segunda-feira, agosto 22, 2005

Filhos da mãe

Nem parecia... mas eram realmente filhos da mãe que os carregava ao colo. Eram mães terroristas aquelas. Agentes do mais bárbaro, cobarde e insano terrorismo de que tenho memória. As imagens de uma cabeça solta, dependurada de uma carruagem, na estação de Atocha, não me impressionaram tanto como o que vi este fim-de-semana em todos os telejornais. Não é exagero. É mesmo assim. Vi mães que faziam dos seus bebés escudos humanos. Nunca uma mãe palestiniana foi a tal extremo - o cúmulo da barbaridade ficava-se, até ao último sábado, pelo armamento de crianças com o mínimo de 10 anos de idade, que aprendiam cedo e depressa a manter sob mira o usurpador israelita; ou pela educação esmerada de um filho para, aos 17 anos, se fazer explodir num autocarro ou mercado do centro da cidade. Parece que a escala que mede os níveis de barbaridade é, como a de Richter, uma escala aberta, que se expandiu por mais um grau este fim-de-semana. Suspeito, no entanto, que as ondas deste sismo se farão sentir por muitos e maus anos, enquanto crescem aqueles miúdos, que as mães tresloucadas exibiram diante de si, vítimas de um terrorismo afectivo, na ânsia de demoverem das suas intenções o soldado-irmão que as arrastava para fora do colonato, o "seu chão". "Seu chão"??!! Ainda que fosse! Sem perdão! Sem justificação possível!!!
E ainda há quem se escandalize com romenas que mendigam à beira de qualquer semáforo mais congestionado, com os filhos ao colo...

4 comentários:

S.A. disse...

Vais perdoar a minha ignorância mas este fim de semana nem vi noticias, mas pelo q descreves ainda bem que não vi. Bem sei q as coisas não desaparecem por eu fingir que elas não existem, mas desde que fui mãe esse tipo de coisas mexe com as minhas entranhas...e normalmente mudo de canal, pq não consigo ver...

Anónimo disse...

não sei se sempre existiram ou se nós é que não tinhamos conhecimento, mas concordo com a ana sousa... dão-me volta às entranhas

Avozinha disse...

Um usar os filhos em defesa das causas paternas ou maternas não torna menores ou menos graves os outros casos!
Em todo o caso, elas já sabiam que os soldados não iam usar armas...
Mas também não gostei do que vi.

dia-a-dia disse...

Querida avozinha,

Só uma pergunta: Qual das crianças vê afectada de forma mais grave a formação da sua personalidade e a sua integridade emocional, a da mãe israelita ou a da mãe romena?

Só uma observação: QUALQUER UMA DAS SITUAÇÕES É INTOLERÁVEL. Não podemos é fechar os olhos a umas, enquanto atiramos pedras a outras!