir a chuva no jardim, não fiz a coreografia das galinhas nem do sabiá, e na história dessa noite havia uma mãe triste... não vale a pena contar porquê. E não se repetiu porque a mãe aprendeu que os factores desencadeantes de uma birra são quase todos previsíveis e é sempre possível evitar a batalha ou prepararmo-nos o melhor possível para ela. Não, não “compro” a minha filha nem evito cobardemente os ditos “factores desencadeantes”. Limito-me a explicar-lhe em tom excepcionalmente baixo por que motivo as coisas têm de acontecer assim e não de outra maneira. Ela normalmente entende. Às vezes chora, de cara mais ou menos avermelhada. É natural. Eu ainda ontem fiz o mesmo quando me pediram mais de mil euros pelo conserto do carro. Também chorei. Também fiquei vermelha. Só não dei um pontapé a ninguém. Ela também não. Está, portanto, a crescer. Nunca mais houve birras que não sejam as de sono, que a fazem chorar sem saber porquê e dizer, como uma menina crescida: “qué xê ó-ó” [quero fazer ó-ó].
Para terminar, sintetizo o essencial do que aqui queria deixar no seguinte: se puder evitar uma birra, excelente, evito. Caso contrário, há que respeitá-la na medida do possível, isto é, não esquecer que a criança perdeu o controlo sobre as suas reacções (não serve de nada convencê-la de que aquilo não é bonito - o que é bom de se fazer antes ou depois da birra). No pico da crise, se não consigo fazer-me ouvir recorrendo ao efeito surpresa, é preferível deixá-la chorar. Eu não disse “virar-lhe costas e abandoná-la a chorar”, quis dizer: dar-lhe tempo para se acalmar e recompor, permitir-lhe o choro como forma de escape, mas ficar lá. Não concordo com quem defende que devemos virar-lhes as costas como forma de lhes subestimarmos a fúria. Cheguei a sentar-me à chinês ao lado da minha filha, em público, de olhos fixos nela, enquanto, de bruços, batia com os pés e os punhos cerrados no chão. Perante isto, deixou de chorar repentinamente, como se tivesse sido desligada da corrente, levantou-se como se tivesse molas nos pés, pediu-me que me levantasse também e trepou-me para o colo. Sei que a minha resposta teve duas leituras para ela: 1º a mãe leva a sério a birra, mas não se deixa impressionar; 2º a mãe leva tão a sério a birra, que fica ao pé de mim até acabar. Pela minha parte, o que queria mesmo que ela entendesse com este gesto é que compreendo a raiva que manifesta, ela tem razão de ser, mas não posso nem vou fazer-lhe a vontade porque... no fim da crise explico.
Enfim... que tudo termine com um B , de bom senso.
sexta-feira, setembro 08, 2006
Exótica
Chega? Ou querem mais extravagante ainda? Não! Chega! Por favor. A aventura foi ontem à noite, mas o cheiro da carne do infeliz quadrúpede domina toda a cozinha até agora. Deixem-nos à solta nas tapadas, reservas, parques naturais, o que for. O lugar do desgraçado não é, definitivamente, a panela. Ou o meu lugar não é, definitivamente, a cozinha.
Esta semana o tema é...
Sim, sim. Elástico de ajuste nas costas; barreiras anti-fugas realmente eficazes; muito discretas no volume (iguais às Dodot); superfície de contacto com a pele muito suave; medidas fidedignas (ao contrário das Dodot, que indicam uma margem de peso que não corresponde à medida de 50% dos bebés) e o bónus do indicador de humidade. Tudo não chega a 9 euros.
2. Melhor que toda a concorrência no reino dos toalhetes, temos:
São espantosos de imbatíveis! De tal forma que já tenho alguém cá em casa que não aguenta mais ouvir-me gabar os magníficos toalhetes de cada vez que há muda de fralda. Existem nas modalidades "cheirosa" e "sem perfume/peles sensíveis" (a que experimentei e adorei). Rendem muuuito mais, custam menos e os "sem perfume/peles sensíveis" não cheiram mal, ao contrário de outros.
3. Quando o caldo entorna, com gordura ou sem ela, venha este senhor:
SCOTTEX JUMBO
É o rolo de cozinha grandalhão,que se desenrola a partir do centro, agora com embalagem vermelha. Não se desfaz nas nossas mãos encharcadas, as folhas são enormes e acaba por sair muito mais barato, porque dura uma eternidade. Sim, eu tenho foto, mas o blogger não aceita publicá-la... Cá p'ra mim, este e a Dodot...
(continua...)
Adenda: Foto de quem não é artista e tem a mania que a noite não foi feita para dormir, pois... Os toalhetes são da marca Carrefour, produto branco, portanto.
quinta-feira, setembro 07, 2006
terça-feira, setembro 05, 2006
Não chores.
Casamentos*
Definitivamente jamais alimentaria um casamento que não fosse feliz, custasse o que custasse. Não tenho feitio para isso... ou tive muita sorte na vida... ou as duas coisas ao mesmo tempo.
* Com padre, sem padre, com registo civil ou sem registo civil. Tanto faz.
Divórcios
segunda-feira, setembro 04, 2006
Pimba!
O sentido de humor. Atenção que eu não disse "o bom humor". Disse "o sentido de humor". Não é que ela seja mal humorada, que nem é nada, mas é no sentido de humor que nos identificamos, ou seja, aquilo a que achamos graça, ou aquilo com que fazemos piadas.
O ridículo e o desconcertante divertem-me. Então se juntarmos ao ridículo a perversão de regras secularmente instituídas, é o delírio. Ela pensa da mesma forma.
Tenho para mim que não foi por acaso que ela soltou a sua primeira gargalhada comigo, com um mês de idade apenas (na véspera de fazer dois meses, bem entendido). Aquilo de ver a mãe, normalmente penteada, agitando um penacho no cocuruto, com ar de alucinada, não estava de acordo com o que ela tinha convencionado. Naqueles instantes de palhaçada, era como se a mãe caísse em descrédito com semelhantes figuras e tinha, por isso, graça.
Da mesma forma, ter diante dos olhos um garoto mais velho que ela, que se desenvencilhava já muito melhor em termos motores, e que de repente se estatelou ao comprido, vindo-lhe aterrar diante dos pés, fez explodir-lhe da boca um inconveniente "PIMBA!" e uma garagalhada tal, que eu não tive alternativa senão esconder-lhe a cara, incomodada perante a mãe do miúdo. É... ver alguém descomposto no meio do chão também me dá vontade de rir, o que é que querem? É o mais básico do meu sentido de humor que vem à tona, eu sei, mas não consigo evitar, no mínimo, o retorcer dos lábios. Isto contando que o acidente não provoque danos, claro! Claro... mais ou menos... não sei se para ela as coisas são tão claras assim... Complicado, complicado foi tentar controlar semelhante cena no supermercado: uma fedelha de vinte e um meses a gritar automaticamente "PIMBA!", assim que um miúdo lhe cai aos pés, e a rebentar numa gargalhada logo a seguir. É que até me fez mal conter a gargalhada, até fiquei com uma dor de cabeça, mas teve de ser - do outro lado estava a mãe da vítima, que não sabia nada dos genes nesta história.
O meu bichinho-de-mato
Tenho uma filha. Os meus genes não vingaram com grande força nela e, na verdade, mais valia que não se fizessem notar de todo. Herdou de mim a única característica que eu queria em absoluto não transmitir: tenho uma filha bicho-de-mato. Ela recua assim que uma criança se aproxima; vira a cara a desconhecidos; nunca a vi tomar a iniciativa de contacto com colegas de creche; chora desalmada se lhe levantam a voz; não sai do meu colo se está num espaço novo... Não me venham largar para aqui comentários a dizer que é normal. Eu sei do que estou a falar. Eu revejo-me nela. Eu sei exactamente como é ser bichinho-de-mato. E sei, sobretudo, como é não nos respeitarem nessa condição de ser anti-social.
Eu era assim. A minha mãe é que não. E por isso entendeu sempre que fazia o melhor por mim quando me obrigava a participar em saraus de ginástica, exibições em palco de coreografias de ballet , festas de aniversário de coleguinhas de quem até gostava muito, grupos de escuteiros – suprema violência, meu Deus! Suprema! – concursos de dança em casa da avó L....
Para não me alongar mais, passo então ao compromisso:
Minha querida, desde já te garanto que, no que depender de mim, jamais te iniciarei em qualquer forma de contacto social se não for esse o teu desejo. Para tanto, qualquer sinal serve, por mínimo que seja: não tens de chorar nem de me fincar as unhas no pescoço. Cantos da boca descaídos ou um “não” dito baixinho chegam. A mãe entende.
Agora a súplica:
Mães zelosas, garanto que as boas intenções da minha mãe foram contraproducentes de tão desastrosas. O meu processo de socialização não aconteceu mais depressa nem melhor pelo facto de ter sido obrigada a escancarar o meu mundo em público. Hoje, é comum ouvir falar de mim como uma pessoa simpática, prestável, solidária e expansiva. Até dou aulas, imaginem! Continuo a oferecer alguma resistência em primeiros contactos, mas ultrapasso com facilidade esta fase. Este é um mérito só meu. Consegui-o a pulso, longe dos saraus, festas e acampamentos, mais tarde do que seria desejável, se não me tivessem empurrado. Se tiverem um bichinho-de-mato em casa, não o empurrem, está bem?