quarta-feira, março 11, 2009

3 profissões e 1 funeral

O dia era “Mundial da Mulher”, consta. Foi no domingo, 8 de Março último, que uma mulher, portuguesa, por sinal, se sagrou vice-campeã europeia dos 3000 metros em pista coberta, na cidade de Turim, Itália. O feito passou quase em branco. É normal.

Esta mulher contava ontem, aos microfones da TSF, que, para além de atleta de alta competição, é carcereira ou, se quisermos pintar a coisa em tons mais suaves, guarda prisional. Confirmou ainda que tinha sido em tempos professora de Educação Física, por força da licenciatura que a habilita nesta área. Era professora. Foi, em tempos. Já não é. Dizia a nossa vice-campeã que deixou o ensino por desgaste. Reparem bem: a mulher é, actualmente, CARCEREIRA e ATLETA DE ALTA COMPETIÇÃO - em simultâneo! - mas enterrou o professorado por desgaste...

Não sei se alcançam o significado destas palavras... Não sei... tenho, aliás, sérias dúvidas que o entendam... O meu marido entende, os meus filhos também, bem como os meus melhores amigos. Eles sabem, porque me vêem repartindo braços, colo, pensamento, força e amor todos os dias. Toda eu me reparto, até à exaustão, todos os dias, entre família, amigos e alunos. Eu disse “ALUNOS”. Não disse carreira profissional. Ninguém, a não ser um professor como eu, sabe o que isto quer dizer. E ainda que o novo modelo de avaliação nos venha um dia a reconhecer como bons, muito bons ou excelentes professores, ninguém, de facto, nos reconhecerá o mérito. E é isto que me custa. Não me choca nada a progressão na carreira congelada, nem outros constrangimentos profissionais do género. O que me custa é a falta de reconhecimento social. O que me custa é o apedrejamento de uma classe por parte de homens e mulheres que sabem o que é ter filhos a cargo, embora apenas ao sábado e ao domingo. O que me custa é aceitar que alguém fez desta profissão um sacerdócio, sujeito a voto de exclusividade, sem nos perguntar nada, sem querer saber se estávamos na disposição de roubar a nós próprios e aos nossos, para benefício dos filhos dos outros. Porque “os filhos dos outros”, ao que parece, são verdadeiramente desgastantes, muito mais que quilómetros e quilómetros de pista coberta; muito mais que um cárcere pejado de reclusos... Mas foi esta a profissão que escolhi, que AMO verdadeiramente, sem o fito nos louros que, eu sei, nunca virão. Mas, por favor, deponham as pedras, sim?

Fica o nome: Sara Moreira.

segunda-feira, fevereiro 23, 2009

segunda-feira com ar de sábado, 11h00

- R., queres um pãozinho com chocolate [entenda-se nutella]?

- Não! Isso não está na roda dos alimentos!

Eh, lá! Os filhos só deviam debitar conhecimentos que não nos atingissem nas nossas fragilidades, eu acho...

domingo, janeiro 11, 2009

Sem desculpas


Clicar também não custa nada. POR FAVOR.

É que só falta pegarem-nos na mão ou levarem-nos ao colo para nos convencerem a ajudar. Notáveis organizações internacionais desdobram-se em esforços, iniciativas, campanhas e já só não ajuda quem não quer. Nós, cá por casa, fazemos o mínimo - compramos água em tetra pak. Só isso. É que é tão simples quanto a sede deles.


E com um pacote, um simples pacote, não é um centimozinho que levamos aos que não têm água, a coisa não se mede aos tostões e é tão radical quanto isto: Earth Water oferece 100% dos seus lucros mundiais ao programa de ajuda de água da UNHCR.

Sem desculpas.

sexta-feira, janeiro 09, 2009

E agora, um pecado a sério

Mas sem bilhete de ida ao Inferno, que o moço tem que chegue para comprar o Paraíso.





Um Ferrari, senhores! Um Ferrari...

segunda-feira, janeiro 05, 2009

Estou tão aflitinha...

Depois de ler ISTO.

E o antibiótico que excretou, às mijadinhas, na última pneumonia, Santidade??!! Sabe quantas criancinhas criaram por isso resistência ao nefando medicamento??!! Ah! Subverti a questão, claro... Levar a discussão ao limiar da vida ou morte não vale... Então, e a fraldinha descartável que não conheceu em criança, mas que pode muito bem poupá-lo a fedorentos e húmidos constrangimentos por áureos anos de papado??!! Como mantém, por cinco séculos, o peso na consciência??!! Ops!... A questão é irrelevante, pois... até porque a consciência de cada um está confinada, no máximo, aí a uns cem anitos... Vamos nós, fiquem as fraldas e lixe-se quem vem a seguir. E os índices de CO2 bufados pelo eminentíssimo papamóvel?! POING! Perdi pontos na etiqueta e cortesia. Insana! A provecta idade já não dá para grandes pedaladas, é verdade. Ainda posso pedir desculpa, ou não tenho alternativa ao Inferno? Perdoai-me três pílulas... Ok, vinte, vá... Pronto, cem e não se fala mais nisso, certo? Bom... quarenta caixas e 6.000 xixis, então... quites? Não??!! Mas eu pari dois filhos, porra (que gastaram 12.000 fraldas descartáveis, mas isso Ele perdoa)! Não servem de amortização? Ai! Porra, não, porra! POING! POING! POING! Lá perdi trinta pontos agora de rajada... Não posso voltar a negligenciar e reverência e boas maneiras, porra! POING! Porra, pá! Mais dez pontos, à vida!... É que não é nada fácil a contenção! A Humanidade já recebeu ordem de despejo do Paraíso por minha causa, o mulherio tem de parir aos gritos por minha culpa - sim, que essa invenção da epidural é obra do Demo também, só pode! - e agora anda tudo estéril por minha conta??!! Fogo! Bem, fazemos assim: eu retiro a do antibiótico e a das fraldas e o assunto morre aqui. Fica só a do CO2, que até me denuncia na fraqueza de argumentação. Tem toda a razão, Vossa Santidade, penitencio-me pelas caixas todas e prometo não voltar a fazer xixi.

sexta-feira, janeiro 02, 2009

Do Melior, mesmo.



E assim passaram as canecas à História, cá em casa. É que é mesmo do melhor. Bebidas a escaldar, ou geladas, constantes na temperatura por muito mais tempo, sem nos congelar nem queimar as mãos, passando para a parede exterior do copo apenas a temperatura q.b., que nos reconforta. Como é que só descobri isto agora?! Só não se recomendam para quem gosta de guardar canecas dependuradas pela pega.