quinta-feira, agosto 11, 2005

(em) nome de um filho

... Venho apelar ao bom senso e contenção de quem anda a magicar o nome que há-de dar ao filho que está para nascer. Desculpem-me a presunção, se vos parecer assim.

Façamos a experiência: perguntemos a um punhado de mães recentes por que motivo escolheu o nome X para o seu besnico. As respostas rondarão muito provavelmente o "gosto imenso do nome, sempre gostei, não tem nada a ver com modas!..."; "é o nome do pai"; " a avó chamava-se assim..." - isto na melhor das hipóteses. A coisa pode no entanto correr pior e teremos o "bem!... é tão querida na novela, não é? Achei o máximo!" ou "ah, campeão! Aquilo é que são golaços!". Tudo bem... cada um com seus gostos... e os filhos são nossos, não é? Podemos escolher o nome que entendermos, certo? Nim. Claro que é aos pais que cabe a decisão, não esquecendo, contudo, que um nome identifica, ad eternum, um bebé-criança-adulto-velhinho-defunto! Só isto! Não é suposto que pais conscientes, por capricho próprio, estigmatizem para o resto da vida, e para além desta, uma pessoa que - ATENÇÃO! - NÃO LHES PERTENCE, NÃO É SUA PROPRIEDADE!!!
Claro que cada nome terá a sua história, razão de ser, é muito bonito que assim seja. Parece-me sempre muito triste que alguém não saiba contar a história do seu nome, por mais absurda que possa parecer. Sei, por exemplo, que me chamo assim porque a primeira pessoa que me visitou na maternidade foi um tio cuja mulher tinha este mesmo nome. Sei também que o nome do meu marido foi votado entre os restantes cinco irmãos já nascidos... Posso portanto contar mais tarde à Pirralhita que a avó é um exemplo de democracia. Imaginem agora que a dita tia se chamava Pulquéria e que o resultado do sufrágio ditava uma maravilha como Anaximandro. Como actuariam pais sensatos? O.K. A homenagem seria bonita, a intenção eleitoral muito pedagógica, mas a criança não pode carregar este fardo o resto da vida!!! - assim pensariam e muito bem! Eu própria teria gostado muito que a minha filha respondesse pelo nome de uma das avós, mas não tinha esse direito, já que qualquer um deles funcionaria mais tarde como um ferro, idêntico àqueles com que se marcam cavalos! Comecei logo a imaginar as tristes cenas na escola: "Chamas-te como???!!! Ora diz lá isso outra vez! Como? Fogo! Como é que isso se escreve?"
Pois... o ideal seria um nome que até é o do avô, ou actor de novela, ou jogador de futebol; não faz de uma criança ave rara; e reúne o consenso familiar... não é fácil...
Ah! Já agora, só mais um critério para juntar a estes três - ando à procura de uma mãe que me responda assim à pergunta lá de cima: "Olha, chamámos-lhe assim porque achámos que ela havia de gostar um dia..."

11 comentários:

Anónimo disse...

Oi miguinhas!
OLha por acaso escolhi o nome da Luana pq pensei q um dia ela iria gostar de o ter, pq é diferente e forte, a meu ver.
O meu nome derivou de uma tarde romantica em q os meus pais foram ao cinema ver o Dr. Givago! Deves conhecer.
Gosto do meu nome pq é diferente e pq não tenho ninguém conhecido com este nome!
Ufa, q testamento.
Beijinhos

a mãe dos miúdos disse...

A história do nome da Joana é muito sui generis, confesso, mas jamais lhe daria um nome de que não gostasse e, acima de tudo, que achasse que um dia ela poderia não gostar. Existem nomes que me soam bem (Constança, por exemplo) mas que jamais daria a uma filha por achar que é um nome que ela facilmente pode não gostar.
Curiosamente, hoje olho para a Joana e acho que o nome lhe assenta lindamente. Mais, acho que o que tinha pensado para ela (Catarina ou Carolina) lhe pareceria deslocado.

mas haja respeito :)
bjs
sónia

Patrícia disse...

Pensar num nome que a criança, um dia mais crescida, possa gostar, também é um risco... adivinhar gostos e pensamentos é complicado. Parece-me que tem que imperar o bom senso... há nomes que eu acharia que não lembrariam a ninguém: Febrónia, Florisa, Genoveva, Anastácia, mas que afinal há sempre alguma alminha menos iluminada que se lembra deles! ;)

(Há uma lista com os nomes rejeitados pelo registo que é de ir às lágrimas, não tenho o link presente, mas não é difícil de encontrar! ;)

S.A. disse...

Bem os nomes dos meus gajos foram escolhidos com o objectivo de não serem "mais um entre outros"(dentro dos limites do normal... que esse link do registo tb fui ver.. é de morte!).
Mas de qualquer das formas, como isto dos nomes é por modas, não garanto que eles vão gostar deles mais tarde, no entanto acho que os nomes são a "cara" deles!

Bjkas

S.A. disse...

Já agora como se chama a tua???
;p

(Matei-me a rir com o teu comment no meu...rehehe)

Raquel disse...

Oi miga, por acaso também acho que se deve ter algum cuidado a escolher o nome pq afinal é a nossa identidade, é por ele que respondemos...
Mas por vezes gostos são gostos...
E também há o egoísmo próprio de certos pais...que eu tb acho sensurável.
O meu por acaso é Gabriel porque eu achei que queria um nome diferente das pessoas com quem me relaciono e não conheço nenhum Gabriel...e depois é nome de anjo...e eu dou um certo valor aos significados dos nomes...
Significa "Homem de Deus".

dia-a-dia disse...

Que histórias fantásticas terão para contar aos vossos besnicos sobre os seus nomes! Que bom! Ainda bem que não são nomes "vazios"!

Desvendando o mistério a pedido da "Gaija Aninhas": a minha Pirralhita chama-se Rita. Rita porque era o nome que em criança eu gostava que me tivessem dado. Acho um nome tão feminino!... Mesmo de menina! :) O que eu gostava de ter sido Rita!... Depois chamei Rita à boneca que mais desejei ter toda a vida e que só chegou quando fiz 12 anos, imaginem! Ainda não tinha casado e comentei com o P. o desejo de ter uma Rita, ele gostou e ela nasceu! Foi assim. Acho que ela um dia vai gostar do nome e da história. A boneca Rita ainda lá está, para ela a conhecer. ;)

dia-a-dia disse...

Só mais uma curiosidae: o próximo filho ainda não nasceu, mas também já tem nome com história... ;) É tão engraçado esta coisa de já ter história o que ainda nem existe!... :))))

P.S. Não estou grávida sequer, atenção!

Margarida disse...

É a primeira vez que vos visito e adorei!
Concordo com tudo o que dizes sobre a escolha dos nomes, eu por exemplo tenho o nome da minha avó paterna, mas ainda bem que não se chamava Pulquéria...mas sim Margarida, nome que por sinal adoro.
A escolha do nome da minha filha foi feita na base do futuro, exactamente porque não queria que o nome fosse um fardo para ela. Independentemente de eu e o pai gostarmos, pensamos sempre em como ela lidaria com ele no futuro. Foi escolhido por nos parecer um nome com "força" e para isso só lhe demos o nome próprio e os nossos apelidos para reforçar mais o nome. Ahh, o nome dela é Mariana. Neste momento estamos gravidas e se for menina ainda não tem nome, mas se for rapaz será Afonso e a escolha é pelas mesmas razões...parece-nos um nome com "força".
Desculpa o testamento :P
Beijokas grandes
Guida

Unknown disse...

O meu pai escolheu um nome que não pudesse ser transformado num diminutivo ridiculo... e agora algumas pessoas chamam-me kico, roddy e ró^^ O meu nome é Rodrigo;)

dia-a-dia disse...

Olá, Rodrigo!

;)