quinta-feira, outubro 27, 2005

Como uma ervilha

Assim pequeno. Insignificante o lapso de ontem à noite.
Abri o pacote dos calamares, espalhei-os pelo pirex e despachei-os para dentro do forno. Só faltava o arroz. De ervilhas parecia-me bem e até já tinha saudades. Cebola picadinha, uma colherinha de sal, um dente de alho migado,um fio de azeite e os inevitáveis coentros. Vai tudo a lume brando até estar pronto para receber as ervilhas. Depois só faltava a água a ferver e o arroz no fim.
Ficou bom. Só me esqueci das ervilhas.

segunda-feira, outubro 24, 2005

OK... KO

Tudo de volta à normalidade. Até à próxima maleita. O virus que tão amavelmente nos visitou não foi propriamente demolidor, muito pelo contrário.
Como já vem sendo hábito, a Pirralhita foi a que mais facilmente deu conta da situação: em dois dias encostou a virose às cordas e bateu-a por knockout ali mesmo, ao primeiro assalto. A mãe, como não tem tempo para estar doente, abandonou o ring e deixou o virus a falar sozinho, com o aviso: "Agora não posso. Quando puder, volto para me dares um murro"... e lá se esqueceu que até já tinha apanhado uma murraça bem assente. O pai é que foi pior... A partida vai já no segundo assalto e o árbitro está neste preciso momento a contar até 10. Nããã!... Não tem hipótese! Foi desta. O bicho nunca mais se levanta. Ora aí está! Pai de braços no ar! Ganhou! Grita a multidão (a mãe e a filha) em êxtase: "Pai! Pai! Pai!"
Até à próxima.
NOTA: A imagem do pugilismo não vem ao acaso. Para quem quiser conhecer a sensação de estar com uma virose gástrica, sugiro que se imaginem a apanhar um valente soco no estômago a cada 20 minutos. Que tal?

quarta-feira, outubro 19, 2005

Não empurrem que há para todos!

Pois é... a celebérrima, badaladíssima, hiperfamosa, muito "in" virose gástrica chegou cá a casa.

terça-feira, outubro 18, 2005

Retrato à la minuta

Sonho da vida dela: Arrancar, um por um, os botões de toda a roupa que tem;

Frustração suprema: Se o frasco de xarope tem 200 ml, por que diabo me torturam com uma colher de cada vez? (Chora sempre por mais!)

Melhor hora do dia: O leitinho da manhã, enrroscada ao colinho da mãe;
Pior hora do dia: As 19h00 - entre o sono e a fome, venha o diabo e escolha!

Melhor hora da semana: As 10h00, na cama dos pais, ao sábado de manhã. (Não dorme, mas deixa dormir, que é o que interessa.)

Primeiro sinal de adolescência precoce: No carrinho de passeio não tem graça nenhuma andar direita. Giro, giro é andar sentada com os pés para a cabeceira, mesmo que a mãe passe por atrasada mental...

Sinais de perfeccionismo: com o dedo indicador em posição de anzol, tenta a todo o custo arrancar as sardas do pai e apanha meticulosamnete todos os cabelos que a mãe vai largando pela casa;

Cúmulo da simpatia e socialização: Ao longo do dia, o número de sorrisos distribuídos excede em muito o número de caras que vê;

Máxima de vida: Não percas tempo a chorar, se podes aproveitar para fazer asneiras em silêncio.

segunda-feira, outubro 17, 2005

E porque este blog está demasiado baby...

ODEIO O PÓ DE GIZ!!!

Espantem-se comigo!

- On' 'tá pá? (onde está o pai?)
Isto hoje de manhã. Com 10 meses!

segunda-feira, outubro 10, 2005

Do lado de lá

Passei-me. Passei-me para o lado de lá e gostei da experiência. Cheguei há duas horas e meia da minha primeira reunião de pais. Bom, não foi exactamente a primeira, feitas as contas foi a... enésima. Já não sei em quantas vou, já não sei quantas fiz, mas do outro lado, como directora de turma. Como mãe, é novidade. Não foi só a reunião propriamente dita que me deixou na expectativa. Foi a sua preparação, com quinze dias de antecedência, que me deixou expectante. Tivemos o cuidado de compatibilizar agendas, nada de reuniões paralelas, nada de jantares de negócios, nada de maratonas de trabalho inadiável. Ficou combinado: a mãe passaria no colégio por volta das 17h00 para ir buscar a Pirralhita; o pai estaria já a caminho de casa para ficar com ela a partir das 18h00; por volta das 19h30 dar-lhe-ia banho e às 20h00 estariam já os dois debruçados sobre o jantar (o dela, claro!). A mãe, entretanto, teria retornado ao colégio às 18h30 para a reunião. Assim foi.
O que contava trazer daquela reunião eu não sabia bem. Sabia o que não queria, isso sim. Sabia que não queria ser uma mãe chata, melga, daquelas que questionam tudo e mais alguma coisa e que implicam com a professora porque deixou o menino apanhar sol e malham na direcção do colégio porque nunca levam a criança a ver a chuva, o que é tão importante e pedagógico. Enfim, preocupações de quem sabe muito bem o que é estar do outro lado e apanhar com postais difíceis.
A reunião começou. Eu, com alguma tristeza, confesso, via chegar um ou outro casal - também eu gostaria de ali estar com o meu par, mas há alturas assim, em que o singular tem mesmo de passar por plural, porque o par só faz sentido separado. Conformei-me. Só não me conformo com a ausência, a quantidade de crianças que não tinha ali representação. Escandaloso! Onde estavam os pais de tantos meninos?! Por que éramos tão poucos?! E eu ainda me queixo dos que não comparecem às minhas reuniões! Estes são, à partida, meninos privilegiados, meninos de colégio, mas ninguém diria! Que os outros pais se demitam eu ainda posso tentar entender, mas estes?!...
Pimba! Já levei um carolo a ver se acordo! Que mania tenho eu de me armar em mãezinha da humanidade! Voltando ao que me diz respeito: a reunião correu bem, adorei ver o primeiro trabalho da minha Pirralhita (a impressão a tinta de uma mãozinha minúscula, num cartaz colectivo), achei uma graça o cabide dela, com uma bonequinha que a representava (loira de olhinhos azuis como ela própria) e não pude deixar de responder com um sorriso ao cognome que lhe atribuíram: Pirralhita, a sensível - porque ninguém lhe pode levantar a voz, dar-lhe um empurrãozinho mais forte, ou apontar-lhe o dedo ao nariz, sem que caia o Carmo e a Trindade, em violento pranto. Encontrei a cereja deste bolo em casa: pai e filha em paz absoluta, ela cheirosíssima, barriguinha cheia, em pacata animação, sem grandes alaridos, como convém naqueles instantes que antecedem a hora de dormir. Boa noite. Até amanhã.

Finalmente!...

Embaciaram-se os vidros do carro, o chapéu-de-chuva saiu de trás da porta, já meti o pé numa poça, ouvi água pelo algeroz abaixo quando saía pela garagem, o cabelo não se aguentou liso, os pavilhões da escola estavam todos patinhados, assisti à estupefacção da minha filha, que não fechava a boca perante o ambiente de banho e banheira que se vivia na rua! Tinha tanta sede...

sábado, outubro 08, 2005

Só me faltava mais esta!

Um grupo de iluminados cientistas ingleses conseguiu provar esta semana que as mulheres altas são menos maternais, mais ambiciosas e mais obcecadas com a carreira.
Resta-me a ténue esperança de poder ser considerada baixa por terras de sua magestade... Ó tio Charles, ó primo William, ó vovó Margareth, 1,76 cm é muito? Descalcinha! Sem saltos altos, que eu nem uso disso! É que se me acham alta, aproveito o fim-de-semana e dou aí um pulinho, só para agarrar pelos colarinhos cada um desses cientistas, eu mesma, que chorei baba e ranho por um rabinho assado, passei semanas de olhos inchados, sofrendo por antecipação com a entrada para a creche, e já teria atirado a carreira às urtigas se o meu marido tivesse nascido norueguês!

terça-feira, outubro 04, 2005

Camões?


O pedido foi simples: "Tânia, arranja-me uma capa para Os Lusíadas."

O resultado foi este que se vê! Um espanto!

Final previsível desta história: não vai ser fácil motivar os meus alunos para o estudo da épica camoniana... estou mesmo a ver - tudo de olhos na capa e eu a pregar aos peixes...

Obrigada, Tânia!