E os prefixos todos não chegam. A educadora começou um bocadinho para o atrapalhado:
- Sabe... bem... estivemos a pesá-los todos hoje... por causa das cadeiras do autocarro, na sexta-feira... a R. ... Bem... A R. ... A R. é a única criança NA CRECHE INTEIRA que já não conseguimos sentar nas cadeiras, restam os assentos elevatórios... São 18 kg, sabe?...
- Sei.
E como não vai nada em assento elevatório, que a miúda ainda não tem os 22kg tidos como limite mínimo para a dita solução, lá foi a mãe à procura da Moby. Pronto.
Mas não era de nada disto que queria falar. Foi pretexto. Toda a gente sabe que eu nunca fui muito de vir para aqui embandeirar em arco com perímetros cefálicos, pesos, alturas ou medidas do tornozelo. É só para bradar que estou numa excitação que não contenho: amanhã vou dizer-lhe adeus, à partida para a praia! Eu, a mãe, completamente frenética, de mãos espalmadas no vidro, quiçá borrifando a saída de emergência de cuspidelas, enquanto faço caretas e graçolas para ela... É assim que me imagino. É a primeiríssima vez que sai com o colégio.
A MOCHILA, CÉUS! A MOCHILA! Será que me esqueço de alguma coisa? Será que vai muito pesada? Será que ela se orienta com o que lhe mando? Onde ponho as bolachas? Dentro podem não vê-las; na bolsa de fora, ela pode esmigalhá-las quando se encostar... A água chega? Será que vêem o protector?! Ai a pele dela! Se calhar ia melhor preso por um cordel a pender para fora da mochila...
ADEUS, FILHA! ADEUS! BOA VIAGEM! E lá ficará o vidro todo cuspido.