Não, o título não é redundante. Redundante é ouvir falar de mulheres no masculino, pela boca e pelos olhos deles. Do ponto de vista puramente estético ou, para ser mais directa, falando de beleza física, é tão raro ouvir as mulheres falarem de mulheres... Por preconceito ou despeito, as mulheres não falam delas, não comentam a cor de cabelo da que atravessa a estrada, os olhos da que serve o café, as pernas da que recolhe os livros na biblioteca... isto para não ir mais longe. A não ser que se entenda por comentário a benigna má-língua, até parece que elas não as apreciam, quando isso não é verdade. Sem preconceitos, posso dizer que já olhei para trás na rua, presa a um rosto feminino invulgarmente atraente, ou a uma cintura como gostava de ter, ou às mamas que nunca foram as minhas, nem quando amamentei. Claro que a subjectividade do conceito pode levar-me a olhar para alguém que outra qualquer acha absolutamente desinteressante.Tudo bem. Só não acredito na indiferença das mulheres perante a beleza feminina. Os meus parâmetros estéticos são obviamente só meus e até podem parecer por vezes estupidamente contraditórios, mas estão cá e não os nego. Como explicar que tenha por ideal de beleza feminina, ao mesmo tempo, figuras como Sophia Loren (linda de morrer!), Juliette Binoche, Isabella Rossellini,Ingrid Bergman e Inês de Medeiros? Sendo que uma figura como a da plástica Bárbara Guimarães não me diz nada, embora reconheça que esta está para Sophia Loren, como Juliette Binoche está para Catarina Furtado, que me é igualmente indiferente. Explica-se? Não. Portanto, não me peçam critérios. Sei apreciar mulheres, eu sei que sei, e pronto!
Nota: Esta reflexão vem a propósito de um Páginas Soltas com Inês de Medeiros. Resultado do confronto televisivo: 3-0 p'rá Inês. Sem hipóteses, Bárbara, desculpa...