sexta-feira, janeiro 27, 2006

Mulheres no feminino

Não, o título não é redundante. Redundante é ouvir falar de mulheres no masculino, pela boca e pelos olhos deles. Do ponto de vista puramente estético ou, para ser mais directa, falando de beleza física, é tão raro ouvir as mulheres falarem de mulheres... Por preconceito ou despeito, as mulheres não falam delas, não comentam a cor de cabelo da que atravessa a estrada, os olhos da que serve o café, as pernas da que recolhe os livros na biblioteca... isto para não ir mais longe. A não ser que se entenda por comentário a benigna má-língua, até parece que elas não as apreciam, quando isso não é verdade. Sem preconceitos, posso dizer que já olhei para trás na rua, presa a um rosto feminino invulgarmente atraente, ou a uma cintura como gostava de ter, ou às mamas que nunca foram as minhas, nem quando amamentei. Claro que a subjectividade do conceito pode levar-me a olhar para alguém que outra qualquer acha absolutamente desinteressante.Tudo bem. Só não acredito na indiferença das mulheres perante a beleza feminina. Os meus parâmetros estéticos são obviamente só meus e até podem parecer por vezes estupidamente contraditórios, mas estão cá e não os nego. Como explicar que tenha por ideal de beleza feminina, ao mesmo tempo, figuras como Sophia Loren (linda de morrer!), Juliette Binoche, Isabella Rossellini,Ingrid Bergman e Inês de Medeiros? Sendo que uma figura como a da plástica Bárbara Guimarães não me diz nada, embora reconheça que esta está para Sophia Loren, como Juliette Binoche está para Catarina Furtado, que me é igualmente indiferente. Explica-se? Não. Portanto, não me peçam critérios. Sei apreciar mulheres, eu sei que sei, e pronto!
Nota: Esta reflexão vem a propósito de um Páginas Soltas com Inês de Medeiros. Resultado do confronto televisivo: 3-0 p'rá Inês. Sem hipóteses, Bárbara, desculpa...

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Comemorando

Toda a gente se lembra de comemorar o aniversário de nascimento, o aniversário de casamento... Pois eu venho partilhar a comemoração de um aniversário especialíssimo, menos comum, mas com lugar privilegiado na minha memória: o aniversário de uma gargalhada. Isso. Faz hoje um ano que ela riu à gargalhada pela primeira vez, "dobrou o riso", como se costuma dizer. Foi um gargalhar sufocante, de olhos extasiados e fixos no penacho desmanchado que a mãe agitava no cimo da cabeça. A minha figura era de facto ridícula e o seu sentido de humor despontou ruidoso e contagiante. Ainda não tinha dois meses. Nunca mais o esqueci, ela também não - como quem aprendeu a andar de bicicleta, continua a gargalhar todos os dias.

terça-feira, janeiro 24, 2006

Já dei.

E sinto-me melhor com a minha consciência.

quinta-feira, janeiro 19, 2006

É que não há necessidade!

Mas alguém vai mudar a sua intenção de voto pelo facto de ver e OUVIR passar um carro de campanha na rua???!!! Para quê tanta chinfrineira???!!! As músicas são um susto (até a minha miúda se agarra à cadeira, ela que só precisa da música de iniciação do Windows para dançar!) a qualidade do som não permite entender 90% do que palram... Para quê aquilo, Santíssima Virgem, Sagrado Coração, Cristo Senhor???!!! Não, não estou a invocar em vão a divindade! Não são vãs as minhas réplicas! É que eu vou acreditando piamente na erradicação sumária destes meios de campanha, com muita fé...
P.S. Obrigada, querida "Gaja Aninhas"! Nem dei pela troca às tantas da noite, a sonhar com umas horinhas de sono. Claro que é com e!

Venham os xixis...

Por causa desta redondinha, tenho a bagageira a abarrotar de fraldas!
O Continente agradece e eu também!

terça-feira, janeiro 17, 2006

Mais dedos no ar...

.. Para quem tem pirralhada com mais de um ano, sem antibiótico no historial.
Continuo aqui ao cantinho, de olhos no chão, a agarrar com muita força o indicador direito com a mão esquerda. :(

Dedo no ar...

... Quem tem pirralhada com mais de um ano, sem uma otite no currículo.
Ó p'ra mim muito sossegadinha de mãos atrás das costas.

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Post de Amor

Foi Pessoa quem disse: "Todas as cartas de amor são ridículas". Presumo que os posts também. Quero então ser ridícula. Não me importa. Podia declarar-me aqui por meio do nosso código, muito mais que linguístico: aquelas palavras que só nós entendemos, termos de idioma nenhum, gestos nunca combinados, ou aprendidos, ou ensinados, mas tão certeiramente interpretados. Não, essa linguagem não posso, não quero trazer para aqui. Nem interessava, porque não é a ele que falo. Hoje falo ao mundo. Quero dar a notícia do meu amor. Isso mesmo, a notícia. Tão objectiva, isenta e clara quanto uma notícia deve ser. É complicado falar objectivamente do amor, do amor que é o nosso, mas vou ser capaz.

Hoje amo-o ainda mais que ontem - isto é objectivo, porque é matemático.

Com todas as suas fraquezas de carácter, amo-o - isto é isenção.

Amo-o assiiiiim... muuuuito (imaginando que estou de braços abertos, dedos esticados, como uma criança convencida de que toca a ilha do Corvo com uma mão e a China com a outra) - isto é claro.

Berlim fica aqui - isto não é claro, objectivo, nem isento e contraria toda a lógica matemática, mas o AMOR tem destas coisas...

Agora para ti: AMO-TE.SAUDADES. BEIJO.

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Too Much Love Will Kill You


Não acredito. Mas às vezes até parece. Parece que me vou consumindo em tanto amor. Tanto amor chega a transtornar-me a ponto de não me reconhecer. Passo-me, literalmente. Literalmente paixão, no sentido etimológico do termo, que é filho do pathos grego - o sofrimento por excelência. Quero para mim todo o sofrimento que estiver guardado para ela. Já! Não me importo de o suportar todo de uma vez, ou à laia de tortura, em cadência de pingas de torneira avariada. Seja como for, que sejam todas minhas as suas penas. A de ontem já passou... mas a próxima febre quero sofrê-la eu! É uma ordem!

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Ora, dica lá!

Acordei, ou melhor, levantei-me (porque hoje a noite correu mal) mordida pelo bichinho do pragmatismo. O sentido prático, a habilidade para atalhar caminhos à partida mais tortuosos, é daquelas qualidades que me seduzem à primeira. Gosto de gente assim: positiva e pragmática, do género "as lágrimas limpam-se à manga e depressa, pegar no lenço é perder tempo". Atalhando então no discurso, apetece-me inaugurar hoje, aqui, o espaço da "Dica Positiva". Desafio todos aqueles que detenham o segredo de uma grande solução, seja para que mal for, a deixarem-no aqui, partilhado e à disposição.

Exemplificando, chego-me eu à frente:

Como travar instantaneamente uma terrível diarreia, resistente a todos os chás, HN25 e Ultra-Levur?

Resposta: Deixar cozer um pouco de arroz carolino em muita água com cenoura ralada, durante uns 20 minutos. O resultado deverá ser uma pasta com os bagos de arroz quase indistintos, a que se deve juntar, já no prato, uma colher de café de levedura de cerveja em pó (ou 4 comprimidos esmagados). Isto para um bebé. Para um adulto far-se-á exactamente o mesmo, mas com 6 a 12 comprimidos de levedura.

Ora, dica lá também.

terça-feira, janeiro 03, 2006

domingo, janeiro 01, 2006

Réveillon de son(h)o

Exactamente como planeado. De cronómetro accionado, a mãe deu sinal. O brinde foi com martini, porque ninguém se lembrou do champagne. Ao lado da cama dela, às escuras, de mãos dadas, um beijo marcou a entrada no novo ano. Nos caracóis que se adivinham deixámos uma festa, muito ao de leve, não fosse o ano começar mal... Em pezinhos de lã fechámos a porta e voltámos à mesa das azevias, coscorões, sonhos e bolo-rei.
Que esta calma e paz se estendam por cada dia do novo ano.